tag:blogger.com,1999:blog-28530660846263294972024-03-23T08:48:10.878-03:00Informe e Crítica"INFORME E CRÍTICA" é um espaço para informações e divulgação de eventos e publicações, bem como de análise e crítica de livros, filmes, arte, cultura, acontecimentos, teorias, ideologias e situação política.Unknownnoreply@blogger.comBlogger832125tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-24413794121228965922024-01-24T10:22:00.006-03:002024-01-24T11:54:31.164-03:00Elementos para uma Teoria do Discurso<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih1AQ6XQX7U6IquOai46GxpUdFuy0xVFDKb4_0seKiJ8AsImnOzdMg_UkK3f_NjZebNTcIk4rjy-IPCvU4EeNigxCsXNeqCcuvNdoODAvGMUWbfMRQJpw0IeJKFK2qG2mAtSZQ9KgjbRnaDaXYDaYgsQBE29uqLdqhqLMhkJYKeHHoDep9ksNIO2IVrgoP/s2048/Escritor%20em%20biblioteca.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih1AQ6XQX7U6IquOai46GxpUdFuy0xVFDKb4_0seKiJ8AsImnOzdMg_UkK3f_NjZebNTcIk4rjy-IPCvU4EeNigxCsXNeqCcuvNdoODAvGMUWbfMRQJpw0IeJKFK2qG2mAtSZQ9KgjbRnaDaXYDaYgsQBE29uqLdqhqLMhkJYKeHHoDep9ksNIO2IVrgoP/w400-h400/Escritor%20em%20biblioteca.png" width="400" /></a></div><br /><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><b><span style="font-size: 14pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">ELEMENTOS
PARA UMA TEORIA DO DISCURSO<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 0cm;"><b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nildo Viana<o:p></o:p></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Universidade Federal de Goiás<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="left" class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 0cm;"><b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">RESUMO<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O presente texto aborda o problema do discurso. O objetivo é
esboçar uma nova teoria do discurso. Por se tratar de um esboço e não de uma
teoria acabada, apresentamos alguns elementos para o desenvolvimento de uma
teoria do discurso. O pressuposto dessa nova teoria é o método dialético.
Através desse método e seus procedimentos, especialmente o uso da categoria
totalidade, torna-se possível uma análise crítica das abordagens do discurso e a
constituição de uma nova teoria do discurso. O primeiro elemento para se
constituir tal teoria é a elaboração de um conceito de discurso. A partir da
constatação de que as várias definições de discurso são limitadas e
problemáticas, apresentamos uma nova definição, que é o desenvolvimento e
ampliação de uma definição anterior apresentada por nós em outra obra. Definimos
discurso como uma relação social na qual um autor apresenta, sob forma falada
ou escrita, um conjunto de enunciados que expressa uma mensagem complexa sobre
algo e para algum destinatário. Essa definição é uma síntese do conceito, que
desenvolvemos no decorrer do texto. O passo seguinte foi aprofundar a discussão
sobre o discurso concebendo-o como totalidade e, para tanto, analisamos os seus
elementos constitutivos. Assim, abordamos os signos, enunciados, proposições e
argumentos, bem como a questão da estrutura, conjuntura, tema e outros aspectos que
formam os elementos constitutivos de um discurso. O último elemento abordado
para fundamentar uma nova teoria do discurso é a questão de sua constituição
social. Esse aspecto é bastante discutido em outras abordagens, mas aqui ele é
apresentado sob forma diferente, abordando a questão da autoria, da motivação,
da função, entre outras. Em síntese, esse foi o trajeto no qual apresentamos os
elementos básicos para o desenvolvimento de uma teoria do discurso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Palavras-Chave:</span></b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> discurso, teoria, enunciado, autor, destinatário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 0cm;"><b><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">INTRODUÇÃO<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
discurso é um tema amplo e complexo, que envolve um conjunto de elementos e
relações, perpassando diversas possibilidades analíticas e sendo tema de
diversas ciências humanas. As várias concepções de discurso expressam
perspectivas metodológicas e ideológicas distintas. O nosso objetivo aqui é
apresentar alguns elementos para se pensar o discurso a partir de uma
perspectiva dialética. Nesse sentido, buscaremos apresentar uma determinada
concepção de discurso, bem como explicitar alguns elementos que ajudem a pensar
uma teoria do discurso com base no método dialético e assim apontar para uma
nova forma de pensar o seu significado de forma ampla numa perspectiva crítica.<o:p></o:p></span></p>
<h1 style="margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-indent: 0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 16.0pt; mso-themecolor: text1;">O CONCEITO DE DISCURSO<o:p></o:p></span></b></h1>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Diante
das várias definições de discurso existentes, pode parecer supérfluo trazer uma
nova definição. Contudo, se concordarmos com algumas críticas realizadas a
algumas dessas definições (Viana, 2009a), torna-se possível pensar na utilidade
dessa opção por rediscutir tal termo. O discurso precisa ser entendido em sua
essência e não em sua forma. Assim, afirmar que o discurso pode ser entendido
como sequência verbal (oral ou escrito) que geralmente é superior a uma frase
(Pêcheux, Fuchs, 2010) é problemático. Essa definição é puramente formal. O que
é necessário é descobrir a essência do discurso, ou seja: como entender o que é
o discurso ultrapassando uma definição meramente formal?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">As
reflexões sobre o discurso que deixaram de lado o seu aspecto comunicacional
acabaram se afastando da possibilidade de encontrar o fio da meada. Sustentamos
a tese de que para compreender o discurso é fundamental retomar o conceito de
mensagem. Os discursos efetivamente existentes são formas de comunicação, ou
seja, formas de enviar mensagens. As mensagens não devem, aqui, ser entendidas
a partir da semiologia ou outras concepções. Mensagem, aqui, significa afirmação,
ou seja, uma manifestação de uma ideia, uma informação, um posicionamento, um
entendimento. O ato de se manifestar, afirmar, significa que algo foi dito. E o
que foi dito mostra a posição de quem disse, mesmo quando é uma mera
informação, pois o informante considera (e essa consideração é uma afirmação) que
sabe de algo e informa aos demais. A mensagem, no entanto, pode expressar o
entendimento de um indivíduo sobre a situação do seu país, sobre a existência
de Deus, sobre a natureza, ou, ainda, sobre a filosofia. A mensagem pode
expressar um sentimento ou uma curiosidade, entre milhares de outras possibilidades.
Em todos esses casos, há uma afirmação, pois mesmo quando se realiza uma
pergunta, esta é afirmada, uma demanda intelectual ocorre. Se alguém pergunta
“quantas horas são?”, ele afirma que quer saber o horário atual. Claro que
existem perguntas, tal como a do exemplo acima, que são mensagens simples, mas
quando são mais amplas e complexas, formam um discurso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Não se
trata, no caso do discurso, de qualquer mensagem. Para entender isso podemos
distinguir mensagens simples e mensagens complexas. Uma mensagem simples pode
ser repassada por uma frase ou até mesmo uma palavra. Uma mensagem complexa é
composta por várias mensagens simples, ou seja, por vários enunciados. Assim,
ao contrário de outras concepções, consideramos que os enunciados são
“mensagens simples”. O enunciado é, portanto, uma afirmação, mas que é única.
Cada enunciado expressa uma mensagem simples e um conjunto de enunciados
expressa uma mensagem complexa. Existem várias formas de enviar mensagens e o
discurso é uma delas. Porém, é preciso deixar claro que todo <i>discurso</i>
envia uma mensagem (complexa).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">E qual
é a forma sob a qual o discurso envia a mensagem? A mensagem é enviada através
da fala e da escrita a partir de um conjunto de enunciados. Assim, é possível
admitir que o discurso “é uma manifestação concreta e delimitada da linguagem”
(Viana, 2009a, p. 102), mas isto é insuficiente. Ou seja, é preciso entender
qual é a delimitação que caracteriza o discurso. Assim, podemos definir
discurso como <i>“uma relação social na qual um autor apresenta, sob forma
falada ou escrita, um conjunto de enunciados que expressa uma mensagem complexa
sobre algo e para algum destinatário</i>”. Nessa definição se esclarece qual é
a delimitação dessa manifestação concreta da linguagem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A
partir dessa definição o vínculo com a mensagem fica claro e estabelecido. A
razão de ser do discurso é enviar uma mensagem. Ele é, no fundo, um meio e uma
forma de transmitir uma mensagem. A mensagem é o elemento substancial, a
essência do discurso. Essa mensagem complexa que o discurso veicula pode
ocorrer via fala ou escrita e, em cada um desses casos, se desenvolvem
determinadas especificidades. O discurso falado difere do discurso escrito,
embora ambos compartilhem muitas características comuns. A fala é
tendencialmente mais incoerente, repetitiva e simples do que a escrita. Essa é
apenas uma diferença. O tempo da fala é diferente do tempo da escrita. O tempo
da fala é do imediato, da sucessão de afirmações que possibilitam pouco tempo
para reflexão e correção, ao contrário da escrita que, tendencialmente, possui
um tempo mais extenso para o escritor refletir, alterar e, após isso, escrever
o texto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
discurso articula um conjunto de enunciados para enviar uma mensagem. Esses
enunciados são pequenas afirmações que, reunidas, formam um todo, uma mensagem
complexa. Claro que “complexo” aqui não tem o sentido de “científico” ou
“filosófico” e sim existência de várias afirmações que formam um conjunto que é
o discurso e superam a simplicidade das breves afirmações que podem ser
expressas em uma frase, por exemplo. A frase “eu gosto de futebol” é um
enunciado, uma mensagem simples, pois afirmei meu gosto sobre um determinado
esporte. Agora, se eu afirmo “eu gosto do futebol, afinal ele é um esporte
popular e eu estou sempre do lado do povo”, aí temos um discurso formado por
três enunciados: a) eu gosto de futebol; b) o futebol é um esporte popular; c)
eu sou favorável aos esportes populares por estar sempre do lado do povo. Esses
três enunciados mostram várias afirmações. Além do meu gosto por futebol,
expressa uma percepção sobre este esporte, que é ele ser “popular”, bem como o
vínculo que faço entre esporte e população e entre minhas escolhas e gostos,
vinculados ao que é popular, que pode estar subentendido uma concepção política
(talvez populista) ou cultural (romantismo). Ou seja, aqui se afirmam valores
(o gosto pelo futebol e o povo) e informações/concepções (o esporte é popular,
devemos ficar do lado do povo, etc.), bem como, possivelmente, preferências
culturais ou posições políticas e a ideia de justificar tal gosto, o que
pressupõe que talvez exista uma discordância ou estranhamento por parte do destinatário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Porém,
esse não é um processo sem agentes reais. Todo discurso tem um autor, que é
aquele que emite a fala ou escreve o texto<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O discurso é sempre
manifestação de um ser humano. Mas não se trata de um ser humano abstratificado
e sim um ser humano real, um indivíduo concreto, com um processo histórico de
vida, com determinada posição na sociedade, com um conjunto de relações
sociais, determinado acesso à cultura, etc. O autor é, portanto, o criador do
discurso. Até que ponto ele é “original” na criação do discurso é outra questão
que será abordada em outra oportunidade. O discurso não cria sua mensagem por
si mesmo. Pensar isso seria criar um fetichismo do discurso. É o autor do
discurso que efetiva o processo de enviar a mensagem. É ele quem cria a
mensagem, escolhendo, de forma mais ou menos livre, dependendo de cada caso
individual, a forma e o conteúdo da sua mensagem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Porém,
um discurso só pode ser proferido se houver um destinatário. Esse destinatário
pode ser imaginário, pode ser o próprio autor, mas, mesmo nesses casos, ele
existe, mesmo que como “alter-ego” ou “criação imaginária”. Quando um indivíduo
pensa consigo mesmo, não está usando a fala ou a escrita, mas quando ele fala
algo para si diante do espelho, seja para treinar uma exposição pública ou para
reforçar alguma decisão, aí ele apresenta um discurso, caso seja um conjunto de
enunciados. Porém, esses são casos raros e geralmente inacessíveis. O mais
comum e acessível é o discurso para algum destinatário. E esse destinatário
pode ser um indivíduo (vizinho, pessoa da família, desconhecido no meio da rua,
o aluno, o professor, etc.) ou uma coletividade (o discurso oficial de um
presidente em cadeia nacional de rádio e TV, o discurso de um professor em uma
sala de aula, o discurso de um ativista para integrantes do mesmo partido, etc.).
O destinatário do discurso também pode ser constituído por coletividades abstratas,
reais ou ilusórias, tais como a “raça ariana”, os “extraterrestres”, a “nação
brasileira”, os “ciclistas brasileiros”, os “torcedores do Vila Nova Futebol
Clube”<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Um
último elemento é entender que toda mensagem tem um “tema”. O tema do exemplo
do discurso sobre o gosto de determinado indivíduo sobre futebol esclarece
isso. Nesse caso, o tema é o futebol. A mensagem é sobre o futebol, e que
valora tal esporte devido ao seu vínculo com a população. O discurso de Engels diante
do túmulo de Marx, em 1883, tem o pensador alemão como tema. Assim, a mensagem
é sempre sobre algo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em
síntese, o discurso é uma relação social entre autor e destinatário, na qual o
primeiro envia uma mensagem ao segundo através de um conjunto de enunciados,
sob a forma escrita ou falada, a respeito de algo. O conceito de discurso aqui
apresentado não é suficiente para entender o discurso. Por isso é preciso
aprofundar e refletir sobre os seus elementos constitutivos.<o:p></o:p></span></p>
<h1 style="margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 16.0pt; mso-themecolor: text1;">OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO DISCURSO<o:p></o:p></span></b></h1>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
conceito de discurso apresentado coloca o que é essencial para entender essa
manifestação cultural específica: a mensagem. O essencial, no entanto, nem
sempre aparece imediatamente. Segundo Marx, se a essência e a aparência
coincidissem, a ciência seria supérflua (1988). Aqui se entenda por “ciência”,
a concepção marxista, derivada da concepção hegeliana (Korsch, 1983), segundo a
qual ela seria um saber verdadeiro e totalizante (o que significa que é uma
concepção distinta da concepção positivista de ciência, até hoje hegemônica). Em
certos fenômenos, no entanto, o essencial pode aparecer sob forma imediata. O
essencial aparece imediatamente quando é uma ação humana consciente que quer se
expressar de forma direta. Isso ocorre no caso de alguns discursos, nos quais o
que é afirmado no próprio discurso como essencial, o é realmente. Isso, no
entanto, não quer dizer que o destinatário acessará isso imediatamente ou
compreenderá a mensagem. Assim, alguns discursos se ocultam, outros se revelam.
No caso daqueles que se revelam, o destinatário tem que ter a capacidade de
apreender a mensagem, o que será facilitado se houver convergência perspectival
e dificultado se houver divergência perspectival<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, além de diversas outras
determinações em cada caso concreto e que vai pender a balança para um ou outro
lado. Outra dificuldade é o nível de complexidade da mensagem, pois as mais
simples são mais facilmente identificadas e as mais complexas já possuem um
grau maior de dificuldade de identificação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Se o
essencial de um discurso é a sua mensagem, então o primeiro passo para quem
quer entendê-lo ou analisá-lo é buscar descobrir qual é mensagem que ele
transmite. A mensagem é repassada pelo autor dependendo de sua
intencionalidade, seus recursos formais, seus interesses, seus valores, seus
vínculos culturais, sua autoimagem, suas condições no momento de elaboração, etc.
Porém, uma vez materializado num discurso escrito ou falado, temos a
manifestação da mensagem, ou seja, da essência do discurso. Alguns autores são
diretos em sua mensagem, outros não são tão diretos e alguns são obscuros. Além
disso, algumas mensagens são mais simples e, por conseguinte, mais facilmente
identificáveis ou compreendidas, outras são mais complexas e, por conseguinte,
de acesso mais difícil. A forma como o discurso é transmitido também pode
facilitar ou dificultar a compreensão da mensagem. Alguns autores se defrontam
com destinatários hostis e por isso pode omitir ou não ser muito direto em seu
discurso, ou mesmo pode estar num contexto de censura. O caso da música popular
brasileira nos anos 1970, durante regime militar, é exemplar no caso de
mensagens que são enviadas sob forma velada para os censores. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O ponto
de partida para nossa reflexão sobre a identificação da mensagem num discurso é
este como caso específico e concreto. É, por exemplo, o discurso de Engels
diante do túmulo de Karl Marx ou então o discurso de Fidel Castro sobre a
existência de um partido único em Cuba, ou, ainda, o discurso de posse de Lula
em 2023. Outros discursos, para além da política, podem esclarecer ainda mais
isso: o discurso de um amigo sobre os males das bebidas alcoólicas ou o
discurso contido numa letra de música. A isso denominamos <i>discurso unitário</i>,
ou seja, um determinado discurso materializado numa fala específica ou num
escrito específico, sobre um tema específico (por mais amplo e extenso que ele
seja).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Através
da análise de um discurso unitário, ou seja, um discurso específico e que tem
todas as características que se espera dele, sendo, portanto, completo, é
possível entender o discurso em sua essência. Porém, uma coisa é a essência do
discurso, expressa em seu conceito, mas outra coisa é entender a essência no
discurso unitário. Para descobrir a essência no discurso unitário é necessário
entender sua mensagem específica. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Porém,
um discurso unitário pode passar várias mensagens. Um mero exemplo pode já
expressar uma mensagem, assim como cada enunciado é uma mensagem simples. Então
a questão é descobrir qual é a mensagem fundamental do discurso. Para descobrir
qual é a mensagem fundamental de um discurso é necessário entender os elementos
constitutivos do discurso, especialmente aqueles que nos permitem acessar a
essência em determinado discurso unitário, e o tema abordado por ela. Um
obstáculo existente nesse processo é a diferença entre o discurso falado e o
discurso escrito. Tendo em vista que as diferenças entre estas duas formas de
manifestação do discurso e suas consequências para a sua análise, deixamos
claro que o foco aqui é o discurso escrito, embora em geral funcione também
para o discurso falado, mas que teria que ser adaptado para suas
especificidades e alguns termos seriam diferentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No
plano puramente formal, é possível dizer que um discurso unitário escrito é
formado por letras, palavras, orações, parágrafos, etc. Porém, no plano da
análise do discurso, é mais importante identificar os elementos significativos
que explicitam a mensagem. Desta forma, podemos dizer que o discurso é
constituído por <i>signos, enunciados, proposições e argumentos</i>, que, em
sua totalidade, constituem a forma pela qual a mensagem fundamental é enviada
(com um conjunto de outras mensagens presentes) a respeito de um <i>tema</i><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Isso é identificado no
escrito<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Não será possível aqui
apresentar sob forma detalhada e aprofundada todos estes elementos, o que ficará
para uma obra mais extensa sobre isso, mas tão somente apresentar uma breve
reflexão sobre cada um desses elementos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Os <i>signos</i>
são o que se denomina “palavras”. O signo é um dos temas mais discutidos da
linguística e a discussão sobre o sentido das palavras é o tema fundamental da
semântica, embora também seja tema da filosofia da linguagem e outras áreas do
saber. Não se trata aqui de retomar toda a discussão existente sobre signos,
nem a proposta clássica de Saussure (1978), nem as demais abordagens. Aqui é
suficiente colocar uma concepção de signo que entende que ele remete para um
referente (elemento da realidade que ele expressa) e possui um sentido. O
sentido de um signo pode assumir complexidade dependendo de qual é ele. “Mesa”,
por exemplo, é um signo simples e sua relação com o seu referente (o objeto
mesa) não gera controvérsias. Porém, “fascismo” ou “liberalismo” já são termos
complexos e que geram diversas controvérsias. Nesses casos, um mesmo signo pode
possuir vários sentidos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A ideia
de Mikhail Bakhtin (1990) de “luta de classes em torno dos signos” se insere
nessa discussão. A luta em torno dos sentidos das palavras permite compreender a
dificuldade do entendimento de determinados signos em determinados discursos ou
a multiplicidade de sentidos de outros<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Quando um signo expressa
corretamente o seu referente, temos um significado, e, quando não o faz, quando
deforma, então temos um significante<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Desta forma, uma palavra
pode ter vários sentidos, tal como o termo “ideologia”, que, como todos os
signos, só pode ter um significado (ou não ter nenhum)<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> e vários significantes.
Marx foi o responsável pela percepção do referente, ou seja, do fenômeno, que é
a <i>ideologia</i>, mas antes dele e depois dele muitos significantes foram
criados, inclusive alguns deles sendo atribuído a este pensador por seus
“intérpretes”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
signo, no entanto, não existe isoladamente. O signo só existe no interior de um
idioma e em relação com diversos outros signos e é no interior dessa totalidade
e em sua relação com a realidade que ele ganha o seu significado. No caso do
discurso, o signo é um dos seus elementos constitutivos e um dos mais
importantes, pois a compreensão de um discurso (assim como para ele efetivar
sua função de comunicação) remete ao entendimento dos signos utilizados. Os
signos usados na linguagem cotidiana diferem dos utilizados na linguagem
noosférica, ou seja, dos tecnotermos, construtos, conceitos, categorias, etc. Os
sentidos das palavras na linguagem cotidiana geralmente têm maior simplicidade
e menos controvérsia. Porém, no âmbito da filosofia e das ciências, por
exemplo, há uma maior complexidade e controvérsias. Os signos da linguagem
cotidiana remetem ao idioma e os signos da linguagem noosférica remetem para
diversos campos linguísticos ou subidiomas<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> criados no seu interior (e
depois traduzidos para outros idiomas), tal como o da filosofia de Hegel,
Heidegger, Sartre, etc. ou a sociologia de Durkheim, Weber, Parsons, etc.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
sentido dos conceitos em um texto de um autor marxista pode ser definido na
própria obra ou pode ser considerado como algo subentendido pelo leitor. Nesse
processo, o subentendimento é algo comum quando os destinatários são
considerados como tendo uma bagagem lexical e semântica comum. Numa comunidade
de católicos praticantes, por exemplo, alguém falar em “sacramento”, “batismo”,
“crisma” e “eucaristia” não provocará uma busca em dicionários para saber o
sentido dessas palavras. Isso, no entanto, nem sempre ocorre, o que pode gerar
problemas interpretativos. Um filósofo criativo pode gerar toda um léxico
próprio e após isso, em obras posteriores, partir da ideia de subentendimento
ao considerar que seus leitores leram as obras anteriores, bem como pode indicar,
para os novos leitores, a leitura delas. Porém, caso não haja leitura de obras
anteriores ou o filósofo em questão não realize definições por considerar que o
termo está subentendido, poderá contribuir com interpretações equivocadas,
geradas por <i>conversão linguística</i>, no qual o destinatário (leitor ou
ouvinte) converte o sentido do termo à sua bagagem cultural ao invés de
entender no sentido original do autor. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No
âmbito da análise do discurso, o entendimento do sentido das palavras é
fundamental. Em casos em que há o uso, por parte do autor, do subentendimento,
torna-se necessário a leitura das outras obras em que a definição do termo
aparece. Mas mesmo palavras da linguagem cotidiana podem gerar problemas
interpretativos, pois determinados autores podem realizar um uso diferenciado
dos termos utilizados. Dependendo de quem é o autor, isso pode ocorrer por uma
má compreensão ou por uso criativo. Para entender o sentido de determinados
termos, além das definições que podem ser procuradas (mesmo que em outras
obras), o seu uso e sua relação com o conjunto do discurso permite uma
aproximação e compreensão, embora em alguns casos isso possa ser difícil.
Existem autores que são obscuros em relação ao léxico que utilizam e a falta de
clareza ao lado da prolixidade geram dificuldades interpretativas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Porém,
é fundamental entender que num discurso não aparecem signos isolados. Um
conjunto de signos é utilizado em um discurso. Em discursos mais curtos e
simples, os signos são geralmente os vocábulos do idioma, ou seja, da linguagem
cotidiana. Em discursos mais complexos, especializados, técnicos, o conjunto de
signos se torna mais amplo. Esse conjunto de signos formam o léxico do discurso
e este possui os sentidos correspondentes. O conjunto de sentidos que
correspondem ao conjunto de signos forma o código do discurso. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
enunciado é um elemento importante que pode ajudar a entender o sentido dos
signos utilizados em determinado discurso. Por enunciado entenda-se, tal como
definido antes, uma mensagem simples, afirmações<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Os enunciados são
afirmações que permitem a transmissão de uma mensagem complexa. O primeiro
parágrafo do livro <i>A Linguagem Esquecida</i>, de Erich Fromm, pode ajudar a
demonstrar isso:<o:p></o:p></span></p>
<blockquote><p class="ABNTCIT" style="text-align: justify;">Se é verdade que a capacidade de ficar perplexo é o começo da sabedoria,
então esta verdade é um triste comentário à sabedoria do homem moderno.
Qualquer que sejam os méritos de nosso elevado grau de educação literária e
universal, perdemos o dom de ficar perplexos. Imagina-se que tudo seja
conhecido – senão por nós, por algum especialista cujo mister seja saber aquilo
que não sabemos. De fato, ficar perplexo é constrangedor, um indício de
inferioridade intelectual. Até as crianças raramente se surpreendem, ou pelo
menos procuram não demonstrar isso; à medida que vamos envelhecendo, aos poucos
perdemos a capacidade de ficarmos surpresos. Saber as respostas certas parece
ser o principal; em comparação, considera-se insignificante o saber fazer as
perguntas certas (Fromm, 1983, p. 13).<o:p></o:p></p></blockquote>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Esse
longo parágrafo mostra diversos enunciados. O primeiro enunciado relaciona
perplexidade e sabedoria e o segundo conclui que a sabedoria do homem moderno
está comprometida pela falta de perplexidade. O resto apresenta diversos outros
enunciados: perdemos o dom da perplexidade, imaginamos que tudo é conhecido, as
crianças raramente se surpreendem, etc. Não seria possível ele dizer o que disse
sem o conjunto de afirmações que realizou. Nenhum discurso pode ser proferido e
nenhuma mensagem pode ser enviada sem afirmações (no sentido colocado
anteriormente). O enunciado “saber as respostas certas parecer ser o
principal”, afirma uma constatação da situação cultural da modernidade e o
enunciado complementar, “</span>em comparação, considera-se insignificante o
saber fazer as perguntas certas”, que é outra constatação, agora sobre o outro
lado dessa situação, que é a desvaloração de saber fazer as perguntas certas. Esses
dois enunciados são fundamentais para colocar a problemática que ele quer
trabalhar no restante do seu texto.<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
conjunto de enunciados neste parágrafo, por sua vez, constitui uma proposição.
Essa proposição possui uma função no discurso de Fromm, que é problematizar as
certezas e falta de perplexidade na sociedade moderna. Os enunciados são
encadeados para emergir a problematização. As proposições são as sequências de
grupos de enunciados, expressos em parágrafos, no discurso escrito. No discurso
falado, que não é nosso foco, elas podem ser identificadas na passagem entre um
conjunto de afirmações e outro conjunto (geralmente marcados por pausas e, se
forem transcritos, tornando-se um texto, assumem a forma de parágrafos).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Os
argumentos, por sua vez, realizam uma articulação dos enunciados fundamentais.
