Acaba de ser lançada uma nova edição do livro Manifesto Autogestionário.
Abaixo dados e textos de orelha e contracapa.
VIANA, Nildo. Manifesto Autogestionário. 2a edição, Rio de Janeiro: Rizoma, 2015.
Contracapa
do Manifesto Autogestionário
A autogestão é a essência da
sociedade comunista. As relações de produção comunistas só podem existir com
base na autogestão do processo de produção e distribuição e com sua
generalização para o conjunto das relações sociais, abolindo o estado, o
capital, o mercado, a divisão social do trabalho. A autogestão social
generalizada significa uma transformação radical, mais drástica do que
significou a passagem do feudalismo para o capitalismo, ou do escravismo para o
feudalismo, pois significa a substituição de uma sociedade de classes para uma
sociedade sem classes. O Manifesto
Autogestionário é um grito de guerra em defesa desta transformação, e, como
todo manifesto, é uma arma de luta que não pode poupar nada. Daí a crítica da
sociedade burguesa, do capital, do estado, da burocracia, do pseudomarxismo e
diversas tendências políticas existentes. Além da negação, há também a
afirmação, de novas relações sociais, fundadas na autogestão social. E a
autogestão só pode ocorrer através da autogestão das lutas pelo proletariado e
seus aliados. Através da burocracia, da alienação, da escravidão, só se
reproduz a burocracia, a alienação e a escravidão. Somente através da
autogestão das lutas sociais se pode chegar à autogestão social.
Orelha do Livro Manifesto Autogestionário
A liberdade é um sonho que acompanhou a história da
humanidade. Não se trata de um sonho eterno e que sempre existiu, pois a luta
pela liberdade só surge quando ela fica ausente. O surgimento da sociedade de classes
marca o nascimento da exploração e dominação que enclausuram os seres humanos
em suas próprias criações sociais. Os seres humanos criam deuses, mercado,
dinheiro, propriedade privada, estado, igrejas, partidos políticos,
instituições, para suprimir sua própria liberdade. Alguns se sentem à vontade
na prisão social instaurada, tal como a classe dominante e suas classes
auxiliares. A emergência da sociedade capitalista significa uma nova forma de
prisão, escura e asfixiante. A classe capitalista e a burocracia se sentem à
vontade nessa prisão, pois é dela que vem sua força e eles assumem o papel de
carrascos e carcereiros. Assim como uma prisão traz doenças e destruição, o
domínio do capital traz graves desequilíbrios psíquicos, miséria, destruição
ambiental, entre diversos outros efeitos que marcam um capítulo nefasto da
história da humanidade, no qual nunca se produziu tantos bens materiais e nunca
se destruiu de forma tão avassaladora; nunca o desenvolvimento tecnológico foi
tão intenso e nunca seu uso foi tão egoísta e limitado. O capitalismo é uma
sociedade fundada na exploração e na dominação, cujo objetivo da produção é o
lucro e não a satisfação das necessidades humanas. A dinâmica da acumulação
capitalista mostra o caráter destrutivo do capitalismo, sempre ávido em cada
vez mais acumular, sugando o sangue dos trabalhadores, esgotando as energias
psíquicas dos indivíduos, degradando o meio ambiente com um processo de
extração sem fim para a produção de bens supérfluos que geram lucro e com o lixo
dos produtos descartáveis produzidos. Porém, isto tudo gera sua negação. A
negação do capitalismo é expressa principalmente no proletariado, bem como em
outras classes exploradas e setores da sociedade. A luta operária promove um
avanço no sentido da auto-organização e autoformação, preparando os
trabalhadores para a revolução proletária e a libertação humana das garras do
capitalismo. A autogestão das lutas é a prefiguração da autogestão social. A
utopia autogestionária é um sonho realizável, possível, cuja possibilidade está
dada, faltando apenas este processo de luta para desencadear sua realização.
Neste sentido, todos devem lutar, em todos os lugares. A luta é uma necessidade
para aqueles que entenderam a exigência humana de uma transformação radical da
sociedade e que a autogestão social é a única alternativa viável para a
humanidade. Esta luta é ampla e radical, tal como seu objetivo, no sentido da
liberdade. É, inclusive, uma luta contra si mesmo, contra a cultura, valores,
mentalidade, sentimentos, todos herdados da sociedade capitalista, fundada na
competição, mercantilização e burocratização. Assim, o que importa não é o que
o indivíduo faz de si e sim o que faz daquilo que fizeram dele, tal como já
dizia Sartre. A sociedade autogerida é uma forma radicalmente diferente de
viver e daí muitos possuem dificuldade até de pensá-la. As experiências
históricas já mostraram sua possibilidade e algumas de suas características,
bem como a teoria revolucionária produzida por alguns pensadores, inclusive se baseando
em tais experiências, como Marx, Pannekoek e outros. O Manifesto Autogestionário aborda estas questões, mostrando a
dinâmica do capitalismo e suas contradições, a ameaça da contrarrevolução
burocrática, a autogestão das lutas operárias, o papel dos militantes
autogestionários e algumas características da futura sociedade autogerida.
Sendo assim, é uma arma de luta, que, juntamente com milhares de outras,
empunhadas por seres humanos que querem a libertação humana, deve contribuir
para a realização da autogestão social.
Onde adquirir?
http://rizomaeditorial.com/store/index.php?route=product/product&product_id=524
http://www.estantevirtual.com.br/b/nildo-viana/manifesto-autogestionario/3943229990
http://www.amazon.com/Manifesto-Autogestion%C3%A1rio-Portuguese-Edition-Nildo-ebook/dp/B010GUXNB6
E em outras livrarias.
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