Abaixo dados e textos de orelhas e contracapa do livro.
VIANA, Nildo. Estado, Democracia e Cidadania. A Dinâmica da Política Institucional no Capitalismo. 2a edição, Rio de Janeiro: Rizoma, 2015.
A nova redição conta com um prefácio que mostra as mudanças de concepção de autor e sua atualização, discutindo a questão da revisão em relação ao problema da burocracia, estado, mercantilização, função, entre outros aspectos.
Orelhas e contracapa de "Estado, Democracia e Cidadania"
Orelha A:
O Estado capitalista é o principal aparato de reprodução das
relações de produção capitalistas. Ele é o “capitalista coletivo ideal” e
exerce um conjunto de funções para reproduzir o capital e seu processo incessante
de reprodução ampliada. Ele crie um conjunto de aparatos estatais
(educacionais, sanitários, financeiros, repressivos, comunicacionais, etc.) e
instituições (universidades, escolas, hospitais, etc.) que exercem atividades
específicas para concretizar esse seu objetivo fundamental. Ele também cria
processos de autovaloração e autolegitimação, que são as fontes das ideologias,
desde a antiga filosofia política até as mais modernas produções ideológicas da
ciência política e outras disciplinas. A sua imagem ideológica de “universal”,
“coisa pública”, entre outras, vem para esconder seu real caráter, que é ser um
aparato capitalista que nada tem de neutro. Nesse sentido, a análise e crítica
do estado capitalista são fundamentais e elemento necessário para a superação
das ilusões estatistas, eleitorais, democráticas, entre outras, que é condição
para constituição de uma sociedade autogerida, sem estado, sem capital e
exploração. Sem a destruição dessa poderosa máquina estatal burocrática, a
autogestão social e a emancipação humana são impossíveis.
Orelha B:
O estado capitalista busca se autolegitimar não apenas
através de ideologias e discursos, mas também através de aparatos, instituições
e outras formas de materialização da política institucional. A democracia e a
cidadania são, nesse processo, dois elementos legitimadores da dominação
burguesa. O Estado capitalista constitui dois regimes políticos para efetivar
sua dominação de classe mediada pela burocracia: a democracia e a ditadura. A
democracia é a forma mais permanente, especialmente nos países capitalistas
imperialistas, e é a que busca legitimar o estado capitalista e a sociedade
burguesa como um todo. No entanto, entre ela e a ditadura o que temos é apenas
variação de grau e diferença de forma, pois ambos os regimes políticos são
formas de dominação burguesa. A cidadania, por sua vez, é defendida até pela
pseudoesquerda, já que ela tem uma face amigável, tal como o estado capitalista
e a democracia burguesa em sua aparência, mas esconde o seu real objetivo e
significado: integrar o indivíduo no capitalismo, ou seja, mais uma forma de
reprodução das relações de produção. Nesse sentido, a crítica da democracia
burguesa e representativa e da cidadania também é fundamental para a
transformação radical da sociedade, a instauração da autogestão social, que é
ao mesmo tempo uma luta contra o capital e o estado, mas também contra as
ideologias e representações cotidianas ilusórias que buscam legitimá-los e reforçá-los.
Texto da Contracapa
Atribui-se a Esopo uma fábula na qual um lobo veste uma pele
de lã para entrar no rebanho para devorar as ovelhas. A expressão “lobo na pele
de cordeiro” significa então o uso de uma imagem aparente boa para esconder
suas reais intenções e assim conseguir seus objetivos. Essa fábula se enquadra
muito bem no caso do estado, democracia e cidadania, três inocentes e generosas
palavras que apontam para um grau maior de igualdade, participação,
civilização. Mas, tal como no caso do lobo, é apenas um disfarce, pois por
debaixo da pele ideológica se encontra as reais motivações e ações dessas
formas sociais: a reprodução do capital. O presente livro realiza uma análise
crítica dessas formas sociais e mostra seu processo histórico de engendramento
e papel na reprodução do capitalismo. É preciso retirar a pele das ideologias e
dos imaginários para ver que ao invés de “público” e “representante do
universal”, o estado é um aparato do capital; que ao invés de “liberdade” e
“participação”, a democracia representativa é uma forma de dominação; e ao
invés de “direitos” do homem e do cidadão, a cidadania é uma forma de
integração manipuladora dos indivíduos na sociedade capitalista. A crítica da
política institucional, seu processo de formação e reprodução ligado à evolução
do capitalismo (luta de classes e regimes de acumulação) é o ponto de partida
para a sua superação. Este é o objetivo-trajeto desta obra.
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http://www.estantevirtual.com.br/b/nildo-viana/estado-democracia-e-cidadania/2955898532
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