Eles não seguem uma sequência textual (ou oral), como no caso das proposições. Eles
formam, ao lado dos signos e enunciados fundamentais, a estrutura do discurso. Os
argumentos são mais facilmente perceptíveis, embora possam ser confundidos com
as proposições, pois o discurso se move em torno deles. Eles podem ser mais ou
menos explícitos. No caso dos discursos escritos, especialmente os do saber
noosférico, como o científico, o filosófico, o marxista, entre outros, eles
podem ser mais difíceis de ser identificados em alguns casos, mas não em
outros. Retornemos com o exemplo de Fromm apresentando alguns de seus
argumentos explicitados na referida obra:<o:p></o:p></span></p>
<blockquote><p class="ABNTCIT" style="text-align: justify;">A linguagem simbólica é uma língua em que as experiências
íntimas, os sentimentos e pensamento são expressos como se fossem experiências sensoriais,
fatos do mundo exterior. É uma linguagem cuja lógica difere da linguagem
convencional que falamos de dia, uma lógica em que as categorias dominantes não
são o espaço e o tempo, mas sim a intensidade e a associação. É o único idioma
universal jamais criado pela raça humana, o mesmo para todas as criaturas e
para todo o curso da história. É uma língua com gramática e sintaxe próprias,
por assim dizer, e cujo conhecimento é imprescindível para se poder entender o
significado dos mitos, dos contos de fadas e dos sonhos (Fromm, 1983, p. 16).<o:p></o:p></p></blockquote>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O
argumento explicitado por Fromm é o de que a linguagem simbólica é específica e
bem diferente da linguagem racional e cotidiana. Esse argumento é básico para
sua obra, que visa justamente analisar essa especificidade e explicar as
características da linguagem simbólica. Nesse parágrafo há um conjunto de
enunciados fundamentais que constituem o argumento que, por sua vez, é
fundamental para entender o livro de Fromm.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Um
elemento necessário para entender o discurso unitário é sua estrutura. A
estrutura do discurso é composta pelos signos e enunciados fundamentais
articulados com as proposições e argumentos que expressam a mensagem sobre o
tema. Não é preciso ressaltar, aqui, que se trata dos signos e enunciados <i>fundamentais</i>,
o que significa que existem signos e enunciados que não são fundamentais. Nesse
contexto estrutural, existe, no plano dos signos, a unissemia, ou seja, uma
coerência e unidade semântica. Os signos são do discurso e os sentidos são
coerentes, estáveis e adaptados aos enunciados, proposições e argumentos
fundamentais. Os enunciados, proposições e argumentos fundamentais que formam,
ao lado dos signos fundamentais, a estrutura do discurso, também são coerentes,
articulados, estáveis. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Além da
estrutura é possível reconhecer a existência de uma conjuntura. A estrutura,
para se manifestar, precisa utilizar signos, enunciados, proposições, que não
são fundamentais e sim complementares. Nesse caso, trata-se de elementos
complementares ocasionais<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. No caso do pensamento
filosófico e científico, isso ocorre com frequência. Entre uma obra ou outra,
ou em contextos diferentes, os termos podem ser usados com distintos sentidos.
Às vezes isso pode ocorrer num mesmo texto. Esse é o caso de Marx, que usa o
termo “abstração” em dois sentidos diferentes. Um sentido é o pejorativo, na
qual dizer que algo é uma “abstração” significa que é equivocado. O outro
sentido é o dialético, o sentido próprio que Marx atribuiu a tal expressão, a
partir de Hegel. Dois trechos mostram isso:<o:p></o:p></span></p>
<blockquote><p class="ABNTCIT" style="text-align: justify;">No entanto, numa observação atenta, apercebemo-nos de que há
aqui um erro. <i>A população é uma abstração</i> se desprezarmos, por exemplo,
as classes de que se compõe. <span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">[...].
</span>Assim, se começássemos pela população teríamos uma visão caótica do
todo, e através de uma determinação mais precisa, através de uma análise,
chegaríamos a conceitos cada vez mais simples; do concreto figurado passaríamos
<i>a abstrações cada vez mais delicadas</i> até atingirmos as determinações
mais simples (MARX, 1983, p. 218-219).<span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></p></blockquote>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Quando ele trata do erro e afirma que, nesse caso, “a
população é uma abstração”, usou o sentido pejorativo, que é o mais comum para
essa palavra. Quando trata do processo correto (tal como se vê no conjunto do
texto e acima é possível perceber parcialmente com a expressão “através de uma
análise”), usa “abstrações cada vez mais delicadas” como algo positivo. Assim,
a abstração dialética, um elemento peculiar do pensamento de Marx, se distingue
da abstração metafísica (que preferimos denominar “abstratificação” para evitar
confusão), que é um elemento conjuntural para este autor. No pequeno e
incompleto trecho acima já podemos identificar alguns signos que fazem parte da
estrutura do discurso de Marx, tal como classes, determinação, conceitos,
concreto, etc. No mesmo trecho é possível perceber elementos da conjuntura
discursiva: observação, erro, etc., que são os signos tal como utilizados na
linguagem cotidiana.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Assim, na estrutura discursiva, temos unissemia dos signos,
bem como coerência de enunciados e argumentos. Na conjuntura discursiva, temos
a possibilidade de polissemia (no exemplo acima é um termo usado em dois
sentidos diferentes, o que parecer ser contraditório, mas não é quando se
percebe o caráter conjuntural em que o termo aparece num dos casos). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sem dúvida, existem discursos mais simples e que, portanto,
podem ser distintos, sendo predominantemente conjunturais ou, tal como em
discursos que apesar da simplicidade são muito “fechados”, como uma pequena
declaração dogmática, podem ser predominantemente estruturais. Por outro lado,
existem discursos menos estruturados, mesmo que prolixos e aparentemente
complexos. Nesses casos, é possível que até em sua estrutura haja contradições,
sendo que sua unissemia e coerência é fraca. Esse é o caso de autores que não
dominam a estrutura de um determinado discurso, mas buscam expressá-la, tal
como um aluno de graduação que tenta expressar uma síntese escrita do livro de
Durkheim (1974), <i>As Regras do Método Sociológico</i>. A estrutura do
discurso de Durkheim existe em sua integridade, mas a exposição do aluno não dá
conta de reproduzi-la e assim gera polissemia e incoerência (o que pode
aumentar mais ainda se esse aluno for “disperso” e tentar relacionar esse autor
com outros, gerando proximidades inexistentes na realidade discursiva desse
pensador).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Isso significa que a estruturação de um discurso é relativa,
depende do autor, dos interesses, entre diversos outros aspectos. Mas,
geralmente, quando ele tem um nível de complexidade mais elevado, tende a ser
mais estruturado e menos contraditório. O nível de complexidade do discurso
tende a elevar o seu nível de estruturação. Porém, existem outras
determinações, tal como o autor e seu contexto, entre outras.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Há também diferenças de acordo com os gêneros de discurso. A
estrutura pode assumir determinadas diferenças, bem como o seu grau de
estruturação. Um discurso literário, por exemplo, terá enunciados figurativos,
só para citar um exemplo. Por isso é importante entender que os enunciados, as
proposições e os argumentos assumem formas e funções diferenciadas dependendo
do contexto discursivo. Partido do caso dos enunciados, eles assumem variadas
formas. Um enunciado figurativo num discurso científico tem significado
distinto que num discurso literário, bem como é censurado num discurso
legislativo. O enunciado “isso é verdade” é o mesmo em qualquer discurso, mas
se estiver sob a forma irônica, não quer dizer a mesma coisa. Da mesma forma,
um enunciado assume funções distintas dependendo do contexto discursivo ou do gênero
de discurso. Dois enunciados de Fromm citados anteriormente, ajudam a entender
isso: “à medida que vamos envelhecendo, aos poucos perdemos a capacidade de
ficarmos surpresos”. A função do primeiro enunciado é a de contextualização (o envelhecimento)
e a do segundo é o de constatação (perdemos a capacidade de nos
surpreendermos).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">As formas e funções se manifestam também no caso das
proposições e argumentos. Não é necessário explicitar isso aqui, mas, para que
tal afirmação não fique sem nenhuma fundamentação, traremos um caso concreto
para confirmar isso. No presente texto, a citação de Marx sobre abstração teve
a função de ilustração da ideia de que um autor pode utilizar dois sentidos
para uma mesma palavra num mesmo texto. A citação de Marx é uma proposição cuja
<i>função</i> foi a de ilustração. A <i>forma</i> dessa proposição foi alusiva,
pois se apelou para o pensamento de um outro autor. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É na estrutura do discurso que encontramos a mensagem sobre
o tema que ele aborda. Assim, os signos, enunciados, proposições e argumentos
giram em torno da mensagem e do tema. Eles não são autônomos, independentes,
como alguns formalismos deduzem (obviamente de outros aspectos do discurso,
usando outros termos, embora alguns se aproximem do léxico aqui trabalhado).
Eles estão orientados pela mensagem que o autor do discurso quer repassar a
respeito de um determinado tema. As opções por determinados signos e sentidos,
por determinados enunciados, proposições e argumentos não são gratuitas. Elas
derivam da mensagem que se quer passar sobre determinado tema e por isso estão
vinculados com elementos além e acima dos discursos, pois possuem origem
extradiscursiva. Embora seja possível identificar qual é a mensagem sobre
determinado tema, bem como o tema, existem elementos que dificilmente são
perceptíveis. Trataremos disso adiante. De qualquer forma, independentemente
disso, geralmente o autor quer passar uma mensagem e, dependendo de qual é ela,
será necessário clareza, objetividade, etc. Mesmo num discurso literário, que é
uma expressão figurativa da realidade, o autor pode fornecer pistas para uma
interpretação que consiga entender a mensagem, além da própria estrutura
discursiva. Porém, a estrutura do discurso literário, em si, apresenta a
mensagem, que, obviamente, raramente será clara e objetiva, o que permite uma
variedade enorme de interpretações. Em outras formas de discurso, esse problema
é geralmente menor. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Se retomarmos o exemplo do livro de Erich Fromm, <i>A
Linguagem Esquecida</i>, veremos uma estrutura de discurso coerente,
unissêmica, na qual há um processo no qual uma mensagem é enviada sobre a
“linguagem simbólica”, que é o tema-chave da obra e se desdobra nos subtemas principais
do mito, sonhos e contos de fadas e dos secundários (literatura, ritual). Os
signos, enunciados, proposições e argumentos giram em torno do tema, que é a “linguagem
simbólica”, e da mensagem, que é explicar o seu significado e a necessidade de
compreendê-la. A mensagem apresenta uma determinada concepção do que é
linguagem simbólica e de como podemos compreendê-la (como realizar sua
interpretação). Uma grande diversidade de signos, geralmente oriundos da
psicanálise tal como assimilados por Fromm, aparece. A definição de “linguagem
simbólica” é um exemplo óbvio e sua definição de “símbolo universal”, “símbolo
convencional” e “símbolo acidental” são outros signos que são fundamentais e
compõe a unissemia do seu discurso. O seu enunciado “o estado do sono tem uma
função ambígua”, entre diversos outros, é fundamental para entender sua análise
dos sonhos. Assim, existe um léxico, um código, enunciados, proposições e
argumentos fundamentais que formam a estrutura do seu discurso. Da mesma forma,
o léxico, o código, os enunciados, as proposições e os argumentos, que incluem
aqueles que não são fundamentais, formam um todo que é o seu discurso expresso
no seu livro, cuja mensagem e tema já expressamos. Só faltaria aqui explicitar
qual é a mensagem, ou seja, como explica o que é e como interpreta a linguagem
simbólica, o que não é nosso objetivo e seria muito extenso para expor aqui.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Para finalizar esse tópico, é fundamental deixar claro que o
tema é fundamental, pois a mensagem remete a ele. A mensagem, no entanto,
também é fundamental, pois é ela que coloca uma posição sobre o tema (o que
implica sua definição, análise, avaliação, etc.). Nesse sentido, a estrutura do
discurso gira em torno do tema e da mensagem e se materializa nos signos,
enunciados, proposições e argumentos utilizados. A mensagem sobre o tema é o
que determina quais são os elementos fundamentais escolhidos. A abordagem de
Fromm emerge a partir de uma perspectiva humanista e psicanalítica, com
influência de Marx, e isso é basilar em sua análise da linguagem simbólica, ou
seja, de sua mensagem sobre esse tema. É por isso que ocorre a admissão da
existência de “símbolos universais”, coisa inadmissível para determinadas
outras concepções. Essa estrutura do discurso de Fromm é complementada por uma
conjuntura discursiva, tal como se vê nos capítulos dedicados à “Freud e Jung”
e à “história da interpretação dos sonhos”. Esses dois capítulos expressam
elementos referenciais e fontes de inspiração, mas a abordagem de Fromm é
peculiar, assimiladora e, por conseguinte, se estes dois capítulos fossem
retirados, a obra continuaria compreensível e a mensagem sobre o tema ficaria intacta
(mais ainda com citações e referências que cobririam as lacunas informativas
sobre as fontes de inspiração e elementos assimilados). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A conjuntura discursiva é importante para compreender o
discurso, pois é o que complementa e possibilita a estrutura. A conjuntura é
complementar e pode ser dividida em complemento primário e secundário. O
complemento primário é mais importante, sendo um elemento derivado e vinculado
à estrutura discursiva, mas sem desenvolvimento, e o secundário é todo o resto,
sendo um elemento de materialização linguística, sem vínculo mais desenvolvido
com o discurso. O uso do termo “inconsciente” por um sociólogo que trata de
representações e não apresenta definições e nem aprofundamento, mas que numa
obra posterior realiza sua definição e discussão, é um complemento primário da
conjuntura discursiva, pois ele era uma necessidade no interior do discurso,
mas não foi desenvolvido. Se, no mesmo texto aparece os termos “vida”,
“cidade”, “comparação”, assim como dezenas de outros, que nada tem a ver com a
sua estrutura discursiva, então é um complemento secundário e seu significado
remete à linguagem cotidiana.<o:p></o:p></p>
<h1 style="margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 16.0pt; mso-themecolor: text1;">A CONSTITUIÇÃO SOCIAL DO DISCURSO<o:p></o:p></span></b></h1>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Apresentamos, até aqui, uma definição de discurso e uma
reflexão sobre seus elementos constitutivos. Os discursos, no entanto, não são
obras do acaso. Eles são fenômenos concretos, possuem não apenas uma totalidade
interna (estrutura e conjuntura, tal como colocamos anteriormente) e uma
essência (a estrutura discursiva), mas também possuem uma historicidade, bem
como estão inseridos em outra totalidade, mais ampla, que é a sociedade,
possuindo, por conseguinte, múltiplas relações. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nesse sentido, é necessário entender as determinações do
discurso, ou seja, como ele é constituído. Um discurso emerge numa determinada
época, lugar, situação. Porém, não é possível entender o discurso sem entender
o autor do discurso. O discurso, tal como definido anteriormente (e mesmo
subtraindo tal definição), é uma manifestação da consciência. E a consciência
não existe em si e por si. “A consciência não é nada mais que o ser consciente”
(Marx, Engels, 1982). Essa constatação é fundamental, pois, parafraseando-a,
podemos dizer que o discurso não é nada mais que uma expressão do ser que
discursa. Esse ser é o autor do discurso. Um discurso é o seu autor
discursando.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O autor do discurso, por sua vez, não é um ser
abstratificado, por mais que apareça assim na maioria das ideologias. O autor
do discurso é um indivíduo de carne e osso, que nasceu em determinado lugar e
época, que pertence a determinada classe social, bem como a outras
coletividades. Na sociedade moderna, o autor do discurso está envolvido pelo
conjunto de relações desta sociedade, da qual não pode escapar. O seu processo
histórico de vida, que foi responsável por gerar seus valores fundamentais,
seus sentimentos mais profundos e concepções mais arraigadas, ou seja, sua
mentalidade, bem como sua singularidade psíquica (ou seja, sua personalidade),
ocorreu nessa sociedade, sendo que ele foi criado nela e para ela, gerando
determinados interesses. Sem dúvida, isso varia de acordo com sua inserção
nessa sociedade, desde o caso familiar até a classe social de pertencimento, em
contexto culturais, políticos e econômicos que variam de indivíduo para
indivíduo. O que interessa é que o autor do discurso é um ser social. E assim
como não é possível subtrair o autor do discurso, não é possível subtrair o ser
social do autor.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Assim, a constituição social do discurso é algo facilmente
perceptível, pois quem produz o discurso é um ser social. E isso significa um
conjunto de determinações. A determinação fundamental é a perspectiva de classe
desse autor, o que revela o seu campo axiomático, os valores fundamentais,
sentimentos mais profundos e concepções mais arraigadas desse indivíduo, bem
como seus interesses. Claro que em alguns casos a determinação fundamental pode
ser outra. Esse é o caso de autoria duvidosa (um indivíduo é o autor, mas ele,
por exemplo, pagou para outra pessoa escrever e por isso as ideias não são
exatamente as suas convicções, mas sim as do real escritor) ou de autoria
forçada (uma carta que um sequestrado deve escrever a mando e sob diretrizes
dos sequestradores, por exemplo). Esses casos extremos e mais raros podem ser
complementados pelo caso de estudantes e outros que escrevem discursos (prova,
por exemplo) de forma totalmente desinteressada e descompromissada, querendo
apenas agradar outros ou cumprir obrigações cujo teor não lhes interessa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Vamos, no entanto, deixar esses casos de lado e focalizar
nos casos de discursos em que os autores estão comprometidos, pelo menos
relativamente, com sua mensagem. Para saber como o autor chegou ao produto
final que é o seu discurso, é preciso, além de saber dele e de sua inserção na
sociedade, entender como o mundo e especialmente os aspectos da sociedade que
mais lhe atingem estavam no contexto da escrita. Por outro lado, essa situação
da sociedade gera processos culturais e alterações em instâncias específicas
nas quais muitos indivíduos estão envolvidos e nos quais muitos discursos
(inclusive os especializados) são produzidos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Para compreender todos esses processos é necessária uma
teoria da sociedade capitalista, uma teoria do desenvolvimento capitalista, uma
teoria do desenvolvimento cultural da sociedade moderna. Sem essa base teórica,
a compreensão do discurso se vê comprometida. Não será possível, no presente
espaço, nem sequer esboçar tais elementos. Nesse sentido, teremos apenas que
colocar o referencial teórico básico para que se possa, a partir dele, entender
o que virá a seguir. A teoria do capitalismo, em suas grandes linhas, pode ser
encontrada na obra de Marx (1988), a teoria do desenvolvimento capitalista (que
é importante por mostrar suas mutações em cada época, o que tem impacto sobre
os discursos de cada período dessa sociedade) pode ser encontrada na teoria dos
regimes de acumulação (Viana, 2009b; Viana, 2015; Almeida, 2020), uma teoria da
cultura tem vários esboços e devido sua complexidade pode ser encontrada em
algumas obras sobre a mentalidade dominante, a episteme burguesa e as
renovações hegemônicas com a sucessão de paradigmas que detém a hegemonia em
cada fase do capitalismo (Viana, 2008, Viana, 2018, Viana, 2019b).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Desta forma, fica mais fácil entender a constituição social
do discurso. O discurso de Michel Pêcheux e suas três fases<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
só pode ser compreendido a partir de uma contextualização social, cultural e discursiva
(Viana, 2023). As mutações no seu discurso sofreram impactos das mudanças
sociais e culturais da época em que foram produzidos. Assim, os autores dos
diversos discursos estão marcados pelo contexto social e histórico, bem como
pelo cultural e discursivo no qual estão inseridos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Além dessas determinações mais gerais do discurso, existem
outras mais específicas. O lugar onde o discurso emerge pode exercer um impacto
sobre ele. Claro que isso varia de acordo com o autor (desde sua mentalidade e
personalidade, até as suas idiossincrasias menos importantes, como vínculo com
o lugar, embora, em alguns casos, isso pode ser fundamental e ganhar peso
explicativo). O lugar pode ser uma cidade, estado ou país e o vínculo que o
autor tem com ele. Um nacionalista, por exemplo, vai ter um impacto muito maior
em sua produção discursiva do país e da cultura local do que um anacionalista.
As suas leituras, preocupações, etc., estarão voltados para a nacionalidade, as
questões locais, os demais autores nacionais e suas concepções, etc. Um
professor universitário convencido da importância da universidade e do saber
escolar vai ter uma influência muito mais forte em sua produção discursiva do
que um outro que é crítico da própria instituição ou alguém que não tem
vínculos com tal instituição.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mais do que o lugar, as motivações do discurso são
importantes para entender e explicar determinadas manifestações discursivas.
Dentre as motivações dos discursos, uma das mais constantes são os interesses
pessoais, que muitas vezes se mesclam como interesses profissionais e de
classe. Um ataque encolerizado de um intelectual contra outro surge, ou de sua
mentalidade ou de seus interesses (e geralmente ambos estão unidos). As
críticas de Bourdieu ao neoliberalismo, à globalização e à “imposição do modelo
americano”, bem como sua oposição aos <i>Think Thanks</i> conservadores e
“sociologia soft” e discurso surpreendente em defesa de um “conhecimento
engajado” e de um “novo movimento social europeu” (Bourdieu, 1998; Bourdieu,
2001) só podem ser compreendidas através das mudanças sociais (que ele
denuncia) e de como isso atinge ele e sua posição na esfera científica e
subesfera sociológica<a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Outro elemento que ajuda a compreender a constituição de um
discurso é seu objetivo. A motivação é o que move o autor, mas o objetivo é o
que ele pretende com o seu discurso. O objetivo de um discurso eleitoral, por
exemplo, é convencer os eleitores a votar em um determinado candidato ou
partido. Quando Santo Anselmo gerou o “argumento ontológico”, o seu objetivo
explícito era provar racionalmente a existência de Deus. O objetivo é muitas
vezes explicitado no próprio discurso. Porém, é possível existir também um
objetivo implícito. No caso do discurso de Bourdieu acima aludido, o objetivo
explícito era criticar as mazelas das mudanças do capitalismo contemporâneo,
tais como americanização, neoliberalismo, etc. O objetivo implícito é a busca
de recuperação de hegemonia na subesfera sociológica. Note-se que a motivação
contribui para entender o objetivo implícito. É possível também a existência de
objetivos secundários. Um estudante de mestrado pode escrever uma tese de
doutorado com o objetivo explícito de concluir o curso, mas, de forma
implícita, poderia ter a intenção de realizar uma crítica a algum
posicionamento e como objetivo secundário a inserção em alguma escola de
pensamento.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Um outro elemento determinante do discurso é a sua função
geral e funções específicas. Um discurso ideológico tem a função geral de
justificar e legitimar determinadas relações sociais e um discurso ideológico
de um autor que busca sucesso acadêmico pode expressar a função específica de
inovação para conseguir destaque e espaço. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Existe também determinações formais sobre os discursos, pois
os autores seguem normas, que podem ser as da gramática, as do gênero discursivo,
as das normas impostas por instituições, etc. Nesse caso se destaca o gênero
discursivo, pois os autores sempre buscam seguir as regras do gênero, seja por
buscar se inserir dentro de uma tradição ou especialização, seja por
necessidade de atingir seus objetivos. O discurso religioso tem regras que são
seguidas mesmo por quem não tem consciência delas e não as compreende, apenas
através do processo de imitação e busca de atingir os objetivos estabelecidos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Em síntese, o discurso é constituído socialmente. Isso
mostra que a compreensão do discurso requer uma compreensão das relações
sociais e seus derivados. O autor do discurso é o ser social que é constituído
social e historicamente e repassa isso para seu discurso. Quando se lê um
discurso se vê apenas o escrito, não é imediatamente acessível o sobrescrito (a
constituição social do discurso) e o subscrito (o implícito), tal como no
discurso legislativo se vê apenas a lei, mas não o seu processo social de produção
(os embates políticos por detrás disso) e o que fica implícito (Viana, 2019b).<o:p></o:p></p>
<h1 style="margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 16.0pt; mso-themecolor: text1;">CONSIDERAÇÕES FINAIS<o:p></o:p></span></b></h1>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O nosso objetivo no presente texto foi apresentar elementos
para uma teoria do discurso, que fazem parte de um projeto em andamento de uma
obra mais ampla e extensa que visa materializar essa formulação teórica. Nesse
esboço dos elementos para uma teoria do discurso, focalizamos nos aspectos
fundamentais: o conceito de discurso, os seus elementos constitutivos e sua
formação social. Esses elementos são fundamentais para o desenvolvimento de uma
análise dialética do discurso, que é parte desse projeto teórico. Os próximos
passos teóricos devem aprofundar e desenvolver o que foi aqui esboçado e abrir
novos horizontes teóricos e analíticos.<o:p></o:p></p>
<h1 style="margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 16.0pt; mso-themecolor: text1;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></b></h1>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><a name="_Hlk148965342"><span style="background: white; color: #333333; mso-fareast-font-family: Calibri;">ALMEIDA, Felipe Mateus de (org.). <i>O Regime de Acumulação
Integral</i>. Retratos do Capitalismo Contemporâneo. Goiânia: Edições Redelp,
2020.</span></a></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><a name="_Hlk148965342"><span style="background: white; color: #333333; mso-fareast-font-family: Calibri;"><br /></span></a></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span lang="ES" style="font-variant-alternates: normal; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; text-indent: 0cm;">BAKHTIN</span><span lang="ES" style="text-indent: 0cm;">, Mikhail. </span><i style="text-indent: 0cm;">Marxismo
e Filosofia da Linguagem</i><span style="text-indent: 0cm;">. 5<sup>a</sup> edição, São Paulo, Hucitec,
1990.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="text-indent: 0cm;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="text-indent: 0cm;">BAKHTIN, Mikhail. </span><i style="text-indent: 0cm;">Os Gêneros
do Discurso</i><span style="text-indent: 0cm;">. São Paulo: Editora 34, 2016.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">BOURDIEU, Pierre. <i>Contrafogos
2</i>. Por um movimento social europeu. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span lang="ES-TRAD" style="font-variant: small-caps; letter-spacing: 0.15pt; mso-ansi-language: ES-TRAD; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">BOURDIEU</span><span lang="ES-TRAD" style="letter-spacing: 0.15pt; mso-ansi-language: ES-TRAD; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">, Pierre. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="letter-spacing: 0.15pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">Contrafogos. Táticas para
Enfrentar a Invasão Neoliberal</span></i><span style="letter-spacing: 0.15pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">. Rio de Janeiro,
Jorge Zahar, 1998.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="letter-spacing: 0.15pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="background: white; color: black; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: Calibri;">BOURDIEU, Pierre. O campo científico. </span><span lang="EN-US" style="background: white; color: black; mso-ansi-language: EN-US; mso-color-alt: windowtext; mso-fareast-font-family: Calibri;">In: ORTIZ, Renato (Org.). <i>Bourdieu</i>.
</span><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">2ª edição, São Paulo:
Ática, 1994.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT-BR;">DURKHEIM, Émile. <i>As Regras do Método Sociológico</i>. 6ª edição, São
Paulo: Nacional, 1974.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">FROMM,
Erich. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Linguagem Esquecida. </i>Uma
Introdução ao Entendimento dos Sonhos, Mitos e Contos de Fadas. 8<sup>a</sup>
edição, Rio de Janeiro: Zahar, 1983.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span lang="ES-TRAD" style="mso-ansi-language: ES-TRAD;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span lang="ES-TRAD" style="mso-ansi-language: ES-TRAD;">KORSCH, Karl. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Karl Marx</i>. </span><span lang="ES" style="mso-ansi-language: ES;">Barcelona: Ariel, 1983.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span lang="EN-US" style="color: black; font-variant: small-caps; mso-ansi-language: EN-US; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span lang="EN-US" style="color: black; font-variant: small-caps; mso-ansi-language: EN-US; mso-themecolor: text1;">MARX</span><span lang="EN-US" style="color: black; mso-ansi-language: EN-US; mso-themecolor: text1;">, Karl e <span style="font-variant: small-caps;">ENGELS</span>,
Friedrich. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">A Ideologia Alemã (Feuerbach</span></i><span style="color: black; mso-themecolor: text1;">). 3ª edição<i style="mso-bidi-font-style: normal;">, </i>São Paulo: Ciências Humanas, 1982.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="font-variant: small-caps;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="font-variant: small-caps;">MARX</span>, Karl. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Contribuição à Crítica da Economia Política</i>. 2ª edição, São Paulo:
Martins Fontes, 1983.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">MARX, Karl. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Capital</i>. Vol. 1, 3ª edição, 5 vols., São Paulo: Nova Cultural,
1988.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">PÊCHEUX, Michel.
Análise do Discurso: Três Épocas (1983). GADET, Francoise; HAK, Tony (orgs.). <i>Por
uma Análise Automática do Discurso</i>. Uma Introdução à Obra de Michel
Pêcheux. 4ª edição, Campinas: Editora da Unicamp, 2010. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">PÊCHEUX, Michel;
FUCHS, Catherine. A Propósito da Análise Automática do Discurso: atualização e
perspectivas. In: GADET, Francoise; HAK, Tony (orgs.). <i>Por uma Análise
Automática do Discurso</i>. Uma Introdução à Obra de Michel Pêcheux. 4ª edição,
Campinas: Editora da Unicamp, 2010. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><a name="_Hlk150325079"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></a></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk150325079;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">SAUSSURE, Ferdinand. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Curso</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">de</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Linguística</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Geral</i>. São Paulo: Cultrix, 1978.<o:p></o:p></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk150325079;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><a name="_Hlk150325053"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></a></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk150325053;"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">VIANA,
Nildo. Contribuição à Crítica da Análise Automática do Discurso. In: ALMEIDA,
Flávio; SILVA, Marcelo (orgs.). <i>Ciências humanas e sociais: tópicos atuais
em pesquisa</i>. Guarujá: Científica Digital, 2023.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk150325053;"><span style="font-variant: small-caps;"><o:p> </o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk150325053;"><span style="font-variant: small-caps;">VIANA</span>,
Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Estado, Democracia e Cidadania. </i>A
Dinâmica da Política Institucional no Capitalismo. 2ª edição, Rio de Janeiro:
Rizoma, 2015.<o:p></o:p></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk150325053;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">VIANA, Nildo. <i>Hegemonia Burguesa e
Renovações Hegemônicas</i>. </span><span lang="ES" style="mso-ansi-language: ES; mso-fareast-font-family: Calibri;">Curitiba: CRV, 2019b.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Linguagem, Discurso e Poder</i> – Ensaios sobre Linguagem e Sociedade.
Pará de Minas: Virtualbooks, 2009.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Capitalismo na Era da Acumulação Integral</i>.
São Paulo: Idéias e Letras, 2009b.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA; mso-themecolor: text1;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="color: black; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA; mso-themecolor: text1;">VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Modo de Pensar Burguês</i>. Episteme Burguesa e Episteme Marxista. Curitiba:
CRV, 2018.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">VIANA,
Nildo. <i>Políticas de Saúde no Brasil e Discurso Legislativo.</i> Uma Análise
Dialética do Discurso. Rio de Janeiro: Saramago, 2019a.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">VIANA</span><span style="mso-fareast-font-family: Calibri;">, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Universo Psíquico e Reprodução do Capital</i>. Ensaios
Freudo-Marxistas. São Paulo: Escuta, 2008.<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Não é possível aqui
discutir a complexidade da questão do autor (e nem dos demais aspectos e por
isso nosso texto apresenta “elementos” para uma teoria do discurso e não tal
teoria já desenvolvida, o que promoveria a necessidade de diversos
desdobramentos e aprofundamentos). Apenas para deixar claro essa complexidade
que aqui não é abordada, é possível recordar que existem discursos que possuem
autoria coletiva, bem como outros possuem autoria anônima. O discurso
legislativo, tal como se observa nas leis instituídas, é de autoria coletiva
(Viana, 2019a) e o discurso manifesto no <i>Protocolo dos Sábios do Sião</i> é
apócrifo, o que geram diferenças e processos específicos para sua análise.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Depois de escrever esse
trecho, derivado de reflexões anteriores à escrita, encontramos em uma obra de
Bakhtin uma percepção semelhante: “este destinatário pode ser um
participante-interlocutor direto do diálogo cotidiano, pode ser uma
coletividade diferenciada de especialistas de algum campo especial da
comunicação cultural, pode ser um público mais ou menos diferenciado, um povo,
os contemporâneos, os correligionários, os adversários e inimigos, o
subordinado, o chefe, um inferior, um superior, uma pessoa íntima, um estranho,
etc.; ele também pode ser um outro totalmente indefinido, não concretizado
[...]” (Bakhtin, 2016, p. 62-63).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Dificuldade não quer dizer
impedimento, embora existam níveis de dificuldade e, em alguns casos, pode ser
praticamente impossível um entendimento devido às características do discurso
ou do destinatário. A convergência perspectival, isto é, quando autor e
destinatário possuem a mesma perspectiva (de classe, de ideologia, de valores,
etc.) facilita a compreensão do discurso explícito ou da mensagem intencional,
mas nem sempre possibilita a compreensão do implícito e de mensagens
subliminares.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> É possível um discurso ter
mais de um tema e possuir vários subtemas, mas o mais comum é um tema
fundamental, que pode estar acompanhado por outros temas e subtemas ou não.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> No caso do discurso
falado, seria identificado na fala (que pode ser transcrita, assumindo a forma
de escrito e facilitando o mesmo trabalho analítico, embora este deva
reconhecer o caráter de transcrição e, por conseguinte, especificidades da fala
transcrita e sua diferença com o escrito). <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> O que não quer dizer que
não existam outras determinações.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Aqui é importante
explicitar que esses termos não são trabalhados tal como definidos por Saussure
(1978), o que já aponta para o entendimento da complexidade dessa questão e que
ela se manifesta na linguagem em geral, inclusive na linguística. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Um signo sem significado
ou é um referente (algo realmente existente) sem compreensão verdadeira ou uma
palavra sem referente. Assim, o termo “matemática” pode ainda não ter sido
compreendido adequadamente pela consciência humana, ou, ainda “buraco negro” e,
por conseguinte, não possui um significado, mas pode ter vários significantes. Os
signos vazios são raros e geralmente são palavras estrangeiras, ou invenções
ficcionais, como “anarcolopitecus”, por exemplo.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Alguns usam “subidioma”
como sinônimos de “dialetos”. Porém, consideramos que os dialetos são variações
regionais de um idioma, tal como é geralmente concebido, e subidiomas são campos
linguísticos, ou seja, produções lexicais e semânticas no interior de um
idioma, tendo ele como base linguística. Assim, se Freud criou um campo
linguístico ou subidioma, o fez no interior do idioma alemão e que se
caracterizou pela criação lexical, tal como alguns neologismos, e,
fundamentalmente, por ressignificação (novos sentidos para palavras já
existentes em alemão, como, por exemplo, o termo “inconsciente”). A respeito
dos campos linguísticos, cf. Viana (2018). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Assim, nossa concepção
tem certa semelhança com a de Bakhtin (2016), mas também tem diferenças.
Bakhtin é um tanto impreciso em sua concepção de enunciado, que, às vezes, é
identificado com discurso. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Alguns podem ser esboços
de elementos que, no futuro, se tornarão fundamentais, e outros meramente
ocasionais. Assim, quando Marx escreveu <i>A Ideologia Alemã</i>, ele usou o
termo “modo de produção” uma vez (ou poucas vezes) (Marx; Engels, 1982) e não
tinha a importância que assumiria posteriormente quando ele o transforma em um
conceito (e substitui “formas de propriedade”, tal como estava nessa obra).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Que ele mesmo descreveu
(Pêcheux, 2010), embora tenha sido uma descrição e não uma explicação, o que se
vê em outro lugar (Viana, 2023).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///D:/01%20Nildo%20Viana/03%20Cap%C3%ADtulos%20de%20livros/2023/ELEMENTOS%20PARA%20UMA%20TEORIA%20DO%20DISCURSO%20-%20ECD.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Como ele mesmo explica em
sua análise do “campo científico” (Bourdieu, 1994), os dominados no interior
deste tendem a ser críticos e os dominante tendem a ser conservadores. A sua
passagem pessoal de dominante para dominado, no novo contexto neoliberal,
explica sua mudança de posição.<o:p></o:p></p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">-----------------------------------------------------------------------------</p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">Publicado em: </p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">VIANA, Nildo. Elementos para uma Teoria do Discurso. in: NETO, J. L. M.; ALMEIDA, F. A. (Orgs.). <i>Língua, Literatura e Cultura sob a Perspectiva do Discurso</i>. São Paulo: Científica Digital, 2024.</p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">Veja também:</p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">SOBRE O DISCURSO RETÓRICO:</p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="https://informecritica.blogspot.com/2024/01/sobre-o-discurso-retorico.html">https://informecritica.blogspot.com/2024/01/sobre-o-discurso-retorico.html</a></p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">CONTRIBUIÇÃO À CRÍTICA DA "ANÁLISE AUTOMÁTICA DO DISCURSO":</p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="https://informecritica.blogspot.com/2024/01/contribuicao-critica-da-analise.html">https://informecritica.blogspot.com/2024/01/contribuicao-critica-da-analise.html</a></p><p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><br /></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-3797520655971696572024-01-02T08:00:00.001-03:002024-01-02T08:00:00.155-03:00Sobre o Discurso Retórico<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWs3f0mmaPa5rB3IuWpJn-bN2iWrhN1xHv3tdkVUoWdfdZmYWl2KlzMUePnZ3JZfud0QXP30jioAtjqE6cfm_9i97aIuCnFydfMYuWoPreWSYV2tJshlbBkUKbmfm_NKHX9IcReSnVMrtqH8Z7aeR_kwY7D1bPSs9SgtyuktfGkJbnY0HPNhgWfT2iBYJt/s1300/41009447-ilustra%C3%A7%C3%A3o-com-nuvem-de-palavra-sobre-bla-bla-bla.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1068" data-original-width="1300" height="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWs3f0mmaPa5rB3IuWpJn-bN2iWrhN1xHv3tdkVUoWdfdZmYWl2KlzMUePnZ3JZfud0QXP30jioAtjqE6cfm_9i97aIuCnFydfMYuWoPreWSYV2tJshlbBkUKbmfm_NKHX9IcReSnVMrtqH8Z7aeR_kwY7D1bPSs9SgtyuktfGkJbnY0HPNhgWfT2iBYJt/w400-h329/41009447-ilustra%C3%A7%C3%A3o-com-nuvem-de-palavra-sobre-bla-bla-bla.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p><h1 class="page_title" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.714rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px;">Sobre o Discurso Retórico</h1><div class="row" style="background-color: white; border-bottom: 1px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; margin-left: -2.143rem; margin-right: -2.143rem; margin-top: 2.143rem;"><div class="main_entry" style="border-right: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: left; width: 560px;"><section class="item authors" style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; list-style: none; margin: 0px; padding: 2.143rem;"><h2 class="pkp_screen_reader" style="box-sizing: border-box; clip: rect(1px, 1px, 1px, 1px); font-size: 1.285rem; left: -2000px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; position: absolute !important;">Autores</h2><ul class="authors" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0.714rem;"><span class="name" style="box-sizing: border-box; display: block; font-weight: bold;">Nildo Viana</span><span class="affiliation" style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); font-size: 0.93rem;">UFG - Universidade Federal de Goiás</span></li></ul></section><section class="item keywords" style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; padding: 0px 2.143rem 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; display: inline; font-size: 1rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Palavras-chave: </h2><span class="value" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;">Discurso Retórico; Artifícios Discursivos; Objetivos; Motivação, Retórica.</span></section><section class="item abstract" style="box-sizing: border-box; padding: 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.143rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Resumo</h2><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">RESUMO</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;">O presente artigo aborda o discurso retórico como um gênero discursivo específico. A reflexão sobre o discurso retórico ocorre através de sua definição, apresentação dos seus artifícios discursivos, motivações, objetivos, bem como aponta alguns elementos para desmontar esse tipo de discurso. O discurso retórico visa ganhar o debate a qualquer custo, inclusive utilizando meios ilícitos. Na contemporaneidade, com a hegemonia do paradigma subjetivista e o fortalecimento de seus subprodutos, como o relativismo e irracionalismo, se torna ainda mais importante entender e criticar o discurso retórico e seus usos nos meios políticos, acadêmicos e virtuais.</p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Palavras-chave</span>: Discurso Retórico; Artifícios Discursivos; Objetivos; Motivação, Retórica.</p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">Link para acesso:</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: Noto Sans, -apple-system, BlinkMacSystemFont, Segoe UI, Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, Helvetica Neue, sans-serif;"><span style="font-size: 14px;">https://redelp.net/index.php/rsr/article/view/1466/1290</span></span></p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">ABSTRACT</span></p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;">This article addresses rhetorical speech as a specific discursive genre. Reflection on rhetorical discourse occurs through its definition, presentation of its discursive devices, motivations, objectives, as well as pointing out some elements to dismantle this type of discourse. Rhetorical discourse aims to win the debate at any cost, including using illicit means. In contemporary times, with the hegemony of the subjectivist paradigm and the strengthening of its by-products, such as relativism and irrationalism, it becomes even more important to understand and criticize rhetorical discourse and its uses in political, academic and virtual environments.</p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"> </p><p style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Keywords</span>: Rhetorical Discourse; Discursive Artifices; Goals; Motivation, Rhetoric.</p></section></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-32100426907649568962024-01-01T09:43:00.003-03:002024-01-01T09:46:29.150-03:00CONTRIBUIÇÃO À CRÍTICA DA ANÁLISE AUTOMÁTICA DO DISCURSO<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSVTNKjjx2s8f30BkRgZS7Yc_7UdLC9gLLTlv9zNZZ5RkHUcITvgJPBqkqpui3GomQo3Hum3viN_vlMQOuSV0crnQsIUrfxE7glIDUhzFA6kQbMa7uiQa_iD4Dg3XpsWYci3chbvgoTE97cV4sO3o_iXRa6g9pBRBgJc0IKaYdpER-mA_YZ7LrTlZqq80m/s988/capa%20analise%20autom%C3%A1tica%20do%20discurso.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="686" data-original-width="988" height="278" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSVTNKjjx2s8f30BkRgZS7Yc_7UdLC9gLLTlv9zNZZ5RkHUcITvgJPBqkqpui3GomQo3Hum3viN_vlMQOuSV0crnQsIUrfxE7glIDUhzFA6kQbMa7uiQa_iD4Dg3XpsWYci3chbvgoTE97cV4sO3o_iXRa6g9pBRBgJc0IKaYdpER-mA_YZ7LrTlZqq80m/w400-h278/capa%20analise%20autom%C3%A1tica%20do%20discurso.png" width="400" /></a></div><br /><p></p><div class="font-sans" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; background-color: white; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: #111827; font-family: Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"; font-size: 14px;"><span class="font-bold text-journal text-left" color="rgba(246,130,18,var(--tw-text-opacity))" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; --tw-text-opacity: 1; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; font-weight: 700;">Título</span><p class="font-bold text-justify" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; font-weight: 700; margin: 0px; text-align: justify;">CONTRIBUIÇÃO À CRÍTICA DA ANÁLISE AUTOMÁTICA DO DISCURSO</p></div><div class="font-sans pt-2" style="--tw-divide-opacity: 0.5; --tw-divide-y-reverse: 0; --tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; background-color: white; border-bottom-width: calc(1px*var(--tw-divide-y-reverse)); border-color: rgba(245,158,11,var(--tw-divide-opacity)); border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: dashed; border-top-width: calc(1px*(1 - var(--tw-divide-y-reverse))); box-sizing: border-box; padding-top: 0.5rem;"><span class="font-bold text-journal text-left" color="rgba(246,130,18,var(--tw-text-opacity))" face="Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; --tw-text-opacity: 1; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; font-size: 14px; font-weight: 700;">Autor(a):</span><ul style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: #111827; font-family: Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"; font-size: 14px; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li class="py-1 flex" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; display: flex; padding-bottom: 0.25rem; padding-top: 0.25rem;"><div style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box;"><p class="text-sm font-medium" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; font-size: 0.875rem; margin: 0px;">Nildo Viana</p><p class="text-sm text-gray-500 font-light" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; --tw-text-opacity: 1; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: rgba(107,114,128,var(--tw-text-opacity)); font-size: 0.875rem; margin: 0px;"><br /></p></div></li></ul><div><div class="font-sans pt-3 pb-2" style="--tw-divide-opacity: 0.5; --tw-divide-y-reverse: 0; --tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border-bottom-width: calc(1px*var(--tw-divide-y-reverse)); border-color: rgba(245,158,11,var(--tw-divide-opacity)); border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: dashed; border-top-width: calc(1px*(1 - var(--tw-divide-y-reverse))); box-sizing: border-box; color: #111827; font-family: Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"; font-size: 14px; padding-bottom: 0.5rem; padding-top: 0.75rem;"><div class="font-bold text-journal text-left mb-2" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; --tw-text-opacity: 1; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: rgba(246,130,18,var(--tw-text-opacity)); font-weight: 700; margin-bottom: 0.5rem;">Resumo</div><p class="text-base text-justify" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; font-size: 1rem; margin: 0px; text-align: justify;">O presente trabalho visa realizar uma análise crítica da chamada “análise automática do discurso”, abordagem que tematiza a questão do discurso partindo das contribuições da linguística, filosofia, sociologia, marxismo e psicanálise. Para tanto, utilizaremos uma outra forma de análise do discurso, que é a dialética. Concluímos que a análise automática do discurso sofreu mutações com o desenvolvimento histórico, se adequando aos paradigmas hegemônicos de cada época, bem como apresentou análises limitadas sobre o fenômeno discursivo.</p></div><div class="font-sans pt-2" style="--tw-divide-opacity: 0.5; --tw-divide-y-reverse: 0; --tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border-bottom-width: calc(1px*var(--tw-divide-y-reverse)); border-color: rgba(245,158,11,var(--tw-divide-opacity)); border-image: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: dashed; border-top-width: calc(1px*(1 - var(--tw-divide-y-reverse))); box-sizing: border-box; padding-top: 0.5rem;"><span class="font-bold text-journal text-left" color="rgba(246,130,18,var(--tw-text-opacity))" face="Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; --tw-text-opacity: 1; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; font-size: 14px; font-weight: 700;">Palavras-chave</span><p class="font-normal text-justify" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: #111827; font-family: Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"; font-size: 14px; margin: 0px; text-align: justify;">Análise Automática do Discurso, Paradigmas, Discurso, Marxismo, Linguística.</p><p class="font-normal text-justify" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: #111827; font-family: Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"; font-size: 14px; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p class="font-normal text-justify" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; color: #111827; font-family: Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", "Helvetica Neue", Arial, "Noto Sans", sans-serif, "Apple Color Emoji", "Segoe UI Emoji", "Segoe UI Symbol", "Noto Color Emoji"; font-size: 14px; margin: 0px; text-align: justify;">Acesse o artigo no link abaixo:</p><p class="font-normal text-justify" style="--tw-ring-color: rgba(0,150,255,.5); --tw-ring-inset: var(--tw-empty,/*!*/ /*!*/); --tw-ring-offset-color: #fff; --tw-ring-offset-shadow: 0 0 #0000; --tw-ring-offset-width: 0px; --tw-ring-shadow: 0 0 #0000; --tw-shadow: 0 0 #0000; border: 0px solid rgb(229, 231, 235); box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: justify;"><span face="Roboto, ui-sans-serif, system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, Segoe UI, Helvetica Neue, Arial, Noto Sans, sans-serif, Apple Color Emoji, Segoe UI Emoji, Segoe UI Symbol, Noto Color Emoji" style="color: #111827;"><span style="font-size: 14px;"><a href="https://www.academia.edu/112717248/CONTRIBUI%C3%87%C3%83O_%C3%80_CR%C3%8DTICA_DA_AN%C3%81LISE_AUTOM%C3%81TICA_DO_DISCURSO">https://www.academia.edu/112717248/CONTRIBUI%C3%87%C3%83O_%C3%80_CR%C3%8DTICA_DA_AN%C3%81LISE_AUTOM%C3%81TICA_DO_DISCURSO</a></span></span></p></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-4231699270099239202023-10-09T15:07:00.008-03:002023-10-09T15:07:46.746-03:00CURSO DE EXTENSÃO: ANÁLISE DO DISCURSO EM PERSPECTIVA DIALÉTICA<p> CURSO DE EXTENSÃO: ANÁLISE DO DISCURSO EM PERSPECTIVA DIALÉTICA.</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcL8LixyDk3P6fzw24mKhJW9ZZ_eld2zFWvfz5Hb3avdEtvB7adRYko5w_i46cyO33e29h8VtVwr9T9Xk-mBLYok1PBu9EUv6axM9fWnpV9coCvaNJs4kY6jTE9foFHz5ufEOGFozGEZz77tMERXwniRpqdJm3Z4xiWAVoaG40AlAFhW8cO2N7r9LRcmU/s1344/An%C3%A1lise%20do%20discurso%20em%20Perspectiva%20Dial%C3%A9tica.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1344" data-original-width="1008" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcL8LixyDk3P6fzw24mKhJW9ZZ_eld2zFWvfz5Hb3avdEtvB7adRYko5w_i46cyO33e29h8VtVwr9T9Xk-mBLYok1PBu9EUv6axM9fWnpV9coCvaNJs4kY6jTE9foFHz5ufEOGFozGEZz77tMERXwniRpqdJm3Z4xiWAVoaG40AlAFhW8cO2N7r9LRcmU/w480-h640/An%C3%A1lise%20do%20discurso%20em%20Perspectiva%20Dial%C3%A9tica.png" width="480" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Promovido pelo GPDS e Ragnatela, o curso de extensão "Análise do discurso em perspectiva dialética" oferece uma introdução geral à análise do discurso e à dialética, bem como analisa as contribuições do método dialético para o processo analítico dos discursos.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Os participantes também poderão publicar artigos em coletânea sobre essa temática se optar por isso na inscrição.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Informações e inscrições em:</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://l1nq.com/cursogpds">https://l1nq.com/cursogpds</a> </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><a href="https://www.even3.com.br/analise-do-discurso-em-perspectiva-dialetica-399345/" target="_blank">https://www.even3.com.br/analise-do-discurso-em-perspectiva-dialetica-399345/ </a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-38831488821533467652023-06-20T10:45:00.006-03:002023-06-20T10:45:42.946-03:00Curso "O Pensamento de Karl Marx"<p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">CURSO O PENSAMENTO DE KARL MARX:</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Inscrições até o dia 22/06. </span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Início do curso dia 24/06. </span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Todas as informações estão no cartaz.</span></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><br /></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_BPlley95y4Gf-g5HNDMLci0xf3GBJD_Rqkeq73JFIKDgXuH4TiwGFYhksoM7Sq0SybrmGJLDs5Sqf_w2g8r6OVt2r3zShQLoQf2wQthM7gwiVzsa9etW5yNLMMnJvzWup5e5B-IZYf0m3YQSNiD5B9K9RqAvQVG5vcWpfWiQjP9Co1PVolLNmQQH/s1280/Cartaz%20curso%20o%20pensamento%20de%20Marx%202023%20atualizado.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_BPlley95y4Gf-g5HNDMLci0xf3GBJD_Rqkeq73JFIKDgXuH4TiwGFYhksoM7Sq0SybrmGJLDs5Sqf_w2g8r6OVt2r3zShQLoQf2wQthM7gwiVzsa9etW5yNLMMnJvzWup5e5B-IZYf0m3YQSNiD5B9K9RqAvQVG5vcWpfWiQjP9Co1PVolLNmQQH/w360-h640/Cartaz%20curso%20o%20pensamento%20de%20Marx%202023%20atualizado.png" width="360" /></a></div><br /><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-31962613789224849372023-06-03T10:11:00.004-03:002023-06-03T10:13:41.079-03:00A Natureza Humana Segundo Winnicott<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq_sB1KiNmUQhswhxnStTyvy0NWpslu5yE_AfIol2lyOpKC4XqXgfUCJggtsON-v2xG-0TqMjyMTMNt5xsg_tVGjx931yQkfZmO52Xf5aGJamKd5R_9D-Dc-F9qoi5IJaChyenvfWOOsz5mD4h3HeD2ApABRcQLuMRjRZhL4u70jJz8Ek1nO0Nnql2eA/s568/capa%20natureza%20humana%20winnicott.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="384" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq_sB1KiNmUQhswhxnStTyvy0NWpslu5yE_AfIol2lyOpKC4XqXgfUCJggtsON-v2xG-0TqMjyMTMNt5xsg_tVGjx931yQkfZmO52Xf5aGJamKd5R_9D-Dc-F9qoi5IJaChyenvfWOOsz5mD4h3HeD2ApABRcQLuMRjRZhL4u70jJz8Ek1nO0Nnql2eA/w270-h400/capa%20natureza%20humana%20winnicott.jpg" width="270" /></a></div><br /><p></p><h1 class="page_title" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.714rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px;">A Natureza Humana Segundo Winnicott</h1><div class="row" style="background-color: white; border-bottom: 1px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; margin-left: -2.143rem; margin-right: -2.143rem; margin-top: 2.143rem;"><div class="main_entry" style="border-right: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: left; width: 560px;"><section class="item authors" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 2.143rem;"><h2 class="pkp_screen_reader" style="box-sizing: border-box; clip: rect(1px, 1px, 1px, 1px); font-size: 1.285rem; left: -2000px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; position: absolute;">Autores</h2><ul class="authors" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0.714rem;"><span class="name" style="box-sizing: border-box; display: block; font-weight: bold;">Nildo Viana</span><span class="affiliation" color="rgba(0, 0, 0, 0.54)" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem;">UFG</span></li></ul></section><section class="item keywords" style="box-sizing: border-box; padding: 0px 2.143rem 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; display: inline; font-size: 1rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Palavras-chave: </h2><span class="value" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;">Natureza Humana, Soma, Psique, Mente, Pessoa Integral, Winnicott</span></section><section class="item abstract" style="box-sizing: border-box; padding: 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; font-size: 1.143rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Resumo</h2><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">RESUMO</span></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">O tema do presente trabalho é a natureza humana tal como concebida pelo psicanalista Donald Winnicott. O objetivo é realizar uma análise de sua concepção de natureza humana. Para realizar este trajeto analítico, utilizamos algumas das principais obras de Winnicott e complementamos com alguns comentaristas, visando reconstituir sua concepção de natureza humana e, posteriormente, analisá-la a partir de uma perspectiva crítica. O resultado a que chegamos é que a concepção de natureza humana em Winnicott aponta para uma ideia de integração entre soma e psique, que, no entanto, deixa de lado aspectos essenciais para uma compreensão mais profunda da essência humana.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Palavras-chave: </span>Natureza Humana, Soma, Psique, Mente, Pessoa Integral</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><br /></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">Texto completo PDF: <a href="https://redelp.net/index.php/rel/article/view/878/1253" target="_blank"> https://redelp.net/index.php/rel/article/view/878/1253</a></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">HUMAN NATURE ACCORDING TO WINNICOTT</span></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"> </p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">ABSTRACT</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"> </p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">The theme of the present work is human nature as conceived by the psychoanalyst Donald Winnicott. The objective is to carry out an analysis of his conception of human nature. To carry out this analytical path, we used some of Winnicott's main works and complemented it with some commentators, aiming to reconstruct his conception of human nature and, later, analyze it from a critical perspective. The result we reached is that Winnicott's conception of human nature points to an idea of integration between soma and psyche, which, however, leaves aside essential aspects for a deeper understanding of human essence.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Keywords</span>: Human Nature, Sum, Psyche, Mind, Whole Person</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"> </p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;"> </span></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">NATURE HUMAINE SELON WINNICOTT</span></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">ABSTRAIT</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"> </p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">Le thème du présent travail est la nature humaine telle que conçue par le psychanalyste Donald Winnicott. L'objectif est de réaliser une analyse de sa conception de la nature humaine. Pour mener à bien ce parcours analytique, nous avons utilisé certains des principaux travaux de Winnicott et l'avons complété par quelques commentateurs, visant à reconstruire sa conception de la nature humaine et, plus tard, à l'analyser d'un point de vue critique. Le résultat auquel nous sommes parvenus est que la conception de Winnicott de la nature humaine pointe vers une idée d'intégration entre le soma et la psyché, qui, cependant, laisse de côté les aspects essentiels pour une compréhension plus profonde de l'essence humaine.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Mot-clé:</span> Nature humaine, somme, psyché, esprit, personne entière</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;"> </span></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">NATURALEZA HUMANA SEGÚN WINNICOTT</span></p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">RESUMEN</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">El tema del presente trabajo es la naturaleza humana tal como la concibió el psicoanalista Donald Winnicott. El objetivo es realizar un análisis de su concepción de la naturaleza humana. Para realizar este recorrido analítico, utilizamos algunas de las principales obras de Winnicott y las complementamos con algunos comentaristas, con el objetivo de reconstruir su concepción de la naturaleza humana y, posteriormente, analizarla desde una perspectiva crítica. El resultado al que llegamos es que la concepción de la naturaleza humana de Winnicott apunta a una idea de integración entre soma y psique, que, sin embargo, deja de lado aspectos esenciales para una comprensión más profunda de la esencia humana.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Palabras clave</span>: Naturaleza humana, Suma, Psique, Mente, Persona integral</p></section><section class="item references" style="box-sizing: border-box; padding: 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; font-size: 1.143rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Referências</h2><div class="value" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">ADLER, Alfred. A Ciência da Natureza Humana. São Paulo: Nacional, 1939.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">ALTHUSSER, Louis. A Favor de Marx. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">COTET, Serge. Penso onde não sou, sou onde não penso. MILLER, Gérard (org.). Lacan. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">DIAS, Elza Oliveira. A Teoria do Amadurecimento de D. Winnicott. Rio de Janeiro: Imago, 2003.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FREUD, Sigmund. (1915b/2004). O Inconsciente. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, Imago, 1975.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FREUD, Sigmund. Esboço de Psicanálise. Col. Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1978</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FREUD, Sigmund. O Mal-Estar na Civilização. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FREUD, Sigmund. Psicanálise da Guerra. Goiânia: Edições Enfrentamento, 2021.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FROMM, Erich. Análise do Homem. 10ª edição, Rio de Janeiro: Zahar, 1978.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FROMM, Erich. Conceito Marxista do Homem. 8ª edição, Rio de Janeiro: Zahar, 1983.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FROMM, Erich. Meu Encontro Com Marx e Freud. 7a edição, Rio de Janeiro: Zahar, 1979.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FROMM, Erich. O Medo à Liberdade. 13ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1981.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">FULGÊNCIO, Leopoldo. Por que Winnicott? São Paulo: Zagodoni, 2017.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">JUNG, Carl Gustav. O Eu e o Inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1978.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">LOCKE, John. Ensaio Sobre o Entendimento Humano. 3a edição, In: Col. Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">LOPARIC, Zeljko. O “Animal Humano”. Natureza Humana. vol. 02, num. 02, dez. 2000. Disponível em: <a href="http://pepsic.bvsalud.org/pdf/nh/v2n2/v2n2a05.pdf" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798;">http://pepsic.bvsalud.org/pdf/nh/v2n2/v2n2a05.pdf</a> acesso em: 18/05/2021.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã (Feuerbach). 3ª Edição, São Paulo: Ciências Humanas, 1982.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso Sobre a Origem e a Desigualdade entre os Homens. São Paulo: Ática, 1989.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">STEVENSON, Leslie. 7 Teorias sobre a Natureza Humana. Rio de Janeiro: Labor do Brasil, 1976.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">VIANA, Nildo. Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas. Curitiba: CRV, 2019.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">VIANA, Nildo. Inconsciente Coletivo e Materialismo Histórico. Goiânia: Edições Germinal, 2002.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">VIANA, Nildo. Jung e a Individuação. Fragmentos de Cultura. vol. 27, num. 04, out./dez. 2017.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">WINNICOTT, Donald W. A Família e o Desenvolvimento Individual. São Paulo: Martins Fontes, 2001.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">WINNICOTT, Donald W. Da Pediatria à Psicanálise. Obras Escolhidas. Rio de Janeiro: Imago, 2000.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">WINNICOTT, Donald W. Natureza Humana. Rio de Janeiro: Imago, 1990.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px 0px;">WINNICOTT, Donald W. Obras Escojidas. Barcelona: RBA, 2006.</p></div></section></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-47128187180989122552023-05-06T16:01:00.003-03:002023-05-06T16:10:40.326-03:00Tendências do Regime de Acumulação Integral na Hodiernidade<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW9t5_C_MKjm49pD15zIvNXh-REar3s06obUMjjVNiRXbVeRx30--AqN-PKpgeGzRL6-0_z2FUxh1W6V6erSPvFgbMcMg8ekgxwQnoHA21JWVAkGzD4i77B2Y1TdPYsnZJdcXY8268FvvJWxe5sApSPMlAM6q6g-aZuoNW0V8YZwUG4KbsbwdBRsimBw/s960/Capa%20Marxaut%2013.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW9t5_C_MKjm49pD15zIvNXh-REar3s06obUMjjVNiRXbVeRx30--AqN-PKpgeGzRL6-0_z2FUxh1W6V6erSPvFgbMcMg8ekgxwQnoHA21JWVAkGzD4i77B2Y1TdPYsnZJdcXY8268FvvJWxe5sApSPMlAM6q6g-aZuoNW0V8YZwUG4KbsbwdBRsimBw/s320/Capa%20Marxaut%2013.png" width="240" /></a></div><br /> <p></p><p><a href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1345">http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1345</a></p><h1 class="page_title" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.714rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px;">Tendências do Regime de Acumulação Integral na Hodiernidade</h1><div class="row" style="background-color: white; border-bottom: 1px solid rgb(221, 221, 221); border-top: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; margin-left: -2.143rem; margin-right: -2.143rem; margin-top: 2.143rem;"><div class="main_entry" style="border-right: 1px solid rgb(221, 221, 221); box-sizing: border-box; float: left; width: 560px;"><section class="item authors" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 2.143rem;"><h2 class="pkp_screen_reader" style="box-sizing: border-box; clip: rect(1px, 1px, 1px, 1px); font-size: 1.285rem; left: -2000px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; position: absolute;">Autores</h2><ul class="authors" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0.714rem;"><span class="name" style="box-sizing: border-box; display: block; font-weight: bold;">Nildo Viana</span><span class="affiliation" color="rgba(0, 0, 0, 0.54)" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem;">UFG - Universidade Federal de Goiás</span></li></ul></section><section class="item keywords" style="box-sizing: border-box; padding: 0px 2.143rem 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; display: inline; font-size: 1rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Palavras-chave: </h2><span class="value" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;">Regime de Acumulação Integral, Crise, Desestabilização, Declínio da Taxa de Lucro, Capitalismo, Revolução</span></section><section class="item abstract" style="box-sizing: border-box; padding: 2.143rem;"><h2 class="label" style="box-sizing: border-box; font-size: 1.143rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">Resumo</h2><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px;">Resumo:</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;">O tema do presente trabalho é o regime de acumulação integral em seu processo de desestabilização e tendência à crise na hodiernidade. O regime de acumulação integral emerge nos anos 1980 e se consolida nos anos 1990, tendo o seu primeiro momento de desestabilização em 2008. A partir desse momento, uma nova face deste regime de acumulação se revela, tal como no caso das “políticas de austeridade”. O objetivo do artigo é analisar o regime de acumulação integral para explicar o seu ciclo de dissolução. Isso pressupõe abordar a dinâmica do modo de produção capitalista e as especificidades assumidas pela acumulação capitalista no atual regime de acumulação. A explicação do processo de desestabilização e possibilidade de crise do regime de acumulação integral é encontrada na tendência declinante da taxa de lucro e lutas operárias, entre outros processos. O processo analítico conclui com a tese de que a tendência preponderante é a da eclosão de uma crise do regime de acumulação integral.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;">Palavras-chave: Regime de acumulação integral, Crise, Desestabilização, Tendência declinante da taxa de lucro.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;"> </p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;">Abstract:</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px; text-align: justify;">The theme of this work is the regime of integral accumulation in its process of destabilization and tendency to crisis in the hodiernity. The full accumulation regime emerged in the 1980s and consolidated in the 1990s, having its first moment of destabilization in 2008. From that moment on, a new face of this accumulation regime emerged. reveals, as in the case of “austerity policies”. The aim of the article is to analyze the integral accumulation regime to explain its dissolution cycle. This presupposes addressing the dynamics of the capitalist mode of production and the specificities assumed by capitalist accumulation in the current accumulation regime. The explanation for the process of destabilization and the possibility of a crisis in the regime of integral accumulation is found in the downward trend in the rate of profit and workers' struggles, among other processes. The analytical process concludes with the thesis that the predominant trend is the outbreak of a crisis of the integral accumulation regime.</p><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 1.43rem 0px 0px; text-align: justify;">Keywords: Integral accumulation regime, Crisis, Destabilization, Declining tendency of the rate of profit.</p></section></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-35338666644485861392023-05-05T17:53:00.004-03:002023-05-06T16:02:20.652-03:00Revista Marxismo e Autogestão 13<p>No dia do aniversário de Marx, a Revista Marxismo e Autogestão lança os primeiros artigos do número 23 contendo um artigo “Em Defesa de Marx”, no qual o autor refuta as pseudocríticas e ataques pessoais contra o fundador do marxismo; “A violência é apenas um sintoma”, editorial que aponta para os ataques nas escolas brasileiras e revolta juvenil nos Estados Unidos como um sintoma da crise que se aproxima; “Tendências do Regime de Acumulação Integral na Hodiernidade”, artigo de Nildo Viana que apresenta o declínio da taxa de lucro e como isso aponta para uma futura crise do atual regime de acumulação; “O Esporte e o espírito do capitalismo”, resenha de obra que apresenta uma crítica radical da instituição esportiva. Em breve mais artigos! Leia, compartilhe, divulgue! Contribua com a luta cultural por uma nova sociedade!</p><p><a href=" http://redelp.net/index.php/rma/issue/view/145" target="_blank"> http://redelp.net/index.php/rma/issue/view/145</a></p><h1 style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.714rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">v. 10 n. 13 (2023): Revista Marxismo e Autogestão 10</h1><div class="obj_issue_toc" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px;"><div class="heading" style="box-sizing: border-box;"><a class="cover" href="http://redelp.net/index.php/rma/issue/view/145" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; display: block; float: left; height: auto; margin-bottom: 2.143rem; margin-right: 2.143rem; max-height: none; width: 200px;"><img alt="Visualizar v. 10 n. 23 (2023): Revista Marxismo e Autogestão 10" src="http://redelp.net/public/journals/8/cover_issue_145_pt_BR.png" style="border-style: none; box-sizing: border-box; display: block; height: auto; max-height: none; max-width: 100%; width: auto;" /></a><div class="description" style="box-sizing: border-box;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 0px;">Revista Marxismo e Autogestão. Vol. 10, Num. 13, 2023.</p></div><div class="published" style="box-sizing: border-box; margin: 1.43rem 0px;"><span class="label" style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">Publicado: </span><span class="value" style="box-sizing: border-box;">2023-05-05</span></div></div><div class="sections" style="box-sizing: border-box; margin-top: 4.286rem;"><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Editorial</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1344" id="article-1344" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">A violência é apenas um sintoma!</a></h3><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1344" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1344/1212" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Análise Marxista</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1345" id="article-1345" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">Tendências do Regime de Acumulação Integral na Hodiernidade</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Nildo Viana</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1345" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1345/1213" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Marx, Marxismo, Marxistas</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1346" id="article-1346" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">Em Defesa de Marx<span class="subtitle" color="rgba(0, 0, 0, 0.54)" style="box-sizing: border-box; display: block; font-weight: 400; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.25em;">Contra a Pseudocrítica e os Ataques Pessoais</span></a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Ralk Ramx</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1346" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1346/1214" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Resenhas</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1347" id="article-1347" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">O Esporte e o Espírito do Capitalismo<span class="subtitle" color="rgba(0, 0, 0, 0.54)" style="box-sizing: border-box; display: block; font-weight: 400; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.25em;">Sociologia Política da Instituição Esportiva</span></a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Igor Martinache</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1347" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/rma/article/view/1347/1215" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-79058728451453707232023-04-22T12:06:00.001-03:002023-04-22T12:06:05.024-03:00Palestra sobre política cultural<p> <br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjxCX8CVnFhbW-hg0uI27UMlAiJy3tkdtpNRMxuEhiqjlf3yJ7Ex0PWtHfjxYkBdw_vDUD-jp70TkKMf-If586PUnJMUoYnTIbpy32oDQ242E7sHlvaZ8E7wY91OqjL9hzmGlBs33HTSSSpD_CJ57ndQy1rN_xre-beVzo6vFHB7WujuNV2YNA_04Nnw/s1600/CARTAZ%20EVENTO%20NPM%20UEG%20ABRIL%20DE%202023.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1132" data-original-width="1600" height="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjxCX8CVnFhbW-hg0uI27UMlAiJy3tkdtpNRMxuEhiqjlf3yJ7Ex0PWtHfjxYkBdw_vDUD-jp70TkKMf-If586PUnJMUoYnTIbpy32oDQ242E7sHlvaZ8E7wY91OqjL9hzmGlBs33HTSSSpD_CJ57ndQy1rN_xre-beVzo6vFHB7WujuNV2YNA_04Nnw/w466-h329/CARTAZ%20EVENTO%20NPM%20UEG%20ABRIL%20DE%202023.jpg" width="466" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJawemxc7TqRGI7FNFBiYLYFq0gD7WPyO6NJBSujjNOcLg8RBPCFBTC_vM9G6-IZ1WzG37-UGkSuYC0o4qFdslqHU6lookETcqXP1vNTvJkqnWPsc5p6cqVL_D4afGEpDPRD6jrucxdPJMNj95va8d1bHFCrl5LdXwmZvPFerBVCCUxoE5m8TQqBhgIQ/s1080/CARTAZ%20EVENTO%20NPM%20UEG%20ABRIL%20DE%202023%2002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJawemxc7TqRGI7FNFBiYLYFq0gD7WPyO6NJBSujjNOcLg8RBPCFBTC_vM9G6-IZ1WzG37-UGkSuYC0o4qFdslqHU6lookETcqXP1vNTvJkqnWPsc5p6cqVL_D4afGEpDPRD6jrucxdPJMNj95va8d1bHFCrl5LdXwmZvPFerBVCCUxoE5m8TQqBhgIQ/w640-h640/CARTAZ%20EVENTO%20NPM%20UEG%20ABRIL%20DE%202023%2002.jpg" width="640" /></a></div><br /><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-1516134935916866792023-04-19T17:08:00.002-03:002023-04-19T17:08:20.122-03:00Palestra Pensamento, Reflexão e Sociedade<p> <br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5DSLxeFYnRW8cgY1czhxiPSnV4TseuTPFbCiyaSoKVPT9ZwGLu2H6nPwVD2znh2tBVFHfKyxaA8yVdbv2uIbDVWIto_tnZVrxUCdeZ6jxuDVt2ptOerDbrTAz3F2N4K3cy-tKMD-Jp-NC48_KVjTVVOAWRtDM38DeWfc3ZgF9iE2oqQlnJ0DuwC5pLg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1014" data-original-width="938" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg5DSLxeFYnRW8cgY1czhxiPSnV4TseuTPFbCiyaSoKVPT9ZwGLu2H6nPwVD2znh2tBVFHfKyxaA8yVdbv2uIbDVWIto_tnZVrxUCdeZ6jxuDVt2ptOerDbrTAz3F2N4K3cy-tKMD-Jp-NC48_KVjTVVOAWRtDM38DeWfc3ZgF9iE2oqQlnJ0DuwC5pLg=w592-h640" width="592" /></a></div><br />Mais informações:<p></p><p><a href="https://www.instagram.com/p/CrMRI4cp68-/">https://www.instagram.com/p/CrMRI4cp68-/</a></p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-54697048058297792702023-04-18T09:31:00.010-03:002023-04-19T09:47:56.743-03:00A Sociedade da Evasão<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnfb3ZcXJuI9y0tkt0WihgEjWtmGpajTgx5WmJLl5yMspsm7wqqaaKoRipVIk9-YKYzKEIVW1R0Yz-qplN8sqxVyOjET_eVXFxf6Zn5rAWCI-Rb9UoLvL9LDTZ9JCgnjiLGgiPvq1iigsn8FsS5m2jNFrNIu-8kfWCsgl4HI_RgWPiSQWMJ5Vidc3vLA/s827/realidade%20virtual.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="574" data-original-width="827" height="278" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnfb3ZcXJuI9y0tkt0WihgEjWtmGpajTgx5WmJLl5yMspsm7wqqaaKoRipVIk9-YKYzKEIVW1R0Yz-qplN8sqxVyOjET_eVXFxf6Zn5rAWCI-Rb9UoLvL9LDTZ9JCgnjiLGgiPvq1iigsn8FsS5m2jNFrNIu-8kfWCsgl4HI_RgWPiSQWMJ5Vidc3vLA/w400-h278/realidade%20virtual.webp" width="400" /></a></div><br /><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A
SOCIEDADE DA EVASÃO<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Nildo Viana<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Doutor em
Sociologia/UnB; Professor da UFG.<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">RESUMO <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">O artigo
tematiza a questão da evasão, um dos maiores problemas da sociedade
contemporânea. A evasão é um problema individual e simultaneamente social e por
isso é analisado, mesmo que usando diversos termos diferenciados para tratar do
fenômeno, pela psicologia, psicologia social, filosofia, sociologia, entre
outras áreas do saber. O nosso propósito é realizar uma análise introdutória
sobre este fenômeno, colocando algumas questões sobre seu significado na
sociedade contemporânea. A partir de uma definição do conceito de evasão e de
reflexões sobre suas formas de manifestação, apontamos as formas de
manifestação, algumas das relações e consequências desse fenômeno.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">PALAVRAS-CHAVE</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt;">: Alienação. Evasão. Tédio. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
fenômeno da evasão é algo que perpassa a vida cotidiana, mas é pouco percebido
e pouco analisado. Ele é um fenômeno sociopsíquico, pois é um produto da
sociedade capitalista e que se efetiva no universo psíquico dos indivíduos. A
evasão foi confundida, em alguns casos, com “alienação”, através de mau uso
desse termo<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
O que é a evasão? Quais são suas formas de manifestação? Como ela se torna, no
capitalismo contemporâneo, um dos mais graves problemas sociais? São questões
que poderemos responder de forma breve e introdutória, merecendo análises mais
profundas e desdobramentos posteriores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">ALIENAÇÃO
OU EVASÃO?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
confusão entre “alienação” e evasão tem que ser desfeita antes de iniciarmos a
reflexão sobre o último fenômeno. O termo “alienação” é utilizado em vários sentidos.
O mais conhecido e divulgado é supostamente a concepção marxista de alienação.
Na década de 1960 e, principalmente, na década de 1970, foram publicados
diversos livros sobre a questão da alienação, seja comentando ou refletindo
sobre a alienação a partir da contribuição de Marx. Muitos pensavam que estavam
usando o conceito marxista de alienação, enquanto que, na verdade, o estavam
deformando, transformando-o num fenômeno da consciência. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para
Marx, a alienação é um fenômeno social e se materializa, fundamentalmente, no
trabalho alienado, que é um trabalho controlado por outros e é justamente nesse
processo de dominação sobre a atividade do trabalhador que se estabelece a
alienação. A alienação do trabalho, ou seja, o controle da atividade do trabalhador,
gera a alienação do produto do trabalho, ou seja, o controle do que é
produzido. A concepção materialista da alienação vem para explicar que é o
trabalho que cria a propriedade, que há uma relação social de controle e
dominação que permite a relação social de exploração. Alguns, sobre o pretexto
de “tradução” fiel do alemão para o português, deformam completamente o caráter
materialista e transforma a alienação, tal como era em Hegel, num fenômeno da
consciência, gerando uma concepção idealista. Não poderemos desenvolver mais
tal questão, mas existe uma bibliografia que contribui com a compreensão da
concepção marxista de alienação (MARX, 1989; VIANA, 2017; VIANA, 2012).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sem
dúvida, a interpretação do significado do termo alienação em Marx não é a mesma
em diversos autores, mas a maioria a reduziu a um fenômeno da consciência, se
aproximando muito mais de Hegel do que Marx<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O
psicanalista Erich Fromm (1983), por exemplo, define alienação, não sem certa
contradição, como sendo equivalente a “idolatria”. Assim, alguns marxistas, bem
como psicólogos e outros, começaram a identificar alienação e esquizofrenia ou
outros desequilíbrios psíquicos (GABEL, 1973). Essa interpretação se aproxima
de uma outra forma de abordar a alienação, não-marxista, que é a oriunda da
psiquiatria (e basta recordar que os psiquiatras eram chamados também de
“alienistas”, ou seja, os especialistas que tratam dos “alienados”). “O termo
alienação, originariamente – e ainda hoje – era um termo da Psiquiatria que
designava uma forma de perturbação mental, como a esquizofrenia – uma perda de
consciência ou de identidade pessoal” (BASBAUM, 1985, p. 17). A definição de
alienação, nas representações cotidianas, deriva dessas duas fontes,
especialmente a psiquiátrica, pois, nesse caso, o indivíduo alienado é o que
está “fora da realidade”. Alguns psicólogos que trataram da alienação, não
conseguiram definir o conceito com clareza e caíram em contradições e
ambiguidades (MERANI, 1977; CODO, 1985).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Sem
dúvida, há também abordagens sociológicas sobre a questão da alienação,
promovendo um interesse renovado sobre esse fenômeno e novos sentidos
emergiram, foram atribuídos a esse termo (GABEL, 1973; TORRE, 1970), embora
muitas vezes se aproximando das concepções anteriores, inclusive em sua tendência
mais psicológica. Assim, numa coletânea dedicada a análises sociológicas da
alienação, há uma síntese que expressa essa última tendência: <o:p></o:p></span></p>
<p class="CitABNT" style="margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 6pt 4cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A
consciência do ator é o lugar constitutivo das alienações possíveis. A
alienação é uma síndrome psicológica que manifesta, retomando a definição de
Anthony Davids, uma “disposição” ao egocentrismo, à desconfiança, ao
pessimismo, à ansiedade e ressentimento (VIDAL, 1970, p. 19).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Porém,
consideramos que o conceito de alienação foi estabelecido por Marx e se
apresenta como uma relação social e, por conseguinte, não pode ser confundido
com um “fenômeno da consciência”, embora, obviamente, produza efeitos na “consciência”
(“estranhamento” ou “fetichismo”), mas não se deve confundir um fenômeno com
suas consequências. Assim, o fenômeno da consciência que se aproxima desse
significado atribuído ao termo “alienação” é o da evasão. Mas o que é a evasão?
Essa é a questão que abordaremos a partir de agora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
FUGA DA REALIDADE<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão, enquanto fenômeno psíquico, é uma forma de fuga da realidade. A evasão
ocorre sob várias formas e pode se transformar em problemas psíquicos mais
graves. Para entender a evasão é necessário entender o motivo pelo qual muitos
indivíduos buscam fugir da realidade, bem como é necessário distinguir este
fenômeno de outros que são similares. A pergunta fundamental para entender a
evasão é: por qual motivo fugir da realidade?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
seres humanos são, como todos os demais seres vivos, portadores de
necessidades. Um ser vivo só sobrevive se satisfazer determinadas necessidades.
Essas necessidades básicas são comer, beber, dormir, reproduzir, etc. O ser
humano compartilha essas necessidades com as demais espécies animais (MARX;
ENGELS, 1982). A labuta cotidiana se faz necessária para milhões de seres
humanos. Historicamente, existiram épocas em que nenhum ser humano escapava – a
não ser em breves momentos da vida, como crianças muito novas ou idosos – do
trabalho. Com a emergência das sociedades de classes, emergiu a divisão entre
aqueles que se dedicam à produção dos meios de sobrevivência, voltados para a
satisfação das necessidades básicas, e aqueles que foram liberados da produção
de bens materiais e, assim, se dedicavam ao controle populacional (governantes
e guerreiros), bem como os voltados para a produção intelectual (filósofos,
artistas, etc.), ou reprodução da unidade doméstica, entre outras atividades
sociais. O que interessa, nesse processo, é que nesse momento emerge a
possibilidade de liberação do trabalho manual e, assim, a possibilidade do
desenvolvimento de outras atividades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Os
trabalhadores manuais, exauridos pelo trabalho, buscam o descanso, o prazer, a
satisfação de suas necessidades básicas. A evasão pode ocorrer através de
sonhos e devaneios, entre outras formas possíveis, mas não tão praticadas. Os
indivíduos das classes superiores, livres do trabalho manual, podem praticar a
evasão mais extensamente, pois desfrutam de tempo disponível. Alguns se evadiam
através da religião ou de orgias, entre outras formas de manifestação. Esse
processo se altera com a emergência da sociedade capitalista. E aqui começamos
a entender melhor o problema da evasão, pois é na sociedade moderna que ela se
manifesta mais intensa e amplamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Na
sociedade burguesa, as necessidades básicas não são realizadas por milhões de
seres humanos. Aproximadamente 10% da humanidade passa fome, não satisfazendo a
mais premente necessidade básica. Além desses, há milhões de desempregados,
desabrigados, e outros que conseguem se alimentar razoavelmente, mas não
conseguem satisfazer outras necessidades básicas. Esses se encontram numa
situação em que a realidade é hostil. Esses seres humanos se defrontam com um
mundo miserável ao lado da riqueza e do desperdício. Milhares sofrem com a
repressão policial, a falta de acesso a bens coletivos, entre diversos outros
processos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Porém,
uma parte considerável da humanidade está para além das necessidades básicas.
Uma vez satisfeita tais necessidades, o ser humano pode ter tempo disponível e
vontade de realizar novas atividades. Historicamente, como demonstrou Marx, os
seres humanos realizam o trabalho e a cooperação para satisfazer tais
necessidades e esses meios se tornam, eles mesmos, necessidades (MARX; ENGELS,
1982). Aqui encontramos o que é especificamente humano, o trabalho como práxis,
objetivação, e a socialidade, a convivência humana, formando um ser práxico e
social. E isso se torna vital para tais seres humanos, são necessidades, que,
uma vez não satisfeitas, geram o mal-estar, a insatisfação, gerando
desequilíbrios psíquicos e outros problemas. O ser humano que não consegue
estabelecer vínculos sentimentais e laborativos com outros, torna-se portador
de uma grande carga de insatisfação, mesmo que não a perceba. Da mesma forma,
se ele não consegue desenvolver uma práxis (atividade teleológica consciente),
se não consegue desenvolver suas potencialidades, suas capacidades físicas e
mentais, a sua criatividade, se torna um ser profundamente insatisfeito. Sem
dúvida, é possível compensar isso, bem como é possível fugir disso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Eis
que nos deparamos diante do fenômeno da evasão. Os seres humanos, na sociedade
moderna, em sua maioria, conseguem satisfazer suas necessidades básicas (bem ou
mal, dependendo da classe social), mas não conseguem satisfazer suas
necessidades especificamente humanas, que não são materiais, mas psíquicas.
Elas não são conscientes e, por conseguinte, podem ser desviadas e podem gerar
um mal-estar sem que o indivíduo entenda sua razão, inclusive aqueles que são
das classes superiores e possuem condições de exercer as mais variadas
atividades. As discussões sobre o sentido da vida, por exemplo, apontam para
uma situação na qual os indivíduos satisfazem suas necessidades básicas, mas
não satisfazem suas necessidades psíquicas e, devido a isto, buscam um sentido
para sua existência ou buscam fugir da realidade. A evasão acaba se espalhando
pela sociedade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">EVASÃO
E MODERNIDADE<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E
isso pode ocorrer, e efetivamente ocorre, desde a infância. Na sociedade
moderna, a infância pode ser marcada pelo isolamento dos outros seres humanos. Milhões
de crianças não conseguem se integrar com outras crianças e, em muitos casos,
nem com os próprios pais, parentes, vizinhança, etc. Esse processo tem
diferentes determinações em casos distintos, variando com a classe social (a
frieza dos pais das classes superiores é, por exemplo, uma especificidade das
classes superiores; a falta de moradia fixa é um exemplo que pode contribuir
com isso nas classes inferiores), sendo que a competição social – elemento
fundamental da sociabilidade capitalista – e as divisões sociais uma das
determinações desse processo. Um caso muito comum, especialmente nos Estados
Unidos e popularizado (bem como incentivado) pelos meios oligopolistas de
comunicação, é o das crianças submetidos ao <i>bullying</i>. O isolamento é
comum nesses casos, e isso pode promover a evasão como ato cotidiano. O uso de
videogames, jogos eletrônicos em geral, é uma das formas de manifestação de
evasão nesses casos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Mas
processos semelhantes ocorrem com jovens, adultos e idosos. O isolamento, seja
físico ou mental<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
ou ambos, é uma das principais fontes de evasão. O isolamento gera o sentimento
de solidão, sendo um fenômeno social (ROLL, 2020), e, ao mesmo tempo, gerador
de evasão. Porém, o trabalho alienado ou o conjunto de obrigações sociais
(burocracia, compromissos indesejáveis, etc.) também são geradores de evasão. A
procrastinação é muitas vezes acompanhada de evasão, no qual se une a fuga de
algo com o encontro da ação substituta. Porém, esses processos apenas revelam a
insatisfação das necessidades psíquicas dos seres humanos e, por conseguinte, a
evasão se relaciona diretamente com a falta de autorrealização social e
laboral. Logo, a fuga da realidade ocorre por ela ser insatisfatória em duplo
sentido: por gerar atividades alienadas, desinteressantes, repetitivas,
desagradáveis, envolvidas em relações marcadas por competição, burocratização,
mercantilização, exploração, dominação e conflito, e por não permitir
atividades práxicas, enriquecedoras, criativas, marcadas por relações sociais
fundadas na cooperação, liberdade, coletivização e no objetivo do atendimento
das necessidades humanas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
vazio e a falta de sentido que emergem a partir dessas atividades e relações
capitalistas promovem a evasão. É por isso que a evasão pode emergir como fuga
do trabalho alienado e da vida alienada, marcada por muitas atividades, ou do
vazio e da falta de atividades, bem como, em ambos os casos, das relações
sociais que as constituem. No primeiro caso, ela é menos frequente por causa
das atividades necessárias, e menos prejudiciais, já que o indivíduo continua
garantindo sua sobrevivência e mantém um equilíbrio psíquico entre realidade e
fuga dela. No segundo caso, é mais frequente, pois convive com a inatividade e
assim acaba sendo mais constante e duradoura, sendo que é mais prejudicial por
permitir um maior afastamento da realidade e por promover uma insatisfação
adicional por não ter resultados sociais (e ainda gerar intensas cobranças e
pressões sociais, que são ainda mais fortes para os que compartilham os valores
e ideias dominantes). Porém, em ambos os casos é preciso entender a situação
concreta e os indivíduos concretos, com suas múltiplas determinações (as
relações sentimentais com outras pessoas, a classe social e condição social e
financeira dos indivíduos, as possibilidades de outras atividades esporádicas
relativamente satisfatórias, entre milhares de outras).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nesse
caso, podemos definir evasão como a fuga de uma realidade insatisfatória
através da fixação em atividades, ações, que promove o escape dela e seu sobrepujamento.
Para não se confundir o fenômeno da evasão com outros fenômenos, é necessário
esclarecer aqui o significado dos termos utilizados em sua definição. A fuga,
aqui, significa escapismo, mas não o processo consciente de fugir de algo. O
operário que falta ao trabalho não realiza evasão, bem como diversas formas
conscientes e esporádicas de evitar situações, relações, que promovem
mal-estar. Se a realidade é insatisfatória, seja em sua totalidade ou em alguns
de seus aspectos, nada mais saudável do que fugir dela, momentaneamente ou
usando mecanismos racionais e conscientes. Assim, é útil distinguir recusa de
fuga. A fuga é um processo de não enfrentamento, de buscar escapar e se
distanciar, que, mesmo sendo relativamente consciente<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
não aponta para sua superação e não é acompanhada da percepção de suas raízes
sociais. A recusa é um processo de enfrentamento, que pode gerar uma fuga, mas
que é acompanhada de uma percepção de sua motivação, mesmo que parcial, e que
tem como objetivo sua superação. Porém, a evasão não é qualquer afastamento da
realidade e sim aquela que se converte em atividade fixa. Quando um jovem foge
dos estudos para se dedicar exclusivamente aos jogos eletrônicos e gasta,
diariamente, várias horas com isso, realiza evasão. Se ele faz isso nos fins de
semana e alguns dias da semana, com variações (algumas semanas mais, outras não,
mais nas férias ou passa períodos sem o fazê-lo), então não se trata de evasão.
Por outro lado, essa fixação deve funcionar como um substituto da realidade,
sobrepujando-a. A criação de uma realidade paralela ocorre no mundo da fantasia
e da ficção, mas isso é produzido conscientemente e não como uma fuga, mas,
mesmo se fosse, ainda não seria evasão, porquanto não substitua a realidade
concreta na mente do indivíduo, ou seja, a realidade é esquecida nos momentos
evasivos. Assim, para haver evasão, é preciso que haja quatro elementos
interligados: realidade insatisfatória, fuga (e não recusa), fixação,
substituição da realidade concreta por uma realidade artificial.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
fronteira entre evasão e outros fenômenos semelhantes é tênue, bem como a
distinção entre fuga e recusa, pois numa sociedade fundada na exploração,
dominação e processos derivados (incluindo os conflitos sociais e a luta de
classes), com as especificidades do capitalismo (mercantilização,
burocratização e competição) é comum a fuga e a recusa da realidade, mas nem
sempre gerando evasão. No entanto, a evasão se torna extremamente comum e
ocorre num grau elevado e vem se ampliando com o desenvolvimento do capitalismo
e da tecnologia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
REALIDADE INSATISFATÓRIA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim,
a evasão é um problema psíquico e social, mas não é o grande problema. A
psicologia conservadora pararia sua análise aí e já passaria para o
aconselhamento para tratar da evasão. Contudo, o grande problema é <i>a
realidade insatisfatória para milhões de seres humanos que gera</i> a evasão. A
evasão é uma resposta à uma realidade que nega a autorrealização dos seres
humanos, que impede o desenvolvimento de suas potencialidades e criatividade,
que gera relações sociais marcadas pela exploração, dominação, conflito, mercantilização,
burocratização e competição social. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não
é difícil perceber que a fuga do trabalho alienado, e das organizações
burocráticas (universidades, escolas, partidos, sindicatos, entre diversas
outras instituições), de ambientes competitivos, é saudável e produto dessas
próprias instituições que existem para garantir a sua própria manutenção e a
reprodução das relações de produção capitalistas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão é um problema por gerar sofrimento psíquico e dificultar a passagem da
fuga para a recusa radical, ou seja, para a ação consciente de combate às
causas do mal-estar gerado pela sociedade capitalista. O único “tratamento”
efetivo contra a evasão é a transformação da realidade que gera a evasão. Nos
limites do capitalismo, o que se pode fazer é contribuir com que alguns
indivíduos superem a evasão e isso pode ser efetivado sob várias formas, a
começar pela ampliação da consciência sobre a própria evasão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
INTENSIDADE DA EVASÃO<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão pode ser mais ou menos intensa, com uma fixação maior ou menor, bem como
existem casos em que pode ser mais “variada”. É possível distinguir entre
evasão consciente e evasão insciente<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. A
evasão consciente é quando o indivíduo sabe que está fugindo de algo. O grau de
consciência pode variar, pois pode saber do que foge ou não, embora não saiba o
motivo da fuga. Aqui temos a consciência da fuga e do que se foge, mas não da
motivação da fuga. Assim, um trabalhador pode fugir do trabalho (alienado) e
saber que está fugindo e do que está fugindo. Mas a razão profunda pela qual
ele faz isso não é consciente. No fundo, isso gera uma contradição psíquica,
pois o indivíduo sabe que foge do trabalho, mas não sabe o motivo e isso se
deve, em parte, às ideias e valores dominantes sobre o trabalho, o que gera uma
insatisfação adicional, pois além de insatisfação com o trabalho, o que gera a
fuga, há a insatisfação com a fuga, que é condenada pela moral, pelas ideias
dominantes e pela sociedade como um todo<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim,
quando a evasão é mais consciente, ela é mais moderada e mais controlada,
absorvendo menos tempo dos indivíduos, mas pode ser, em certo sentido, mais
dolorosa, justamente devido ao fato de ser consciente. A evasão insciente é
quando não se sabe que é uma fuga e do que se foge. Ela pode ser mais intensa e
menos controlada, bem como pode absorver maior tempo e energia dos indivíduos. Assim,
quando um indivíduo se envolve com o futebol e sabe que o faz para fugir da
família, do trabalho, etc. então sua evasão é consciente. Um outro indivíduo
que usa drogas cotidianamente pode não ter consciência de suas reais motivações
e de que se trata de uma fuga. A evasão varia de intensidade, indo da forma
mais moderada até a forma de desequilíbrio psíquico, tal como no caso das
psicoses<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão é mais perceptível no uso de jogos eletrônicos, drogas, mas também está
presente na internet e nas redes sociais virtuais, que se tornam substitutas da
vida real. Por outro lado, a evasão é menos perceptível em formas consideradas
culturalmente mais elevadas ou socialmente mais aceitas, como no caso da
religião, literatura, ciência, política, trabalho, etc. Nesses casos, a
fronteira entre curiosidade e/ou profissão, por um lado, e evasão, por outro, é
mais difícil de delimitar. No caso do fanatismo político ou religioso, ela é
mais facilmente perceptível. Existem outras formas de evasão pouco
perceptíveis, como, por exemplo, o hábito de viajar, que pode ser enfeitado com
o gosto por viagens, que, no fundo, pode ser apenas a fuga da cotidianidade, do
trabalho, entre outras possibilidades. Por outro lado, o que é evasão para um
indivíduo pode não ser para outro. Um indivíduo que viaja a trabalho,
obviamente, não realiza evasão. Da mesma forma, alguém que gosta efetivamente
de atuação política e a faz sob forma racional (ou seja, não criando uma
realidade paralela, como ocorre em certas crenças conspiracionistas) e sem
deixar de lado as outras atividades necessárias para a sobrevivência e
convivência social, também não estaria se evadindo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">AS
FORMAS DE EVASÃO<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">As
formas de manifestação da evasão são variadas. A religião, o futebol, os
videogames e jogos em geral, a arte, a sexualidade, a televisão, são algumas de
suas formas mais comuns<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O
que há em comum nesses casos é que todos eles criam uma “segunda realidade”,
uma realidade paralela, que passa a sobrepujar a realidade concreta. A religião
cria a realidade religiosa que se manifesta na vida social e concreta, mas que
trabalha com seres sobrenaturais e com a “vida após a morte”. O futebol tem uma
base real, os jogos, o campeonato, a mercantilização, etc., mas também gera sua
“realidade” nas regras do campeonato e na dinâmica dos jogos. Os jogos em geral
também criam uma realidade paralela, marcada por suas regras e sua dinâmica
(VIANA, 2019)<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Porém, não é possível descartar estes e outros fenômenos como sendo evasão ou
como algo puramente prejudicial. A religião, o futebol, os videogames, não são
formas de evasão em si e sim podem se tornar assim a partir de determinada
relação que determinados indivíduos estabelecem com esses fenômenos sociais.
Alguns fenômenos sociais, por gerarem uma realidade paralela, acabam sendo mais
adequados para os indivíduos que buscam evasão, bem como as relações sociais
que se instituem ao seu redor. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Por
outro lado, esses fenômenos, quando são meios de evasão para determinados
indivíduos, não são equivalentes. Um pode ser menos prejudicial do que o outro,
inclusive alguns indivíduos, com muito esforço, passam de uma para outra (é o
caso do usuário de drogas que não conseguia sobreviver razoavelmente e que passa
para uma religião e assim consegue se reinserir nas atividades sociais). Em
outros casos, a evasão pode se tornar profissão ou meio de sobrevivência<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Porém,
algumas formas, como o fanatismo por futebol, já geram uma maior dificuldade
nesse processo de passagem de evasão para trabalho. Um outro aspecto é que a
evasão pode intensificar o isolamento ou promover sua diminuição. Os jogos
eletrônicos individuais tendem a gerar maior isolamento, enquanto que o jogo em
equipe cria uma sociabilidade entre os jogadores, mesmo que mais restrita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No
entanto, é preciso ter em mente que a passagem de uma forma de evasão para
outra, ou sua amenização, entre outros processos que atingem apenas a maneira
em que ela se manifesta ou sua intensidade, não é uma superação da
insatisfação, mas tão somente uma menor ou maior adaptação à sociedade geradora
de insatisfações. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">EVASÃO,
CONSUMO, POLÍTICA E TÉDIO<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão é um problema individual e social. É individual por atingir o indivíduo
e sua vida e é social não apenas por ser um produto da sociedade, mas também
por estar indissoluvelmente ligada com diversas relações sociais e provocar
consequências sociais. Sem dúvida, da perspectiva do capital, a evasão é um
problema para o rendimento no trabalho, a participação na política
institucional (legitimadora da sociedade moderna), entre outros problemas
derivados, mas também é um momento de oportunidade de lucro e pode ser gerador
de vantagens políticas. Desde os tratamentos clínicos para os casos mais graves
(e os remédios que beneficiam o capital farmacêutico) até a mercantilização de
atividades de evasão, o capital sempre lucra com a miséria que produz. O
futebol profissional funciona como evasão para muitos indivíduos e isso gera
audiência, aquisição de mercadorias (ingressos para o jogo, camisas do time, etc.),
divulgação, entre outros elementos que os clubes e meios oligopolistas de
comunicação usam para lucrar. A busca da evasão promove um amplo mercado
consumidor para o lazer mercantilizado e se torna fonte de lucro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão tem um significado político fundamental para o capital. Numa sociedade
na qual se poderia satisfazer todas as necessidades básicas de toda a população
por existir condições tecnológicas e laborais para tal, mas na qual é
impossível a satisfação das necessidades especificamente humanas, as
necessidades psíquicas, a evasão emerge como uma das alternativas e gera uma
falsa satisfação substituta para grande parte da população. O capital gera uma
ampla fabricação de desejos (FROMM, 1986) e manipulação da insatisfação social
(VIANA, 2021) com objetivos mercantis e/ou objetivos políticos. A evasão é um
produto do capitalismo e se torna uma mercadoria ou mercancia lucrativa e algo vantajoso
politicamente. As novas tecnologias e a internet permitiram uma ampliação e
generalização da evasão como nunca antes visto na história da humanidade. Uma
sociedade evasiva é, ao mesmo tempo, manipulável e explosiva, pois ao lado da
evasão generalizada há a insatisfação generalizada e se a manipulação falha,
abre a possibilidade da explosão social que pode gerar uma revolta destrutiva
ou uma revolução social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Assim
se produz uma sexualidade evasiva, uma arte evasiva, comunicação (via internet
e outros meios) evasiva. A sexualidade evasiva é aquela que proporciona uma
fuga da realidade, na qual se cria uma fixação e redução do mundo à atividade
sexual, gerando o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">homo sexualis</i>. Isso
se intensifica no capitalismo contemporâneo, pois o novo regime de acumulação
instaurado, o integral, traz consiga uma renovação hegemônica e o paradigma
subjetivista, e, junto com ele, o hedonismo, novos valores, etc. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E
a evasão gera o tédio e o vazio. Rojas, Prokop e outros abordaram tal aspecto. Rojas
mostra aspectos dessa relação entre vazio e tédio, sem utilizar tais termos, na
fase do capitalismo sob o regime de acumulação integral. Prokop trata dessa
questão ao abordar o cinema e o que ele denomina “fascinação” (que aqui
denominamos evasão) e o tédio que lhe acompanha (PROKOP, 1986; VIANA, 2020;
SOUZA, 2008).<o:p></o:p></span></p>
<p class="CitABNT" style="margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 6pt 4cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Os
produtos da cultura monopolística de massa têm algo de entediante. O incrível
design, o rápido noticiário, os balés de televisão escassamente gesticulados,
Angélique, Cathérine, Amber e Barry Lindon, que são procurados em virtude do
seu sucesso e de seus elementos trágicos – em determinado aspecto, muitos dos
produtos adorados e mais frequentemente consumidos são simplesmente cansativos.
Esta não é apenas uma impressão subjetiva. O público de fato se entedia
(PROKOP, 1986, p. 152).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
evasão gera o tédio e pode gerar outros efeitos psíquicos que podem se tornar
cada vez mais graves com sua intensificação. E tanto a evasão quanto o tédio
são mercantilizados. Assim, ambos fazem parte do processo de reprodução da
sociedade capitalista. E um aspecto curioso desse processo é que com o
desenvolvimento capitalista isso se amplia e intensifica, gerando novas formas
de evasão e intensificando a sua ocorrência, bem como a do tédio. O mundo
virtual da internet acaba gerando uma ampliação do isolamento, um maior grau de
insatisfação, já que os indivíduos não podem satisfazer sua necessidade de
socialidade, ou seja, de convivência social satisfatória. Curiosamente, a
internet se torna refúgio para evasão, o que gera uma possibilidade de
comunicação e convivência, mas virtual e geralmente artificial, o que é mais um
elemento gerador de tédio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">CONSIDERAÇÕES
FINAIS<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
superação da evasão pressupõe a superação da sociedade produtora de evasão.
Assim, é preciso superar o reino das insatisfações e das satisfações
substitutas por um mundo satisfatório. O realismo conservador tornou inusual e
condenou uso da expressão “felicidade”. A ideia de felicidade, para além das concepções
ideológicas e reducionistas, é justamente o processo no qual o ser humano
consegue satisfazer suas necessidades radicais – as básicas e as
especificamente humanas. Nessa situação, o ser humano não necessita de evasão.
A ausência da felicidade garante a presença da evasão. A presença da felicidade
garante a ausência da evasão. A luta contra a evasão é uma luta pela
felicidade, que se sintetiza na luta contra o capital e a favor da autogestão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;"><b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><a name="_Hlk69736789"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">BASBAUM,
Leôncio. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Alienação e Humanismo</b>. 6ª
edição, São Paulo: Global, 1985.<o:p></o:p></span></a></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk69736789;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">CALDERONI,
José. A Psicose no Cotidiano. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Revista de
Psicanálise Integral</b>. Ano 03, num. 05, 1980.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk69736789;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">CODO,
Wanderley. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Que é Alienação</b>. 2ª
edição, São Paulo: Brasiliense, 1985.<o:p></o:p></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk69736789;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">FROMM, Erich. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Do
Amor à Vida</span></b>. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">GABEL, Joseph. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Sociología de la Alienación</b>. Buenos
Aires: Amorrortu, 1973.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><a name="_Hlk24193753"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">MARX, Karl. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Manuscritos Económicos-Filosóficos</span></b>.
Lisboa: Edições 70, 1989.<o:p></o:p></span></a></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; mso-hyphenate: none; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">MARX</span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><!--[if supportFields]><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><span style='mso-element:field-begin'></span><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'><span lang=EN-US style='font-size:12.0pt;
font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-ansi-language:EN-US;mso-fareast-language:AR-SA'> XE "<i
style='mso-bidi-font-style:normal'>Marx"</i> </span></span><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><![endif]--><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><!--[if supportFields]><span style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><span
style='mso-element:field-end'></span><![endif]--><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">, Karl; ENGELS</span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><!--[if supportFields]><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><span style='mso-element:field-begin'></span><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'><span lang=EN-US style='font-size:12.0pt;
font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-ansi-language:EN-US;mso-fareast-language:AR-SA'> XE "<i
style='mso-bidi-font-style:normal'>Engels"</i> </span></span><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><![endif]--><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><!--[if supportFields]><span style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><span
style='mso-element:field-end'></span><![endif]--><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">, Friedrich. </span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">A Ideologia Alemã (Feuerbach</span></b></span><!--[if supportFields]><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><span style='mso-element:field-begin'></span><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'><b style='mso-bidi-font-weight:normal'><span
style='font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:
Calibri;mso-fareast-language:AR-SA'> XE "Feuerbach" </span></b></span><![endif]--><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span><!--[if supportFields]><span
style='mso-bookmark:_Hlk24193753'></span><span style='mso-element:field-end'></span><![endif]--><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">).</span></b></span><span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;"> 3ª Edição, São
Paulo: Ciências Humanas, 1982.<o:p></o:p></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk24193753;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">MERANI, Alberto. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Psicologia e Alienação</b>. 2ª edição, Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1977.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">PROKOP, Dieter. <span style="mso-bidi-font-style: italic;">Fascinação e Tédio na Comunicação. Produtos
de Monopólio e Consciência</span>. In: Filho, Ciro M. (org.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Prokop</span></b>.
Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo, Ática, 1986.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; mso-hyphenate: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">ROJAS, Enrique. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Homem Moderno</b>. A Luta contra o Vazio. São Paulo: Mandarim, 1996.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">ROLL, Richard. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">O Significado da Solidão</span></b>. Goiânia:
Edições Enfrentamento, 2020.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; font-variant: small-caps; mso-bidi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">SCHNEIDER</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">, Michael. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Neurose e Classes Sociais</b><i style="mso-bidi-font-style: normal;">. </i><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Uma Síntese Freudiano-Marxista.</span> Rio
de Janeiro: Zahar, 1977.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">SOUZA,
Erisvaldo. A Renovação da Teoria da Indústria Cultural em Prokop. In: VIANA,
Nildo (org.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Indústria Cultural e
Cultura Mercantil.</b> Rio de Janeiro: Corifeu, 2008.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">TORRE, Juan Carlos (org.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">La Alienación como Concepto Sociologico</b>.
Buenos Aires: Ediciones Signos, 1970.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">VIANA, Nildo. A Alienação Como Relação Social. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Revista Sapiência</b> (UEG). Vol. 01, num.
02, 2012.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">VIANA, Nildo. A
Sociologia do Filme de Dieter Prokop. <b>Sociologia em Rede</b>, v.
9, n. 09, 2020.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">VIANA, Nildo.
Capitalismo e Neurose. <b>Sociologia em Rede</b>, vol. 04, num. 04,
2014.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">VIANA, Nildo. Jogos e Valores. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Informe e Crítica</b>. Vol. 08, num. 08, 2019.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">VIANA, Nildo. Movimentos Sociais
e Insatisfação Social. in: ANDRADE, Gabrielle; TELES, Gabriel; VIANA, Nildo
(orgs.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;">Movimentos Sociais e Sociedade Moderna</span></b>. Goiânia: Edições
Enfrentamento, 2021.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">VIDAL, Daniel. Un Caso de Falso
Concepto: La Nocion de Alienacion. In: TORRE, Juan Carlos (org.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">La Alienación como Concepto Sociologico</b>.
Buenos Aires: Ediciones Signos, 1970.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; margin: 6pt 0cm 12pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: PT-BR;">WEBER, Max. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo</b>. 2ª edição, São Paulo:
Pioneira, 1987.<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
Muitos pensavam que estavam usando o conceito marxista de alienação, enquanto
que, na verdade, o estavam deformando, transformando-o num fenômeno da
consciência. Para Marx, a alienação é um fenômeno social e se materializa,
fundamentalmente, no trabalho alienado, que é um trabalho controlado por outros
e é justamente nesse processo de dominação sobre a atividade do trabalhador que
se estabelece a alienação. A alienação do trabalho, ou seja, o controle da
atividade do trabalhador, gera a alienação do produto do trabalho, ou seja, o
controle do que é produzido. A concepção materialista da alienação vem para
explicar que é o trabalho que cria a propriedade, que há uma relação social de
controle e dominação que permite a relação social de exploração. Alguns, sobre
o pretexto de “tradução” fiel do alemão para o português, deformam
completamente o caráter materialista e transforma a alienação, tal como era em
Hegel, num fenômeno da consciência, gerando uma concepção idealista. Não
poderemos desenvolver mais tal questão, mas existe uma bibliografia que
contribui com a compreensão da concepção marxista de alienação (MARX, 1989;
VIANA, 2017; VIANA, 2012).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
“Hegel usou o termo como significando a apropriação do homem pelo espírito
absoluto. Para Hegel, segundo Marx, o ser humano, o homem, é igual à
consciência de si. ‘Toda alienação do ser humano não é, por conseguinte, senão
a alienação da consciência de si’” (BASBAUM, 1985, p. 17).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
O isolamento mental é quando o indivíduo está cercado de pessoas, mas não se
identifica, não combina, não compartilha coisas ou não possui afinidade com
elas. É a velha ideia do indivíduo “sozinho na multidão”, tema de diversas
músicas populares no Brasil e no mundo. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
A fuga pode ser efetivada a partir de uma situação mental que vai do totalmente
insciente até a relativamente consciente. No primeiro caso, é o que é comum nos
problemas de desequilíbrio psíquico, que é o caso da psicose, mas existem
formas intermediárias até chegar ao relativamente consciente, pois, nesse
último caso, o indivíduo pode ter consciência da fuga, mas que dificilmente
chegará até a proposta de superação efetiva ou uma compreensão de suas
determinações (a não ser as imediatas e/ou aparentes).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
O termo “insciente” é pouco usual, pois geralmente se usa “inconsciente” (de
acordo com seu uso na linguagem cotidiana, o que pode promover confusão com seu
significado psicanalítico) ou “não-consciente”. O insciente é algo não
consciente e assim se difere do inconsciente, no sentido psicanalítico, que
remete aos desejos ou necessidades reprimidas na mente do indivíduo. O uso do
termo insciente evita o equívoco da confusão com o inconsciente no sentido
psicanalítico do termo, bem como é preferível a não-consciente, pois tem o
mesmo significado e aponta para um fenômeno real que não se caracteriza apenas
por ser ausência de outro fenômeno (a consciência). <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
O trabalho alienado como valor é algo que acompanha a história do capitalismo,
tal como se vê no caso da ética protestante (WEBER, 1987).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
A psicose é um desequilíbrio psíquico mais comum nas classes inferiores, no
qual a intensidade da insatisfação e falta de satisfações substitutas é maior.
Assim, a divisão realizada por Schneider (1977), segundo a qual no proletariado
a psicose é mais comum e na burguesia a neurose, é explicada pelas relações de
classes no capitalismo (VIANA, 2014). A psicose é uma espécie de evasão total,
no qual a realidade psiquicamente constituída pelo indivíduo substitui a realidade
concreta.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
Rojas (1996) aborda alguns casos, tal como a televisão, embora não se possa
concordar com o conjunto de sua abordagem, que são contribuições para pensar a
evasão na contemporaneidade.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
Calderoni descreve as multidões indo ao estádio com seus “olhos cintilantes” e
“respiração ofegante” e aponta um indivíduo imaginário desconhecedor desse
processo social e dinâmica desse esporte que pensaria, na frente dos estádios,
que lá estaria se decidindo “o futuro da humanidade”. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202021/2021%20A%20Sociedade%20da%20Evas%C3%A3o%20-%20cap%20de%20livro.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a>
O que pode criar a sua superação ou apenas fusão com uma atividade
profissional.<o:p></o:p></p><p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="NRPadro" style="text-align: justify;">----------------</p><p class="NRPadro" style="text-align: justify;">Publicado em:</p><p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><b style="background: none 0px 0px repeat scroll rgb(255, 255, 255); border: 0px none; color: #326c99; font-family: Tahoma, Geneva, sans-serif; font-size: 11px; margin: 0px; outline: none 0px; padding: 0px; text-align: left; vertical-align: baseline;"><a class="tooltip" href="http://lattes.cnpq.br/3744231559402924" original-title="Clique para visualizar o currículo" style="background: none 0px 0px repeat scroll transparent; border: 0px none; color: rgb(0, 119, 198) !important; margin: 0px; outline: none 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;" tabindex="479" target="_blank">VIANA, Nildo</a></b><span style="background-color: white; color: #326c99; font-family: Tahoma, Geneva, sans-serif; font-size: 11px; text-align: left;">. A Sociedade da Evasão. In: FERREIRA, Ezequiel; FREITAS, Patrícia; MELLO, Roger. (Org.). Psicologia e Desenvolvimento. Pesquisa e Atuação. 1ed.Rio de Janeiro: E-Publicar, 2022, v. 1, p. 98-112. Disponível em: </span><span style="font-size: 11px; text-align: left;"><span style="color: #326c99; font-family: Tahoma, Geneva, sans-serif;"><a href="https://www.academia.edu/69898927/A_Sociedade_da_Evas%C3%A3o">https://www.academia.edu/69898927/A_Sociedade_da_Evas%C3%A3o</a> </span></span></p><p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; font-size: 11px; text-align: left;"><span style="color: #326c99; font-family: Tahoma, Geneva, sans-serif;"><a href="https://aterraeredonda.com.br/a-sociedade-da-evasao/">https://aterraeredonda.com.br/a-sociedade-da-evasao/</a> </span></span></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-82219764696565689622023-04-17T19:04:00.001-03:002023-04-17T19:04:02.892-03:00Resenha de "Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas", por Lucas Maia<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH8CP5Omb-AGf1tuBdaHQrYJIcCKbBL_INfzPlpk2yUROtOe2AHzECXU6FynYUfUy0_Sc8c8UwUmZZMPPKGocQQwTbi8EuiLho7PPK6Yfn71bW1rnX_WXUElg8MYlK6rL8TJK25gj9fCP-Bdtk_cQ5921PyOtFkwKvKZH4n0T1PDRrV-rVhBMIOz56jw/s651/Capa%20XX%202020%20Hegemonia%20Burguesa%20e%20Renova%C3%A7%C3%B5es%20Hegem%C3%B4nicas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="651" data-original-width="451" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjH8CP5Omb-AGf1tuBdaHQrYJIcCKbBL_INfzPlpk2yUROtOe2AHzECXU6FynYUfUy0_Sc8c8UwUmZZMPPKGocQQwTbi8EuiLho7PPK6Yfn71bW1rnX_WXUElg8MYlK6rL8TJK25gj9fCP-Bdtk_cQ5921PyOtFkwKvKZH4n0T1PDRrV-rVhBMIOz56jw/w278-h400/Capa%20XX%202020%20Hegemonia%20Burguesa%20e%20Renova%C3%A7%C3%B5es%20Hegem%C3%B4nicas.jpg" width="278" /></a></div><br /><p></p><p><br /></p><p>Resenha do livro "<a href="https://nildoviana.com/hegemonia-burguesa-e-renovacoes-hegemonicas" target="_blank">Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas</a>", de autoria de Lucas Maia.</p><p><a href="https://redelp.net/index.php/rel/article/view/845" target="_blank">Clique aqui</a> para acessar.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-44186795522318079702023-04-10T14:17:00.004-03:002023-04-10T14:17:46.333-03:00Os Dormentes - Um conto de Nildo Viana<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI_SlMUmcK9QyMPC3PCEUwT5oKSUH6EQ4aV8AJrX6y89tSFRxSnt0pQTlsA4gkXFycTpMp10Tas9DrBNpCi_Ke71gEve-_yRmav03CVX0dmXuTmfrJfE1wc_kVS9R4Nh-t04MGAUA2uG9D4knQKGjFUcLmHYVLY0Mz1umeH93Z2YS5LgtqZ6Y4_SRN1Q/s1024/DALL%C2%B7E%202023-04-05%2016.23.37.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI_SlMUmcK9QyMPC3PCEUwT5oKSUH6EQ4aV8AJrX6y89tSFRxSnt0pQTlsA4gkXFycTpMp10Tas9DrBNpCi_Ke71gEve-_yRmav03CVX0dmXuTmfrJfE1wc_kVS9R4Nh-t04MGAUA2uG9D4knQKGjFUcLmHYVLY0Mz1umeH93Z2YS5LgtqZ6Y4_SRN1Q/w400-h400/DALL%C2%B7E%202023-04-05%2016.23.37.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b><span style="font-size: large;">OS DORMENTES</span></b></div><p></p><p style="text-align: right;">Nildo Viana</p><p style="text-align: right;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; text-align: start;">Uma nova pandemia aparece: a dormência. Um médico e sua esposa, uma mãe e seu filho, um psicanalista, uma sociedade. Todos buscando se salvar da dormência. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px; text-align: start;">Leia o conto completo <a href="https://redelp.net/index.php/poe/article/view/1306/1195" target="_blank">clicando aqui</a>.</span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-2051939264135866092023-04-04T09:29:00.006-03:002023-04-04T09:29:25.707-03:00Revista Poeticus 11 online!<p> </p><h1 style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.714rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">v. 7 n. 11 (2023): Revista Poeticus - Revista de Poesia, Arte e Reflexões 11</h1><div class="obj_issue_toc" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px;"><div class="heading" style="box-sizing: border-box;"><a class="cover" href="http://redelp.net/index.php/poe/issue/view/137" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; display: block; float: left; height: auto; margin-bottom: 2.143rem; margin-right: 2.143rem; max-height: none; width: 200px;"><img alt="Capa: Elpis, A Deusa da Esperança." src="http://redelp.net/public/journals/4/cover_issue_137_pt_BR.png" style="border-style: none; box-sizing: border-box; display: block; height: auto; max-height: none; max-width: 100%; width: auto;" /></a><div class="description" style="box-sizing: border-box;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 0px;">Revista Poeticus - Revista de Poesia, Arte e Reflexões. Vol. 07, Num. 11, 2023.</p></div><div class="published" style="box-sizing: border-box; margin: 1.43rem 0px;"><span class="label" style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">Publicado: </span><span class="value" style="box-sizing: border-box;">2023-04-03</span></div></div><div class="sections" style="box-sizing: border-box; margin-top: 4.286rem;"><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Editorial</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1299" id="article-1299" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">O que esperar de 2023?</a></h3><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1299" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1299/1191" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Reflexões sobre Arte</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1300" id="article-1300" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">O Louco e a Fuga<span class="subtitle" style="box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: block; font-weight: 400; margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.25em;">Uma Reflexão Psicanalítica</span></a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Alice Viana, Nildo Viana</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1300" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1300/1192" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Poesias</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1301" id="article-1301" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">Dedo em Riste</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Francis Hardy</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1301" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1301/1193" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1302" id="article-1302" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">O Viajante</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Pierre Leroy</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1302" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1302/1194" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-77248372550526394312023-04-03T13:10:00.001-03:002023-04-03T13:10:10.320-03:00Revista Poeticus, num. 10 Online!<p> </p><h1 style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 1.714rem; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem;">v. 6 n. 10 (2022): Revista Poeticus - Revista de Poesia, Arte e Reflexões 10</h1><div class="obj_issue_toc" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.87); font-family: "Noto Sans", -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Oxygen-Sans, Ubuntu, Cantarell, "Helvetica Neue", sans-serif; font-size: 14px;"><div class="heading" style="box-sizing: border-box;"><a class="cover" href="http://redelp.net/index.php/poe/issue/view/136" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; display: block; float: left; height: auto; margin-bottom: 2.143rem; margin-right: 2.143rem; max-height: none; width: 200px;"><img alt=" Visualizar v. 6 n. 10 (2022): Revista Poeticus - Revista de Poesia, Arte e Reflexões 10
" src="http://redelp.net/public/journals/4/cover_issue_136_pt_BR.png" style="border-style: none; box-sizing: border-box; display: block; height: auto; max-height: none; max-width: 100%; width: auto;" /></a><div class="description" style="box-sizing: border-box;"><p style="box-sizing: border-box; line-height: 1.785rem; margin: 0px;">Revista Poeticus - Revista de Poesia, Arte e Reflexões. Vol. 06, num. 10, 2022.</p></div><div class="published" style="box-sizing: border-box; margin: 1.43rem 0px;"><span class="label" style="box-sizing: border-box; font-weight: 700;">Publicado: </span><span class="value" style="box-sizing: border-box;">2023-04-03</span></div></div><div class="sections" style="box-sizing: border-box; margin-top: 4.286rem;"><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Editorial</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1296" id="article-1296" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">O Poder Curativo da Arte</a></h3><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1296" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1296/1188" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div><div class="section" style="box-sizing: border-box; margin: 2.143rem -2.143rem; padding: 2.143rem; position: relative;"><h2 style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; box-sizing: border-box; color: rgba(0, 0, 0, 0.54); display: inline-block; font-size: 1.143rem; font-weight: 400; left: -15px; line-height: 2.143rem; margin: 0px 0px 1.43rem; padding: 0px 1.0715rem; position: relative;">Poesias</h2><ul class="cmp_article_list articles" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1124" id="article-1124" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">Antiganho</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Luiz Fernando Pereira de Oliveira</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1124" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1124/1186" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/263" id="article-263" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">O poder do Capital</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Bianca Oliveira</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-263" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/263/1187" style="background: rgb(0, 103, 152); border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: white; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 2.143rem;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1297" id="article-1297" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">Ìndios</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Sandro Santana</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1297" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1297/1189" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li><li style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><div class="obj_article_summary" style="box-sizing: border-box;"><h3 class="title" style="border-bottom: none; box-sizing: border-box; font-size: 1rem; line-height: 1.43rem; margin: 0px;"><a href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1298" id="article-1298" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #006798; text-decoration-line: none;">Todas as Vidas da Cidade</a></h3><div class="meta" style="box-sizing: border-box; font-size: 0.93rem; line-height: 1.43rem; padding-top: 0.357rem; position: relative;"><div class="authors" style="box-sizing: border-box; padding-right: 5em;">Sandra Hartmann</div></div><ul class="galleys_links" style="box-sizing: border-box; list-style: none; margin: 0.714rem 0px 0px; padding: 0px;"><li style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-right: 0px;"><a aria-labelledby="article-1298" class="obj_galley_link pdf" href="http://redelp.net/index.php/poe/article/view/1298/1190" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border-radius: 3px; border: 1px solid rgb(0, 103, 152); box-sizing: border-box; color: #006798; display: inline-block; font-size: 0.93rem; line-height: calc(2.143rem - 2px); padding: 0px 1em; text-decoration-line: none;"> Texto Completo PDF</a></li></ul></div></li></ul></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-72171696531657958922023-03-15T18:26:00.025-03:002024-02-03T11:39:08.427-03:00O que é Música Brega?<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyvjVofzWydQNEFrc1XLvCak40K5Cybf1WMTY-EDnMhDcC7J0ewZfbvWc8oFsgNVGAVkQLydJ5di6QBpFwpRe_dzYxUBmlH0HDiMUNvOBTn_aVib3ZtOPhrn4XDB93NaZQs6RLQMJFIYshqQDGJmhNsOvI_fpzPiic63crh6MKFo2TUWyEHLLPtcTRvg/s320/quando%20o%20brega%20era%20chique.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="320" height="399" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyvjVofzWydQNEFrc1XLvCak40K5Cybf1WMTY-EDnMhDcC7J0ewZfbvWc8oFsgNVGAVkQLydJ5di6QBpFwpRe_dzYxUBmlH0HDiMUNvOBTn_aVib3ZtOPhrn4XDB93NaZQs6RLQMJFIYshqQDGJmhNsOvI_fpzPiic63crh6MKFo2TUWyEHLLPtcTRvg/w400-h399/quando%20o%20brega%20era%20chique.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><b style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O
QUE É MÚSICA BREGA?</span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Nildo Viana<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A
definição e entendimento do que é música brega é difícil tendo em vista
diversas concepções a respeito, embora a maioria sem maior fundamentação. Alguns
confundem música brega com gênero musical, o que é um equívoco e uma
classificação arbitrária. Alguns rotulam como “música brega” todas as músicas
que não gostam, o que é um uso opinativo e sem fundamentação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A
palavra brega tem vários sentidos. Alguns contam uma história sobre o seu
surgimento, que não teria a ver com o significado da palavra em Portugal (ação
do toureiro durante a tourada, tendo sido importada da Espanha). Segundo uma
das histórias da origem da palavra, ela teria surgido numa boate na região
nordeste, na qual cantores considerados de má qualidade cantavam (Reginaldo
Rossi, Waldick Soriano, etc.), que se chamava “Nóbrega”, mas o letreiro em néon
queimou e apagou as duas primeiras letras, ficando apenas “brega”. Uma outra
história conta que a palavra surgiu em Salvador, Bahia, numa rua em que ficavam
várias casas de prostituição, e se chamava “Rua Padre Manuel da Nóbrega” e a
ferrugem teria apagado o nome quase inteiro, sobrando apenas “brega”. Essas
histórias são meras curiosidades, pois a origem do significado que vamos
abordar é mais importante do que a origem da palavra em si.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O
significado da palavra brega se consolidou através dos meios oligopolistas de
comunicação, especialmente a Rede Globo de Televisão, durante os anos 1980. Os
arquitetos dessa denominação foram intelectuais progressistas que tinham espaço
no capital comunicacional. A consolidação se iniciou em 1984 quando o cantor
Eduardo Dusek lançou seu LP <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Brega e
Chique</i> em 1984 e mais ainda em 1987, com o lançamento da novela Brega &
Chique pela Rede Globo de Televisão. No fundo, a ideia já existia muito antes,
bem como outra palavra nomeava o fenômeno: cafona. Aliás, nos anos 1970 a
palavra cafona era bastante usada e novamente foi a Rede Globo a responsável
pelo seu sucesso, especialmente através da novela chamada justamente “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Cafona</i>”, que foi ao ar em 1971.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Abertura
da Novela O Cafona:</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/IOd9tCBCcsc" width="320" youtube-src-id="IOd9tCBCcsc"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A
explicação desse processo remete ao contexto. Nos anos 1970, período da
ditadura militar, havia uma forte censura, mas havia também uma forte
resistência nos meios intelectualizados, o que jogava grande parte da
intelectualidade e da juventude no bloco progressista. Os autores das
telenovelas da Rede Globo eram, em sua maioria, intelectuais progressistas. E
nos meios intelectuais havia toda uma crítica à cultura denominada “alienada”
(um uso indevido do termo, ganhando o sentido de estar “fora da realidade”), e
de mau gosto. Um elitismo era propagandeado pelo capital comunicacional, mas,
ao mesmo tempo, uma certa criticidade aparecia simultaneamente. Basta ver as
propagandas da época, que mostravam uma valoração do dinheiro (como em uma
sobre cartão de crédito, uma novidade naquele momento que só era acessível à
parte mais endinheirada das classes superiores), assim como as novelas não
cansavam de apresentar mansões e iates, tal como se via nas novelas <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Selva de Pedra</i> (1972) e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Semideus</i> (1973).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Esse
processo, no âmbito musical (já que o “brega” e o seu antecessor, o “cafona”,
não se referia apenas à música, mas também ao vestuário, decoração, etc.), se
iniciou nos anos 1960, nos quais havia uma posição mais elitista, expressa pela
Bossa Nova, que buscava produzir “música de qualidade”, enfrentando diversos
gêneros musicais, alguns considerados de má qualidade, como o bolero e a
seresta. O samba passa a ser mais refinado tecnicamente e sua união com o jazz
e os novos temas (não mais o “barracão” e a vida da população mais pobre e
negra, dos morros cariocas ou da periferia de outras grandes cidades) como a
belezas naturais do país e do Rio de janeiro, a beleza feminina, etc. passavam
a ser dominante nesse gênero. Porém, o regime militar deslocou parte dos representantes
da Bossa Nova, como Edu Lobo, e outros para a “canção de protesto” e aí se
consolida a MPB, música popular brasileira, através dos festivais musicais.
Surge, também o tropicalismo. Por outro lado emerge uma nova música trivial e
mercantil inspirada na música estrangeira, a Jovem Guarda. Assim, a partir, por
um lado, da Bossa Nova e a valoração da técnica e, por outro, da “canção de
protesto” e valoração da crítica social, se gerou uma posição de negação das
músicas de técnicas simples e sem criticidade. Nesse contexto o capital
comunicacional avançava na sociedade brasileira e a música trivial ganhava
novos filões do mercado, tal como a Jovem Guarda e as músicas de sucesso
popular da época (bolero, seresta, etc.). Se desenvolvia, nessa época, uma maior
diversificação através do capital radiofônico e do capital televisivo (além dos
festivais de MPB, e dos programas de auditório, entre outros, havia os
programas específicos de bossanovistas, tropicalistas e da Jovem Guarda).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Assim,
existia uma oposição, realizada por intelectuais elitistas e progressistas (com
critérios diferenciados, pois para uns a distinção era fundamentalmente técnica
e temática, enquanto que para outros era especialmente política e social).
Nesse contexto, a MPB erudita da Bossa Nova convivia com a MPB semierudita da
canção de protesto<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
e tropicalismo e ambas conviviam com a música considerada de má qualidade, que
reunia um conjunto de músicas, gêneros, cantores e cantoras, como destaque para
a Jovem Guarda. O tropicalismo, que tinha como destaques musicais Gilberto Gil
e Caetano Veloso, emerge tentando reunir, o que se percebe pela ideia de
“geleia geral”, esses extremos (Viana, 2009). Isso gerou polêmicas,
especialmente em relação aos adeptos da canção de protesto e nacionalistas em
geral. O tropicalismo, no entanto, apesar de abordar temáticas despolitizadas,
como Baby, de Gal Costa (quando essa música foi cantada em um lugar público que
reunia artistas, a reação negativa de Geraldo Vandré tinha sua razão de ser,
afinal era a época do regime militar e a letra tratava de banalidades da vida
cotidiana), também apresentava músicas com crítica social. No plano técnico, ao
mesmo tempo que desagradava os nacionalistas por usar guitarra, também trazia
elementos tradicionais da música brasileira<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O
tropicalismo também pode ser considerado semierudito, ao lado da canção de
protesto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O que
nos interessa aqui, no entanto, é a música considerada de má qualidade. Não
havia uma palavra para nomeá-la até esse momento. Má qualidade, “alienada”,
entre outros termos apareciam, mas não era consenso e nem tinham popularidade
além de alguns setores dos meios intelectualizados. É apenas com o passar do
tempo que a palavra “cafona” vai se estabelecendo e a novela da Rede Globo de
mesmo nome consolidou. E isso mostra uma divisão de classes sociais. A
juventude das classes superiores e os meios intelectualizados ouviam música
clássica, bossa nova, tropicalismo, canção de protesto, rock and roll. Os indivíduos
das classes inferiores, embora alguns ouvissem parte dessas músicas, ouviam,
além disso, samba, bolero, música caipira, baião, rock, etc. Porém, alguns
gêneros nacionais não recebiam as mesmas críticas que outros. Para alguns dos
meios intelectualizados, o baião e o samba, por exemplo, não entravam no rótulo
de música ruim, embora, para muitos, também não fizessem parte da música de
alta qualidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Mas o
que era a “música cafona”? A música cafona era qualquer música considerada de
má qualidade da época. Porém, essa denominação se estabeleceu nos anos 1970,
momento em que houve uma mutação musical na sociedade brasileira. Com a MPB
consolidada via capital radiofônico e televisivo, a divisão musical dos anos
1960 deixou de existir. A bossa nova praticamente desapareceu, o tropicalismo
teve uma curta duração, a canção de protesto se confundiu com as músicas gerais
de crítica ao regime militar e deixou de existir como tendência musical. Assim,
a MPB acabou concretizando a ideia de “geleia geral”. Mas isso no seu setor de
qualidade superior. Ao lado disso, o capital fonográfico investia em novos
produtos musicais. A música trivial ganha novas formas, com os herdeiros da
Jovem Guarda e dos gêneros marcadamente românticos, como o bolero e a seresta.
Assim, o rock trivial, simplificado e infantilizado da Jovem Guarda, tal como
se via em músicas como “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Calhambeque</i>”,
“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Splish Splash</i>”, “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pega Ladrão</i>”, etc. perdeu espaço, mas os
seus representantes continuaram e representaram uma das mais fortes tendência
da “música cafona” (mais tarde denominada “brega”). Sérgio Reis abandona o rock
trivial e adere gênero da música sertaneja<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
fazendo grande sucesso com “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Menino da
Gaita</i>” e “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Menino da Porteira</i>”,
entre outros. Os demais aderem a um romantismo sentimentalista ou um subproduto
do rock trivial, ou uma mistura de ambos, tal como Ronnie Von, Jerry Adriani,
Wanderléa, Vanusa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Sérgio
Reis: coração de papel: </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=pA1Zl4lq624"><span color="windowtext"></span></a></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=pA1Zl4lq624"><span color="windowtext"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/pA1Zl4lq624" width="320" youtube-src-id="pA1Zl4lq624"></iframe></span></a></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=pA1Zl4lq624"><span color="windowtext"><br /><br /></span></a><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Sérgio
reis: Menino da porteira: </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/S-OV15aX570" width="320" youtube-src-id="S-OV15aX570"></iframe></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Roberto
Carlos: "Pega ladrão" (humor insosso) </span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=CgRMJ4dpj4g"><span color="windowtext"></span></a></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=CgRMJ4dpj4g"><span color="windowtext"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/CgRMJ4dpj4g" width="320" youtube-src-id="CgRMJ4dpj4g"></iframe></span></a></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=CgRMJ4dpj4g"><span color="windowtext"><br /><br /></span></a><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Além da
vertente oriunda da Jovem Guarda, emerge os herdeiros do bolero e da seresta,
bem como os que já emergiam no interior do novo clima musical. Esse último foi
o caso de Amado Batista, Odair José, Fernando Mendes, Ângelo Máximo e diversos
outros. Os herdeiros da música trivial dos anos 1960 e anteriores também
continuavam e se adaptavam aos novos tempos, tais como Agnaldo Timóteo e
Altemar Dutra<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Uma outra vertente era a do que poderíamos denominar “brega chique”<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
que eram músicas com aceitação relativa nos meios intelectualizados e classes
superiores, tal como foi o caso de Roberto Carlos, Wando e outros. A música
brega chique possui, em alguns casos, elementos musicalmente mais elaborados do
que o brega comum da época. A transformação da música caipira em música
sertaneja abre um novo filão de música brega, que ainda mantém relação com o mundo
rural, mas que se perder com a urbanização mais geral e intensa a partir dos
anos 1980, especialmente com a emergência de duplas como Leandro e Leonardo,
Chitãozinho e Chororó, Christian e Ralph, entre diversas outras. Trata-se,
nesse caso, de um gênero brega. A partir dos anos 1980, além de uma nova onda
de cantores bregas, surgem mais gêneros bregas (pagode<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
axé, etc.), de acordo com a necessidade do capital fonográfico de criar
modismos musicais passageiros. Alguns cantores mais antigos se renovam para se
adequar ao novo momento musical, como foi o caso de Cauby Peixoto, como se vê
até na sua mudança de vestuário, e outros.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Isso
tudo quer dizer que a música brega não é homogênea e possui diversas variedades
e divisões. Porém, é preciso entender o que significa música brega e depois
entender suas variações. A música brega não é um gênero musical, como alguns
equivocadamente acreditam (Souza, 2009). Um gênero pressupõe seguir regras fixas
e específicas que o caracterizam, tal como o rock, o jazz, o samba. A música
brega, inclusive pela própria origem da palavra, não está tratando de gênero
musical e sim de um conjunto de músicas e gêneros musicais considerados de
baixa qualidade. No fundo, é uma distinção de classe social. Quem produz música
brega, em sua maioria (e não em sua totalidade) é oriundo das classes
inferiores, com bagagem cultural mais limitada, bem como, geralmente, formação
musical mais precária. Quem ouve música brega é, em sua maioria, pessoas das
classes inferiores. Porém, a sua origem é nos estratos inferiores das classes
inferiores. E por isso se destoa de outros estratos, que, inclusive, encontra
uma parte que não simpatiza com tais músicas. Não é à toa que Amado Batista era
chamado do “rei das empregadas domésticas”. Aliás, Eduardo Dusek expressava
isso em uma de suas músicas (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Maldito
Dinheiro</i>):<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Eu
era lixeiro, você empregada<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A
gente se amava e se encontrava<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Na
mesma calçada<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Ouvindo
pelo rádio<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Uma
brega, de Amado Batista,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Eu
me lembrei, já meio atrasado,<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">da
hora do dentista<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> Eduardo Dusek: Maldito Dinheiro</o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p><br /></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span color="windowtext"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span color="windowtext"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="354" src="https://www.youtube.com/embed/CduV-6i0DoI" width="500" youtube-src-id="CduV-6i0DoI"></iframe></span></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span color="windowtext"><br /><br /></span></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Essa
vinculação de classe social tem a ver com o processo de proximidade temática e
vida cotidiana da população mais pobre. Porém, através de uma versão
empobrecida e exagerada. Por isso muitos se equivocam em confundir música brega
com música romântica. O romantismo sempre foi um dos temas fundamentais da
música popular, independentemente do gênero musical ou da qualidade técnica.
Assim, no rock, Elvis Presley e diversos outros fizeram diversas músicas
românticas. Alguns roqueiros fizeram músicas românticas de alta qualidade, como
se pode ver em “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Desculpe o Auê</i>”, de
Rita Lee, “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Certas Coisas</i>”, de Lulu
Santos, entre diversos outros exemplos. Mas não apenas no Rock, pois a maioria
das músicas semieruditas brasileiras são românticas, tal como se vê em cantores
como Tim Maia, Zizi Possi e diversos outros. Os eruditos, como os bossanovistas,
mesmo que de forma discreta, também produziram músicas românticas. Posteriormente,
nos anos 1980, Tom Jobim faz sucesso com tema de novela <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Luiza.</i> Porém, a música romântica aparece em todos os gêneros. Claro
que “música romântica” não é um gênero e sim uma classificação musical por
temática. Qualquer tema pode ser expresso em música de alta ou de baixa
qualidade (tanto no plano formal quanto no conteúdo), com maior ou menor
criatividade, etc. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Rita Lee: Desculpe o Auê</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="301" src="https://www.youtube.com/embed/oE5876QTjTM" width="443" youtube-src-id="oE5876QTjTM"></iframe></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Lulu
Santos: Certas Coisas</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/WacRoaCk8h0" width="447" youtube-src-id="WacRoaCk8h0"></iframe></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Tim
Maia: Gostava Tanto de Você</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/cxSzri346W0" width="482" youtube-src-id="cxSzri346W0"></iframe></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Zizi
Possi: Perigo</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/DnfNokATEAE" width="481" youtube-src-id="DnfNokATEAE"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Tom Jobim: Luiza</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/EmjiSI3Fyic" width="500" youtube-src-id="EmjiSI3Fyic"></iframe></div><p></p><br /><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A música
brega é predominantemente romântica, mas não unicamente, como alguns dizem<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Em primeiro lugar, é preciso entender que o romantismo das músicas bregas é
sentimentalista. O romantismo sentimentalista além de exagerado, é simplório.
Ele se encontra presente em músicas sertanejas e outras versões bregas, sendo,
muitas vezes, apelativo. Esse é o caso de músicas como “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cadeira de Rodas</i>”, de Fernando Mendes, ou “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">No Hospital</i>”, de Amado Batista. No caso da música sertaneja, o
caráter simplório das letras, é o que predomina, tal como em “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Pense em Mim</i>”, de Leandro e Leonardo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Fernando Mendes: Cadeira
de rodas:</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/N7LUw_QQsxY" width="442" youtube-src-id="N7LUw_QQsxY"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Amado Batista: No
Hospital: </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/x33z_VsKsuY" width="448" youtube-src-id="x33z_VsKsuY"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Leandro e Leonardo: Pense em
mim</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/iFpNyn7lAFc" width="458" youtube-src-id="iFpNyn7lAFc"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Porém, a
música brega não se limita ao romantismo sentimentalista. Temas gerais aparece,
inclusive alguns bem ridículos. O cantor brega Gilliard ficou conhecido por
suas músicas românticas, mas também lançou “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Festa
dos Insetos</i>”, no qual tematiza o incômodo provocado pela “pulga” e o
“percevejo”. Gretchen e suas músicas bregas dificilmente poderiam ser
entendidas como “românticas”, bem como as músicas de Genival Lacerda. O
humorismo simplório, ao nível de Os Trapalhões, é outro filão temático da
música brega. Genival Lacerda é um bom exemplo disso, ao lado de Sérgio
Mallandro e outros. Porém, a religião, como se vê no cantor de músicas românticas,
Antonio Marcos, que gravou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Homem de
Nazareth</i>, e diversos outros temas também são trabalhados pelos cantores bregas.
O humor insosso que apresenta a sexualidade através do uso do duplo sentido
também é comum, tal como se vê em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">É o
Tchan</i> e semelhantes. Assim, embora tenha uma temática predominante, não é
isso que define a música brega. Nem toda música romântica é brega, e nem toda
música brega é romântica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Gilliard:
Aquela nuvem:</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/WfE1rU6dlGc" width="464" youtube-src-id="WfE1rU6dlGc"></iframe></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Gilliard: Festa dos Insetos</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/plZc54jCReI" width="478" youtube-src-id="plZc54jCReI"></iframe></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Genival
Lacerda: Vários músicas de humor insosso</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/tQzCDM0b6lk" width="484" youtube-src-id="tQzCDM0b6lk"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Gretchen: Brega dançante</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/BOIz_wMA53M" width="496" youtube-src-id="BOIz_wMA53M"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Sérgio
Mallandro: Vem fazer Glu Glu</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/8eVB8KxclG0" width="491" youtube-src-id="8eVB8KxclG0"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Antonio
Marcos: </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/1BbZGOf905U" width="511" youtube-src-id="1BbZGOf905U"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">É o Tchan: Pau que nasce torto</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/vlPDl9_izLM" width="535" youtube-src-id="vlPDl9_izLM"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Se não é
a temática que define a música brega, o romantismo sentimentalista, então o que
a caracteriza? A música brega é a música trivial que emerge a partir do capital
comunicacional nos anos 1970 e vai ganhando novas formas e contornos desde então.
A data de nascimento do brega coincide não apenas com o uso do termo “cafona”,
depois substituído por “brega”, mas por uma nova fase do capital comunicacional
e nova fase do capitalismo mundial e brasileiro. Nos anos 1960, especialmente
no seu final, após o Movimento Hippie, a contracultura, a chamada “Revolução
Sexual”, a radicalização do movimento operário e alguns movimentos sociais,
especialmente o estudantil, houve uma liberalização e a moral conservadora
passou a conviver com um novo moralismo, de orientação progressista, que foi,
após a derrota do Maio de 1968, assimilado pela burguesia e pelo capital
comunicacional. Assim, há uma mudança cultural e nos costumes, permitindo mais
amplamente tematizar sexualidade e outras questões que apareciam de forma mais
restrita e recatada. Por outro lado, o capital comunicacional ampliou suas
estratégias e aprendeu com o sucesso de Elvis Presley, The Beatles e do rock em
geral (cujo público-alvo era a juventude), passando a gerar produtos culturais
específicos para as classes inferiores e abrir espaço para todos que gerassem
consumo de mercadorias e mercancias. Roberto Carlos era para ser a versão
brasileira de Elvis Presley, para ficar em apenas um exemplo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Roberto
Carlos: ídolo fabricado.<o:p></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="341" src="https://www.youtube.com/embed/qp5BYQ5LR_Y" width="504" youtube-src-id="qp5BYQ5LR_Y"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A
“música ligeira”, para utilizar termo de Adorno (1983)<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
ganha novos contornos. Sem dúvida, antes desse período a mercantilização da
música produzia já músicas de qualidade inferior, mas ainda dentro de limites e
regras formais, que simplesmente deixam de existir após esse período. E isso –
bem como o sucesso relativo de público – reacende o elitismo de alguns, tal
como apontamos anteriormente. Assim, o setor hegemônico da produção musical
(bossanovistas e outros), o setor heterodoxo (tropicalistas e outros), o setor
engajado (canção de protesto e outros) conviviam com os amadores e venais. São
destes dois últimos grupos que se recrutaram a maior parte dos bregas. Em
síntese, a mutação cultural que ocorreu a partir dos anos 1970, derivada das
lutas de classes, explica o nascimento da música brega e essa é um
aprofundamento da música trivial (“ligeira”) que lhe antecedeu, ampliando sua
superficialidade, pasteurização e perda de criatividade. A música brega é a música
trivial em seu estado putrefato, embora com algumas variações que fogem um
pouco de situação tão deplorável.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Ela se
caracteriza por sua má qualidade, que se revela em sua musicalidade restrita,
simples e repetitiva, bem como por letras simples permeadas de clichês e
repetições. As vozes e interpretações não são homogêneas e harmônicas (existem
variações, alguns até que fazem interpretações melhores do que a média, como
Sérgio Reis que coloca emocionalidade em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Menino
da Gaita</i>, assim como Milionário e José Rico em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Solidão</i>, mas a maioria fica num nível bem inferior, tendo alguns
extremamente desafinados). Há uma forma de cantar – na verdade, mais de uma –
que é mais perceptível na música sertaneja, mas é visível em outras formas de
música brega, como nos derivados da Jovem Guarda, na forma seresteira de
outros. A originalidade e criatividade são restritas, sendo que um relativo
sucesso gera milhares de cópias e imitações. É uma música comercial, na qual a
qualidade e o caráter artístico são coisas secundárias ou são desconsideradas.
É por isso que transparece, em grande parte dos casos, uma bagagem musical
restrita dos seus produtores (existem exceções, inclusive por parte de alguns
oportunistas que mesmo possuindo uma bagagem cultural mais elevada e tendo potencial
de fazer música melhor, optam pelo brega por saber que é mais fácil e é um
filão que permite ganhar dinheiro). No fundo, é música produzida por
intelectuais venais<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
com alguns sendo originalmente amadores, cujo compromisso principal é com o
dinheiro e o compromisso artístico, criativo, político, social, algo
secundário, quando existe. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Milionário e José Rico: Solidão: </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/zWo9kycSOAA" width="442" youtube-src-id="zWo9kycSOAA"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Sérgio Reis: Menino da Gaita</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/mKV30dY0TVs" width="457" youtube-src-id="mKV30dY0TVs"></iframe></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Assim,
um cantor ou música brega reúne um conjunto de características que remetem para
a melodia, arranjo, entre outros aspectos técnicos, mas também interpretação,
voz, etc. até chegar ao conteúdo das letras e mensagens, que são pobres, muitas
sendo de um profundo mau gosto, apelativas, ridículas. Sem dúvida, existem
exceções. Um cantor brega pode fazer uma música que é diferente e melhor do que
a média de sua produção ou da média das produções bregas, bem como existem
alguns bregas que ficam acima da média na sua produção em geral. O contrário
também é verdadeiro, pois tem cantor/compositor erudito ou semierudito<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
que pode fazer música brega, ou, ainda, elevar um cantor brega a um nível
superior. Lulu Santos, por exemplo, fez música (em coautoria com um dos grandes
compositores da MPB, Nélson Motta) para Sérgio Mallandro, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tric Tric</i>, e se rebaixou ao nível da música brega, com letra
simplória e humor insosso. Também compôs (novamente com Nélson Motta) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Sereia</i>, para Fafá de Belém, elevando o
nível do repertório dessa cantora. Raul Seixas também se aproximou do brega em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tu és o MDC da Minha Vida</i> e outras
músicas compostas por ele e gravadas por renomados cantores bregas (tal como “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Doce, doce, amor</i>”, de Jerry Adriani).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Sérgio Mallando: tric tric </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Yc2FgYLaqlM" width="474" youtube-src-id="Yc2FgYLaqlM"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Fafá de Belém: Sereia: </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/1-kZyvfCwlQ" width="472" youtube-src-id="1-kZyvfCwlQ"></iframe></div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Raul Seixas e a música brega: </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/j-jBDNIZ2e0" width="469" youtube-src-id="j-jBDNIZ2e0"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">A música
brega não é homogênea. Além dela mudar historicamente, ela tem divisões e varia
em suas origens e processos de mutação, bem como em alguns casos há mesclas de
música brega e música não brega, tal como alguns sambistas que se aproximavam
do brega. Por outro lado, o rock trivial também se aproxima do brega, como é o
caso de Jota Quest e outras bandas da mesma época. É possível distinguir entre
o brega original de Amado Batista, Odair José e outros; o brega chique do
Roberto Carlos, Wando e outros; os ultrabregas, que são aqueles que assumem a
breguice e não temem o ridículo, como Falcão, Reginaldo Rossi e outros<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>;
os bregas dançantes, como Gretchen, Sidney Magal e outros; o brega sertanejo
das duplas Zezé de Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo e inúmeras outras; o
brega passadista de Cauby Peixoto, Agnaldo Timóteo, Altemar Dutra, Nélson Ned,
Nélson Goncalves e outros; e a lista seria enorme chegando até as versões mais
recentes, como o sertanejo universitário, o “funk” brasileiro e o “tecnobrega”,
além das misturas e formas mais individualizadas, como se vê na cantora Anitta.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Existem
também aqueles que ficam na “fronteira” entre o brega e a música de melhor
qualidade. É o caso do rock trivial pós-1970, pois, por pior que seja, por
causa do gênero, não consegue ser totalmente brega, sendo que alguns poderiam
ser chamados de semibrega, embora haja exceções, como os Mamonas Assassinas,
que conseguiram ser bregas por completo, mas realizaram um amálgama do rock com gêneros,
estilos e outros aspectos do brega e outras manifestações musicais (e sua
aproximação ao brega é também extramusical e perceptível em seu vestuário, por
exemplo). Inclusive existem algumas músicas bregas que são regravadas por
eruditos ou semieruditos e assim conseguem ser elevadas a um patamar superior,
pois a nova interpretação, arranjo, etc., melhoram sua qualidade. Uma
comparação entre a versão original de Márcio Greyck e a regravação de Bárbara
Eugênia de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">É Impossível Acreditar que
Perdi Você </i>mostra isso. A letra é a mesma, embora não possua grande riqueza
criativa, mas a nova versão a melhora. Existem algumas letras de música brega, no entanto, que são inadaptáveis, de tão ruins que são. O inverso também ocorre e a qualidade
pode ser diminuída drasticamente, tal como se pode ver na versão de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cartaz</i>, de Raimundo Fagner, feita pela
dupla Jorge e Mateus. Existe, nesse caso, uma dificuldade de adaptação também, pois algumas letras são muitos extensas e complexas, dificultando a criação de uma "versão brega" da mesma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Márcio
Greyck: É impossível acreditar que perdi você:</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="324" src="https://www.youtube.com/embed/N9N1ymZObCg" width="470" youtube-src-id="N9N1ymZObCg"></iframe></span></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /><o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Bárbara
Eugênia: </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">É impossível acreditar que perdi você:</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="286" src="https://www.youtube.com/embed/7C9IEGmDXHo" width="490" youtube-src-id="7C9IEGmDXHo"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Jorge e
Mateus: Cartaz</span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/zbOF7bGzEWs" width="497" youtube-src-id="zbOF7bGzEWs"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Raimundo
Fagner: Cartaz<o:p></o:p></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/_cOzRIKXj1o" width="464" youtube-src-id="_cOzRIKXj1o"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">É
preciso, no entanto, deixar claro que existe uma diferença entre a música de
origem nas classes inferiores em geral e a música brega. As músicas folclóricas,
tal como frevo, samba, baião, a música caipira, etc., são produzidas por
indivíduos das classes inferiores e possuem qualidade superior às das músicas
bregas, embora produzidas em condições muito mais adversas. A questão é que a
capacidade criativa existe nas classes inferiores, apesar dos recursos
tecnológicos, financeiros e outros serem escassos. </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">A sua adaptação através do capital comunicacional tende a afastá-las de suas raízes e alterar sua forma, em alguns casos piorando, em outros, melhorando. </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">O seu vínculo autêntico com
a realidade social torna sua música também mais autêntica e sem a adulteração
realizada pela música brega com sua submissão ao capital fonográfico. A adulteração da música caipira, transformada em sertaneja, mostra isso. A música
caipira narrava a vida dos moradores do campo, o vínculo com a natureza, por
exemplo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Música
caipira: </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="290" src="https://www.youtube.com/embed/3kL43Q1TrU4" width="473" youtube-src-id="3kL43Q1TrU4"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;">O Frevo</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/zRWA8JxmIIM" width="471" youtube-src-id="zRWA8JxmIIM"></iframe></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Sem
dúvida, muito do que é rotulado de “brega” não se baseia em uma análise da
produção musical em si e sim um processo de rotulação baseado apenas no gosto
musical. Existem também alguns que não são bregas, mas ao produzirem muitas músicas
românticas acabam sendo assim rotulados. A música brega é a música trivial
elevada a um alto grau de mercantilização e de má qualidade. Para
identificar uma música ou cantor/a (ou grupo musical) brega é preciso analisar
o seu conjunto e não apenas um aspecto isolado. Existem cantores que são bons
compositores, fazem música tecnicamente bem elaborada, mas não são bons
intérpretes, o que não faz deles representantes do “brega”; outros focalizam
mais a temática romântica, mas sua interpretação e outros aspectos musicais os
salvam de tal classificação. Obviamente que aqui descartamos aqueles que
simplesmente denominam brega o que não gostam, pois aí o critério é o gosto
pessoal, não tendo nada a ver com a música em si ou com análise musical. Por
exemplo, a música folclórica é melhor do que a música brega, mas quem não tem
vínculos com as suas origens podem não gostar, assim como tem pessoas que não
gostam de Bossa Nova, Jazz, Rock, Samba, e nem por isso eles se tornam
“bregas”. Claro que, por detrás disso, há muita irracionalidade e por isso a
reprodução desse discurso tende a continuar. Somente quem não entende
absolutamente nada de música<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> poderia,
por exemplo, dizer que Guilherme Arantes é “brega”, entre diversos outros
absurdos que são ditos por várias pessoas. Alguns álbuns de coleção de músicas bregas incluem cantores como Raimundo Fagner, Alceu Valença e outros junto com famosos bregas, o que é sem sentido (pode ter o sentido financeiro, pois o lucro é o que move as gravadoras).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O Rock trivial de Jota
Quest: "Só hoje"</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/TynFsTZlGDU" width="320" youtube-src-id="TynFsTZlGDU"></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">O
problema da música brega é, além de sua qualidade musical baixa, a sua
contradição com o processo de humanização e civilizatório. Sem dúvida, a
circunscrição burguesa e outros elementos da cultura da classe burguesa (formalismo, tecnicismo) e sua
busca por distinção são produtos do elitismo. Mas não é possível jogar fora a
criança junto com a água suja da bacia. Se, no âmbito musical, a Bossa Nova é
elitista e evasiva, o seu refinamento técnico não é problema. A oposição do
luxo e do lixo não faz o último se tornar bom pelo fato do primeiro surgir da
burguesia e suas classes auxiliares. A música brega não incentiva o
desenvolvimento intelectual e sentimental, não auxilia na humanização, não gera
informação ou desperta curiosidade, não traz o novo, não politiza. Ela promove
evasão e despolitização, transforma a arte em mero entretenimento
descompromissado, estando na fronteira entre o artístico e o não-artístico. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Claro
que muitos intelectuais saem em defesa desses produtos culturais. Isso é o
caso dos intelectuais populistas. Esses não querem que a consciência e a
maioria da população alcance um nível mais elevado de humanização, politização,
desenvolvimento intelectual e sentimental. Por isso, afirmam que esses
elementos são oriundos da própria população e por isso é “popular” e “é igual a
qualquer outra música”. Esse tipo de posicionamento não só coincide com os
interesses do capital comunicacional e dos políticos profissionais, como
contribui com a reprodução da desumanização. O discurso relativista também
contribui com esse posicionamento. O relativismo é a forma mais “democrática”
de legitimar a dominação e a miséria cultural reinante no capitalismo
contemporâneo. O subjetivismo em todas as suas formas colabora com isso e hoje,
“um par de botas é igual a Shakespeare” (Finkielkraut, 1988). Dizer que a
música brega não é “inferior” e não se diferencia do rock, do samba, do frevo e
de outras manifestações musicais de boa qualidade é o mesmo que dizer que um
filme como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Debi e Lóide</i> ou os filmes
pornográficos são “tão bons” quanto <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Fantasma da Liberdade; 2001, Uma Odisseia no Espaço; O Crepúsculo dos Deuses;
Vinhas da Ira; A Nós a Liberdade</i>, por exemplo. </span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Existem os que justificam as músicas bregas afirmando que elas questionam e subvertem a ordem estabelecida. Esse argumento não se sustenta, pois mesmo que a música brega (e a breguice em geral) se contraponha ao formalismo, discrição e outros elementos do estilo burguês de vida, isso não tem nada de subversivo. A razão disso é relativamente simples: é apenas uma contraposição ao gosto de uma classe social e não à sociabilidade e relações sociais da sociedade capitalista. Se os burgueses gostam de golfe, isso não faz ser subversivo gostar de futebol, que foi tão mercantilizado e se tornou tão evasivo que tem a função, para a maioria da população, de reprodução do capitalismo. Desagradar os indivíduos burgueses em seu gosto e estilo não tem nada de contestador. A recusa do formalismo, quando cai no seu par antagônico, a recusa da forma, é tão <i>nonsense</i> quanto ele. A música brega não efetiva uma real crítica ao capitalismo e sim apresenta uma contraposição ao estilo da classe burguesa. Toda crítica deve ter um objetivo ao invés de ser apenas “crítica pela crítica”. Nesse sentido, é importante compreender que a crítica deve ser acompanhada por um projeto de transformação e que ela deve, por conseguinte, ser totalizante. Não basta questionar o estilo de vida burguês e suas imitações nas classes auxiliares da burguesia, é necessário questionar o estilo de vida de todas as classes sociais produzidas pela sociedade capitalista e todos os gostos, valores e estilos que reproduzem a sociabilidade burguesa e que continuam o processo de competição e supervaloração da riqueza e do poder. A “contestação brega” nada contesta. No máximo é uma nova forma de competição que quer valorar o lixo para se igualar ao luxo e não para superar ambos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Uma parte dos intelectuais defendem a música brega por serem os seus equivalentes em outras áreas culturais; outros por razões políticas e alguns por puro oportunismo, além daqueles que acabam reproduzindo as concepções hegemônicas e subjetivistas acriticamente. Há também o caso daqueles que passam a gostar de tais músicas e assim saem em sua defesa e assim justificam o seu mau gosto e seu caráter volúvel e subserviência aos ditames do capital comunicacional<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 24px; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Para aqueles que gostam de música brega, ou uma ou outra manifestação dela ou cantor/a específico, é preciso entender que a formação do gosto musical (Viana, 2014) é complexa e a consciência crítica dos próprios gostos, valores e sentimentos é um elemento importante para o desenvolvimento pessoal. Muitos, ao adquirirem tal consciência, abandonam gostos e valores, outros apenas omitem e evitam manifestá-los publicamente. O vínculo sentimental e histórico que uma música brega pode despertar, apesar de sua má qualidade, justifica e legitima tal gosto. Quem ouvia Roberto Carlos na infância, pode ter boa recordação de algumas músicas, por exemplo. O mesmo vale para qualquer outro, tal como Roberto Leal, José Augusto, entre outros. Outros reconhecem que gostam, mas não defendem e sabem que se trata de algo de nível inferior (técnico e de conteúdo). O que não se justifica e legitima é querer afirmar sua suposta qualidade ou querer relativizar e fazer de conta que todas as produções musicais, de Tiririca a Beethoven, ou de Lindomar Castilho a Dire Straits (ou, para citar música brasileira, Engenheiros do Hawaii), possuem a mesma “qualidade” ou um “conteúdo” equivalente. Esse é o problema de alguns que gostam e defendem a música brega. A verdade deve prevalecer, mesmo que seja desagradável. E isso vale não apenas para a questão da música, mas para a arte em geral.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Tiririca: Florentina de Jesus</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/uiem5_bJRLM" width="467" youtube-src-id="uiem5_bJRLM"></iframe></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Beethoven: Para Elisa</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/e4d0LOuP4Uw" width="480" youtube-src-id="e4d0LOuP4Uw"></iframe></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Lindomar Castilho: Você é Doida Demais</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/GGp6MWOZ0js" width="479" youtube-src-id="GGp6MWOZ0js"></iframe></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Dire Straits: Sultans Of Swing</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/h0ffIJ7ZO4U" width="490" youtube-src-id="h0ffIJ7ZO4U"></iframe></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Engenheiros do Hawaii: Perfeita Simetria</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/hUqeXJI0rPw" width="509" youtube-src-id="hUqeXJI0rPw"></iframe></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Engenheiros do Hawaii: Muros e Grades</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/W05FbA9qyEg" width="506" youtube-src-id="W05FbA9qyEg"></iframe></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Esse
problema também aparece para alguns dos produtores de música brega</span><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn13" name="_ftnref13" style="font-family: "Times New Roman", "serif"; mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 24px; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13B]</span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">. Claro que
existem diferenças, já apontadas, entre o que é brega, mas também existem
variações de qualidade, desde a música brega que é completamente mal feita até
aquelas que podem ser consideradas “menos ruins” e algumas que ficam na
fronteira com música de qualidade mínima. Os ultrabregas e os brega chiques são
distintos, tal como as demais diferenciações apresentadas. Por isso alguns
podem se sentir ofendidos com a denominação (e críticas musicais, como as de Chico César, Itamar Assunção, Rita Lee e outros), mas ela não é gratuita e é
possível passar com mais facilidade de “brega chique” para um ex-brega, desde
que dê conta e esteja disposto a perder parte do público e dinheiro, ou então consiga
convencer o público a manter a preferência apesar das mudanças e
complexificação da produção musical. O passado brega é um complicador, nesses
casos. Se quer continuar brega, que continue. O problema é transformar a miséria em virtude.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Chico César: Odeio Rodeio</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/8szJRvYQdoU" width="437" youtube-src-id="8szJRvYQdoU"></iframe></div><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Itamar Assumpção: Cultura Lira Paulista</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/31FshiwV1XA" width="452" youtube-src-id="31FshiwV1XA"></iframe></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif";">Rita Lee: Arrombou a Festa 02</span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/N-bJ4wa89Jw" width="468" youtube-src-id="N-bJ4wa89Jw"></iframe></div><br /><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">Assim, a
questão da música brega envolve vários aspectos. Outro aspecto é o histórico. A
emergência do brega significou uma perda de qualidade na já precária música
trivial anterior. A evolução da música brega não tem alterado essa tendência. A
análise da história da música popular não aponta para nenhum otimismo para o
seu futuro, pois a evolução da música vem sendo caracterizada, historicamente, por
uma involução artística e social. E isso se relaciona com questões sociais,
históricas e políticas mais amplas. Porém, o interesse fundamental aqui é o do
capital comunicacional (especialmente o capital fonográfico), que é produzir
produtos de custo mais baixo, menos complexos, e que atingem um grande público<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
De forma derivada, ainda ganham com a despolitização e evasão. </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; text-align: left;">A hipermercantilização
que ocorre no capitalismo contemporâneo empobrece ainda mais a qualidade da produção
musical e do seu conteúdo. O brega contemporâneo, em suas múltiplas manifestações, se moderniza tecnologicamente, mas o avanço tecnológico é acompanhado pelo retrocesso da qualidade, tanto de forma quanto de conteúdo.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Exemplo de brega contemporâneo: "Vai Malandra", Anitta.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/kDhptBT_-VI" width="486" youtube-src-id="kDhptBT_-VI"></iframe></div><br /><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">E quem mais
sofre com isso são justamente as classes inferiores, pois elas são privadas de
acesso à produção musical de melhor qualidade, bem como são vítimas do
empobrecimento musical. A música vira mero entretenimento, passatempo, ou, em
outras palavras, evasão. Um indivíduo, após ouvir uma música brega, fica mais
pobre e vazio do que era antes disso, com raras exceções. A crítica da música
brega é uma necessidade, apesar da tendência não ser favorável para uma mudança
na produção musical em grande escala, bem como sua divulgação nos meios
oligopolistas de comunicação. A música de melhor qualidade tende a ser ouvida
por uma minoria. Sem dúvida, só uma ampla luta social poderia forçar o capital
comunicacional a alterar sua rota, bem como incentivar produção musical mais
crítica e valiosa. O pior é que a rota do capital comunicacional é a da
sociedade capitalista como um todo, e aponta para a idiocracia<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
como ponto de chegada. Nesse momento, o filme se torna realidade. E essa já é
parcialmente a nossa realidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><b>Referências</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ADORNO,
Theodor. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: <i>Benjamin/Adorno/Horkheimer/Habermas.</i> Coleção
Os Pensadores. 2ª edição, São Paulo: Abril Cultural, 1983.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: ES;">BOURDIEU, Pierre. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="ES-TRAD" style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: ES-TRAD;">Capital Cultural, Escuela y Espacio Social. </span></i><span lang="ES-TRAD" style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: ES-TRAD;">México: Siglo Veinteuno, 1997.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">BOURDIEU, Pierre. Gostos
de Classe e Estilo de Vida. </span><span lang="EN-US" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">In: ORTIZ, Renato (org.). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Bourdieu</i>. </span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">São
Paulo: Ática, 1994.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">FINKIELKRAUT, Alan.
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Derrota do Pensamento</i>. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1988.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><a name="_Hlk69571171"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">JAMBEIRO,
Othon. <i>Canção de Massa – As Condições da Produção. </i>São Paulo: Pioneira,
1975.<o:p></o:p></span></a></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><a name="_Hlk69571171"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"></span></a></p><p class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">MARX</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">, Karl; <span style="font-variant-alternates: normal; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">Engels</span>,
Friedrich. <i>Sobre Literatura e Arte</i>. 4<sup>a</sup>
edição, São Paulo: Global, 1986.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">SOUZA,
Vinicius. A existência inexistente da música brega. Disponível em: </span></span><a href="http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19570.pdf"><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span color="windowtext" style="font-family: "Times New Roman","serif";">http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19570.pdf</span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Acesso em: 01/03/2023.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"></span></span></p><p class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">VIANA,
Nildo. <i>As Esferas Sociais</i>. Rio de
Janeiro: Rizoma, 2016.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">VIANA,
Nildo. Capital Fonográfico e a Formação do Gosto Musical. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Revista Espaço Livre</i>. Vol. 9, num. 17, 2014. Disponível em: </span></span><a href="https://redelp.net/index.php/rel/article/view/576"><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span color="windowtext" style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif";">https://redelp.net/index.php/rel/article/view/576</span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"></span></a><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif";">.</span> </span><span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk69571171;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">VIANA, Nildo. O Mistério da MPB.
In: SOUZA, Erisvaldo. (Org.). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Música e
Sociedade no Brasil.</i> Uma Análise Crítica do Fenômeno Musical. Curitiba:
Prismas, 2018.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 1cm; text-align: justify; text-indent: -1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tropicalismo: A Ambivalência de um Movimento
Artístico</i>. Rio de Janeiro: Corifeu, 2009.<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Sobre o significado de música
popular erudita e semierudita, cf. Viana (2018).<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Cf. Viana, 2009.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Em entrevista o cantor conta que
sua passagem para o sertanejo tinha a ver com uma apresentação numa boate em
Goiânia, que tinha exatamente o nome de “Cafona”, em 1973.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Jambeiro narra o processo pelo
qual a gravadora Odeon, projetou, a partir de suas pesquisas de mercado, lançar
Altemar Dutra como principal concorrente de Nélson Gonçalves (da gravadora
concorrente RCA Vitor), denominado, na época, “o cantor romântico do Brasil”,
no público da “classe B”, pois na “classe C” ele já tinha concorrentes
disputando o espaço musical. “Possuindo exatamente o material vocal de que a
Odeon necessitava para seu plano de concorrência com Nélson Gonçalves, ele foi
imediatamente contratado e mantido em silêncio, sem nada gravar, durante quase
seis meses. Nesse tempo, a gravadora tratou de adaptá-lo ao estilo de que
precisava, treinando-o no gênero [sic] romântico, a fim de que perdesse as
características que havia adquirido no Trio Irakitan [pelo qual teve uma breve
passagem – NV], possuidor de um etilo diferente, já que cantava principalmente
sambas e sambas-canções, em arranjos modernos e alegres” (Jambeiro, 1975, p.
11-12).<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> A ideia do “brega chique” e do
“cafona” é a mesma: indivíduos saem das classes inferiores se enriquecendo, mas
não conseguem adotar o novo padrão cultural em sua totalidade. São os chamados
“novos-ricos”. A novela <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Brega & Chique</i>
apresenta a inversão entre uma mulher rica que empobrece e uma mulher pobre que
enriquece, tal como na música do mesmo título de Dusek (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=ZePFx_MhBFo">https://www.youtube.com/watch?v=ZePFx_MhBFo</a>).
A música de Eduardo Dusek, “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Barrados no
Baile</i>” é uma sátira com um casal que quer frequentar a “alta sociedade” (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=FFviOhJE_YA">https://www.youtube.com/watch?v=FFviOhJE_YA</a>).
Bourdieu (1997; 1994) tematizou isso colocando a questão do capital cultural,
distinto em classes sociais distintas. <o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Não se trata do pagode que
surgiu com subgênero do samba, mas sim a versão derivada e empobrecida que
surge no final dos anos 1980.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Essa versão aparece, por
exemplo, no documentário “Amor e Brega”, no qual seleciona apenas as músicas
bregas centradas no romantismo sentimentalista e temas semelhantes (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=WQlx6KxiJY0">https://www.youtube.com/watch?v=WQlx6KxiJY0</a>).<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> O que não quer dizer que
concordamos com este autor. A posição de Adorno é elitista ao opor “música
ligeira” e “música séria” (“clássica”). A música trivial não é o mesmo que “música
ligeira” para Adorno, mas tão somente as músicas populares puramente
comerciais. Porém, existem semelhanças na análise de Adorno sobre “música
ligeira” e o que abordamos enquanto música trivial, só que nossa delimitação é
mais restrita e exclui desse âmbito diversas manifestações de “música popular”.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Intelectuais, aqui, não
significa pessoas inteligentes e nem grandes pensadores. Os intelectuais são os
indivíduos que compõem a classe intelectual, que engloba pensadores complexos e
renomados, bem como artistas, professores, dos mais variados níveis, incluindo
aqueles de pequena bagagem cultural. A função dos artistas, incluindo músicos,
é a produção cultural e eles vivem disso. A qualidade do produto, bem como sua
complexidade, é outra questão. É a divisão social do trabalho que define se
alguém é “intelectual” ou não, e não a inteligência, bagagem cultural, etc.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> A distinção entre música popular
erudita e semierudtiva pode ser vista em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Mistério da MPB</i> (Viana, 2018). Disponível em: <a href="https://informecritica.blogspot.com/2020/01/o-misterio-da-mpb.html">https://informecritica.blogspot.com/2020/01/o-misterio-da-mpb.html</a>
<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Esses assumem a “breguice” de
forma integral, alguns inclusive usam roupas espalhafatosas. É claro que essa
tendência é reforçada ao surgir um público de “saudosistas do brega”.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Não no sentido de saber técnico
ou ampla bagagem informativa sobre produção musical, mas basta saber de
aspectos da evolução da música popular ou realizar a comparação entre as
diversas produções musicais para se evitar esse equívoco.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Sobre a formação do gosto musical,
cf. Viana (2014).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref13" name="_ftn13" style="font-family: "Times New Roman"; mso-footnote-id: ftn13; text-indent: -7.53333px;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 20px; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[13B]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a> - </span><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; text-align: left; text-indent: -5.65pt;">“A concentração exclusiva do talento artístico
em alguns indivíduos e sua consequente supressão nas grandes massas representam
o resultado da divisão do trabalho” (Marx e Engels, 1986, p. 21). Além da
divisao social do trabalho e constituição dos artistas profissionais, se cria
também uma subdivisão e hierarquia interna, incluindo os artistas venais. A esse
respeito, cf. Viana, 2016.</span></p><p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-indent: -5.65pt;"><o:p></o:p></p><p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; text-indent: -7.53333px;"><span style="text-indent: -7.53333px;"> </span></span></span><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14; text-indent: -5.65pt;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; text-indent: -5.65pt;"> O capital comunicacional cria um
público específico com determinado gosto musical e este, uma vez existindo, acaba
reproduzindo espontaneamente o que foi criado artificialmente. E isso serve de
pretexto para muitos afirmarem que foi uma criação e/ou demanda popular,
justificando, assim, diversas manifestações da música brega. E,
contemporaneamente, a internet permitiu que setores da sociedade abandonem o
acesso musical por via do capital radiofônico e televisivo, e este é o público
mais exigente. Assim, o capital radiofônico e o televisivo (especialmente TV
aberta) se tornam ainda mais poderosos e com menos pressão para elevar a
qualidade dos seus produtos e divulgação musical.</span></p></div>
<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/O%20que%20%C3%A9%20M%C3%BAsica%20Brega.docx#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Filme norte-americano de 2006. <o:p></o:p></span></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-83158852366491858062022-10-14T09:42:00.003-03:002022-10-14T09:45:40.908-03:00O BLOCO REVOLUCIONÁRIO E AS ELEIÇÕES<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiDSb1X1b0PbRXubKN8RzvIRE7zb5hzMT8JFAjSewobmimZpWWlmX1jsrlNyIwqDrphDJEg34UBqmRNi2VIYlqFJmsRzJ6_eb8TtKNc002O7agkEFou_bdF6wVtZSgI-ziwCDV7i-QcIHY_cKDLuoSvv4aL9e022w_E8GWxbb5PGdSYoxi9xzfAo7cuA" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1167" data-original-width="1280" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiDSb1X1b0PbRXubKN8RzvIRE7zb5hzMT8JFAjSewobmimZpWWlmX1jsrlNyIwqDrphDJEg34UBqmRNi2VIYlqFJmsRzJ6_eb8TtKNc002O7agkEFou_bdF6wVtZSgI-ziwCDV7i-QcIHY_cKDLuoSvv4aL9e022w_E8GWxbb5PGdSYoxi9xzfAo7cuA" width="263" /></a></div><br /><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><v:shapetype coordsize="21600,21600" filled="f" id="_x0000_t75" o:preferrelative="t" o:spt="75" path="m@4@5l@4@11@9@11@9@5xe" stroked="f">
<v:stroke joinstyle="miter">
<v:formulas>
<v:f eqn="if lineDrawn pixelLineWidth 0">
<v:f eqn="sum @0 1 0">
<v:f eqn="sum 0 0 @1">
<v:f eqn="prod @2 1 2">
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelWidth">
<v:f eqn="prod @3 21600 pixelHeight">
<v:f eqn="sum @0 0 1">
<v:f eqn="prod @6 1 2">
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelWidth">
<v:f eqn="sum @8 21600 0">
<v:f eqn="prod @7 21600 pixelHeight">
<v:f eqn="sum @10 21600 0">
</v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:f></v:formulas>
<v:path gradientshapeok="t" o:connecttype="rect" o:extrusionok="f">
<o:lock aspectratio="t" v:ext="edit">
</o:lock></v:path></v:stroke></v:shapetype><v:shape id="Imagem_x0020_6" o:spid="_x0000_s1028" style="height: 877.5pt; left: 0px; margin-left: 0px; margin-top: -178.2pt; mso-height-percent: 0; mso-height-relative: margin; mso-position-horizontal-relative: page; mso-position-horizontal: left; mso-position-vertical-relative: text; mso-position-vertical: absolute; mso-width-percent: 0; mso-width-relative: margin; mso-wrap-distance-bottom: 0; mso-wrap-distance-left: 9pt; mso-wrap-distance-right: 9pt; mso-wrap-distance-top: 0; mso-wrap-style: square; position: absolute; text-align: left; visibility: visible; width: 608.45pt; z-index: -251650048;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata cropbottom="8669f" cropleft="7461f" cropright="18528f" croptop="13593f" o:title="" src="file:///C:\Users\nildo\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.png">
<w:wrap anchorx="page">
</w:wrap></v:imagedata></v:shape><span face=""Franklin Gothic Demi","sans-serif"" style="font-size: 22pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O BLOCO REVOLUCIONÁRIO E AS ELEIÇÕES<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 16pt;">Nildo Viana<o:p></o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">A
luta operária realiza avanços e retrocessos durante o processo histórico. A
explicação disso remete a um conjunto de determinações. O aparato estatal, a
ilusão democrática, o consumismo, a cultura (ideologias, doutrinas, discursos,
etc.), o capital comunicacional, entre inúmeras outras determinações, travam a
luta operária. Com o desenvolvimento do capitalismo, a estratégia burguesa vai
se ampliando e agora invade o lazer, a cotidianidade, os sentimentos, as
divisões sociais, no sentido de impedir uma autonomização do proletariado. Não
é nosso objetivo discutir essa questão mais geral e sim algo mais específico.
Trata-se da questão das eleições e do bloco revolucionário e sua relação com a
estagnação da luta operária. Sem dúvida, as eleições são parte da “ilusão
democrática” e o bloco revolucionário deveria ser um ponto de apoio para a
autonomização do proletariado. Por isso, é fundamental uma reflexão sobre a
relação do bloco revolucionário com as eleições e de ambos com o movimento
operário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As
eleições reforçam as ilusões democráticas. Elas amortecem a luta de classes ao
desviar a insatisfação social existente para a arena eleitoral e disputas pelo
poder estatal. Além dos candidatos “messiânicos” (os “salvadores da pátria”),
as promessas irrealizáveis, a tentativa de “lavagem cerebral” do aparato
estatal e capital comunicacional, o próprio período eleitoral aparece como um
momento de “democracia”, no qual o “povo” escolhe os governantes, e de
possibilidade de mudança. Sem dúvida, uma parte da população não se ilude com
isso, pois eleições após eleições, a sua vida não muda, a corrupção continua,
as coisas pioram em vários aspectos e momentos. Outra parte, por outras
determinações, como setores da juventude e da intelectualidade, também recusa o
processo eleitoral. Estes setores, em sua maioria, são integrantes do bloco
revolucionário. Porém, para grande parte da população a ilusão democrática
persiste.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Nesse
sentido, as eleições realizam o processo de amortecer as lutas de classes. E
isso é ainda mais verdade com o oportunismo dos partidos de esquerda que
canalizam todas as suas forças para conseguir retorno eleitoral. <span style="text-transform: uppercase;">a</span>ssim, uma das determinações (embora de
efeito temporário) da estagnação do movimento operário é o processo eleitoral.
O bloco revolucionário, tem, por conseguinte, a tarefa de combater a ilusão
eleitoral. O bloco revolucionário deveria ser a fração mais resoluta, a que tem
uma percepção mais global e acima dos interesses pessoais, partidários, grupais
ou até mesmo de setores das classes trabalhadoras, dentre aqueles que lutam
pela transformação social, tal como Marx definiu ao tratar da posição dos comunistas.
Porém, aqui encontramos um elemento problemático, que é a ambiguidade no
interior do bloco revolucionário. Essa ambiguidade se manifesta não apenas no
processo eleitoral, mas em diversas outras questões. Contudo, o nosso objetivo
se limita a analisar a relação entre bloco revolucionário e o processo
eleitoral, o que nos faz focalizar apenas esse aspecto da questão.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O
bloco revolucionário deveria ser o setor mais avançado da luta política,
trabalhando no sentido de contribuir com a autonomização do proletariado para
que este assumisse independência de classe e lutasse por seus interesses, tanto
os imediatos quanto o histórico e fundamental, que é transformação radical e
total das relações sociais, o que significa lutar pela abolição do capital, e,
por conseguinte, pela sua autoabolição. A autonomização do proletariado
significa que ele deixa de seguir ao reboque do capital, dos governos, dos
partidos, de outras classes sociais (burocracia, intelectualidade, etc.), rompe
com a hegemonia burguesa e ideias dominantes, e, ao mesmo tempo, recusa a
burocracia e os seus falsos representantes e dirigentes. Esse processo de
autonomização significa que a classe operária passa a se ver como classe e
reconhecer o processo de exploração e dominação ao qual está submetida, bem
como a necessidade de revolução social. O proletariado caminha espontaneamente
para tal autonomização, pois seu modo de vida e condição de classe, as relações
instituídas com a burguesia e o resto da sociedade, gera sua insatisfação e
contestação, gera a luta. O trabalho alienado, mortificador, além dos problemas
políticos e econômicos,</span><v:shape id="Imagem_x0020_5" o:spid="_x0000_s1027" style="height: 854.5pt; left: 0px; margin-left: -24.2pt; margin-top: -870.95pt; mso-height-percent: 0; mso-height-relative: margin; mso-position-horizontal-relative: page; mso-position-horizontal: absolute; mso-position-vertical-relative: text; mso-position-vertical: absolute; mso-width-percent: 0; mso-width-relative: margin; mso-wrap-distance-bottom: 0; mso-wrap-distance-left: 9pt; mso-wrap-distance-right: 9pt; mso-wrap-distance-top: 0; mso-wrap-style: square; position: absolute; text-align: left; visibility: visible; width: 634.5pt; z-index: -251652096;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata cropbottom="8669f" cropleft="7461f" cropright="18528f" croptop="13593f" o:title="" src="file:///C:\Users\nildo\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.png">
<w:wrap anchorx="page">
</w:wrap></v:imagedata></v:shape><v:shape id="Imagem_x0020_10" o:spid="_x0000_s1026" style="height: 771.75pt; left: 0px; margin-left: 0px; margin-top: -69.4pt; mso-height-percent: 0; mso-height-relative: margin; mso-position-horizontal-relative: page; mso-position-horizontal: left; mso-position-vertical-relative: text; mso-position-vertical: absolute; mso-width-percent: 0; mso-width-relative: margin; mso-wrap-distance-bottom: 0; mso-wrap-distance-left: 9pt; mso-wrap-distance-right: 9pt; mso-wrap-distance-top: 0; mso-wrap-style: square; position: absolute; text-align: left; visibility: visible; width: 608.45pt; z-index: -251635201;" type="#_x0000_t75">
<v:imagedata cropbottom="8669f" cropleft="7461f" cropright="18528f" croptop="13593f" o:title="" src="file:///C:\Users\nildo\AppData\Local\Temp\msohtmlclip1\01\clip_image001.png">
<w:wrap anchorx="page">
</w:wrap></v:imagedata></v:shape><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"> as crises financeiras, a ameaça do
desemprego, entre milhares de outras determinações (que afetam diferentemente
setores distintos da classe operária e sob formas e intensidades diferentes em
contextos sociais e históricos distintos), tendem a jogar o proletariado na
luta. Na luta, o proletariado avança e desenvolve sua consciência, suas formas
de organização, sua unificação, e, nesse processo, passa de classe determinada
pelo capital para classe autodeterminada (ou, como disse Marx usando linguagem
hegeliana, “de classe em-si a classe para-si”). Porém, a classe dominante sabe
disso e por isso usa todos os seus recursos (aparato estatal, meios oligopolistas
de comunicação, instituições de ensino, etc.) para amortecer os conflitos de
classes e evitar a autonomização do proletariado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">O
proletariado realiza sua autolibertação, mas não faz isso num fantástico mundo
isolado, fora da história e das relações sociais. As lutas espontâneas são
combatidas e impedidas pelo capital e, nesse processo, recebe a ajuda escusa da
esquerda, dos partidos políticos, da classe burocrática e da classe
intelectual. O que existe de apoio ao proletariado, uma classe social de
assalariados sem grandes recursos, sem grande bagagem cultural, é as demais
classes inferiores, que, na maioria das vezes, se encontra num nível inferior
de desenvolvimento da consciência e organizacional, bem como de setores da
juventude e da intelectualidade, e o bloco revolucionário. De todos esses
aliados potenciais, o bloco revolucionário seria o mais sólido no plano
intelectual e o mais resoluto no plano da ação e da iniciativa. Os demais
também são atingidos pela hegemonia burguesa, pelas necessidades cotidianas,
entre outros processos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Porém,
o bloco revolucionário não está livre da hegemonia burguesa e dos demais
elementos que atinge o resto da sociedade. A origem de classe de grande parte
de seus integrantes, geralmente oriundos das classes superiores, é um dos
obstáculos nesse processo, pois esses indivíduos carregam consigo valores,
interesses, ideias, que não são efetivamente proletárias (no sentido
revolucionário), devido ao lugar social do qual emergem. A isso se soma o lugar
onde se encontram, sendo que a maioria são estudantes ou intelectuais e,
portanto, estão envolvidos com as escolas e instituições de ensino e suas
ideologias, doutrinas, interesses, valores, influências, correntes de opinião.
Alguns tentam superar isso caindo no obreirismo e outros equívocos semelhantes,
confundindo proletariado como classe determinada e proletariado como classe
autodeterminada. Além disso, os limites intelectuais (o que, na
contemporaneidade, se torna mais dramático, pois ao mesmo tempo em que o acesso
às obras revolucionárias e a informação é facilitado, o grau de leitura e aprofundamento
é reduzido, bem como os modismos e a hegemonia se tornaram ainda mais fortes
nos meios revolucionários) acabam promovendo interpretações e análises
equivocadas, gerando ecletismos e ambiguidades por conta da falta de autonomia
intelectual e dificuldade de expressar a perspectiva do proletariado
revolucionário.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Neste
contexto, a relação entre bloco revolucionário e processo eleitoral deveria ser
de luta contra as eleições e afirmação da necessidade de autonomização do
proletariado. Porém, as ambiguidades do bloco revolucionário dificultam esse
processo. Inclusive, em períodos eleitorais, os setores mais indecisos e
volúveis do bloco revolucionário abandonam a posição revolucionária, e alguns
não apenas momentaneamente, mas definitivamente (no fundo, abandonam o seu
período de “arroubo infantil” e rebeldia, voltando como filhos pródigos ao lar
das classes superiores, passando a buscar “vencer na vida”, o que combina bem com
o conformismo e conservadorismo, mesmo que seja em sua forma “progressista” e ainda
mantendo discurso “esquerdista”). Outros cedem às pressões do progressismo e
eleitoralismo, incluindo supostos anarquistas, que seriam antieleitorais por
princípio. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Alguns não conseguem se
posicionar contra a corrente predominante de opinião que se estabelece nos
meios intelectualizados e acabam cedendo ao eleitoralismo. Resta, assim, apenas
uma parte do bloco revolucionário, a que efetivamente expressa sem ambiguidades
a hegemonia proletária.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Assim,
a relação entre bloco revolucionário e eleições é complexa e atualmente é
marcada pelo retrocesso. Sem dúvida, a estagnação do movimento operário é uma
das principais determinações desse processo. Contudo, a iniciativa do bloco
revolucionário hoje pode contribuir com a superação dessa estagnação (e a desestabilização
e possível crise que se aproxima é outra ainda mais forte), criando uma
retroalimentação. Isso também serviria para fortalecer e ampliar a hegemonia
proletária no interior do bloco revolucionário, o que beneficiaria ele nas
lutas posteriores e isso, por sua vez, ampliaria sua possibilidade de uma
intervenção mais importantes nas lutas de classe que virão. Assim, apenas o
voto nulo autogestionário ou outras formas de recusa do processo eleitoral são
formas de luta revolucionária, visando deslegitimar a democracia burguesa e
contribuir com a autonomização do proletariado.</span><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 8.0pt;"><span></span></span></span></p><a name='more'></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Publicado
originalmente em:<o:p></o:p></span><p></p><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 8.0pt;">Boletim
do Movimento Autogestionário, Ano 01, num. 06, Julho de 2022.<o:p></o:p></span></p><br /></span><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-23168418083019517762022-09-27T11:52:00.003-03:002022-09-27T12:37:33.345-03:00O ASSÉDIO ELEITORAL E A MORTE DA DEMOCRACIA<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjdxuKv5w5VcPcFHZrP5ef1E_bYeqeSqs4pHIrxIF731LrGfxFE0BSXPl9OjNaiYFQ5-tqJjHPHpkziZArBaisA-MPL4uzjDFak_uLQDX9sebDAC1goe0CVp6ciODaH36dzzJilqJo5UONiO0VtIi46qFQEEVDWSrcYFqhBzMZlnvoOabBCYbuHl8znag" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="973" data-original-width="1023" height="610" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjdxuKv5w5VcPcFHZrP5ef1E_bYeqeSqs4pHIrxIF731LrGfxFE0BSXPl9OjNaiYFQ5-tqJjHPHpkziZArBaisA-MPL4uzjDFak_uLQDX9sebDAC1goe0CVp6ciODaH36dzzJilqJo5UONiO0VtIi46qFQEEVDWSrcYFqhBzMZlnvoOabBCYbuHl8znag=w640-h610" width="640" /></a></div><br /><br /></div><br /><br /></div><br /><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><span style="font-size: medium;"><b>O ASSÉDIO ELEITORAL E A MORTE DA </b><b style="text-indent: 0cm;">DEMOCRACIA</b></span></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><o:p> </o:p></p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Nildo Viana<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Recentemente surgiram os termos “assédio moral” e “assédio
sexual”. A existência dos fenômenos que hoje são denominados “assédio moral” e “assédio
sexual” é antiga e muito anterior ao surgimento desses termos, que datam dos
anos 1990 e 1970, respectivamente. A existência do fenômeno precede a
consciência de sua existência e não poderia ser diferente. Porém, em certos
casos a consciência, em nível coletivo, é muito lenta para efetivar tal
reconhecimento. Hoje estamos diante da percepção de uma nova forma de assédio,
o eleitoral. O assédio eleitoral também não é novo, mas que agora ganha novas
formas de manifestação.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O assédio eleitoral no trabalho é reconhecido e é
considerado crime. Porém, não é apenas no âmbito do trabalho que existe assédio
eleitoral, embora nesse contexto seja mais danoso. O assédio eleitoral, aqui
entendido como constrangimento de eleitores para votarem em determinados candidatos
ou partidos, pode ocorrer em qualquer lugar, e assumir diversas formas. Esse
constrangimento, tanto no âmbito do trabalho quanto em outros, muitas vezes é
denunciado, mas na maioria dos casos é ocultado, pois o medo dos que estão
submetidos a ele é maior do que a disposição em denunciar.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Nessa concepção mais ampla de assédio eleitoral, o caso se
torna ainda mais grave. A democracia representativa, também chamada de
democracia burguesa ou democracia partidária, se legitima pelo discurso da “livre
escolha” dos eleitores em relação aos candidatos que irá votar, ou que não irá
votar, incluindo a possibilidade de voto nulo e voto em branco. O que vem
ocorrendo no Brasil, nos últimos tempos, é um índice crescente de assédio eleitoral.
A existência do assédio eleitoral em alta escala, por sua vez, corrói a
legitimidade da democracia representativa. Ora, se os indivíduos não podem
escolher livremente seus candidatos, pois estão submetidos a diversos
constrangimentos públicos, tal como em redes sociais virtuais, lugares públicos
em geral, então não há “democracia representativa” nem no plano formal. O poder
do dinheiro e da publicidade, do discurso eleitoral e suas promessas
irrealizáveis, entre outros elementos, já limitam demasiadamente tal
legitimidade. O advento do assédio eleitoral via meios oligopolistas de comunicação
e internet significa uma total deslegitimação da democracia representativa.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O exemplo mais recente disso é a prática de alguns governos
(estaduais e municipais), partidos e candidatos, de pressionar e constranger os
indivíduos a votar em seu partido ou candidato. As ameaças de uso da força
física são outro elemento que vem se ampliando, bem como o assassinato por
motivos eleitorais. Alguns casos recentes na sociedade brasileira mostram isso.
Esse processo gera medo e restringe ainda mais a liberdade de escolha e
posicionamento, por um lado, e a liberdade de expressar sua escolha e
posicionamento, por outro. Hoje em dia, se alguém aparece publicamente para
defender voto nulo, o que é um direito de qualquer um, pode ouvir ameaças de
agressão física. Se defende candidato X, também. Alguns, simplesmente por não
defenderem candidato Y, sofrem riscos de agressão verbal e/ou física.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E isso fica ainda mais grave quando o assédio eleitoral se
torna “institucionalizado” e atingindo até candidatos. O caso exemplar é o que
vem ocorrendo com o candidato à presidência, Ciro Gomes. Ele vem sendo alvo de
assédio eleitoral de diversos defensores da candidatura Lula. Isso pode ser
visto através da imprensa, na qual se vê “Carta de lideranças” políticas, solicitação
de artistas, etc. pela sua “renúncia”, o que é um absurdo político. Solicitar a
um candidato que desista de sua candidatura para apoiar outro candidato é algo
que somente pessoas fora da realidade ou fanáticos fariam. E isso é pior ainda
tendo em vista que é no primeiro turno de uma eleição de dois turnos. Sem dúvida,
para algumas pessoas que pensam que se trata de uma “luta pela democracia” (o
PT seria o representante dessa suposta “democracia”) contra o “fascismo”
(identificado com Jair Bolsonaro, banalizando a palavra e retirando o seu significado
original e autêntico), esse assédio eleitoral parece ter algum sentido. Porém,
o raciocínio dessas pessoas parte de uma concepção segundo a qual o outro deve
pensar como eu penso. Isso é extremamente antidemocrático, tanto no pensamento (“o
outro deve pensar como eu penso e por isso deve abrir mão do que pensa – e,
nesse caso, de sua candidatura – para defender o que eu defendo e votar em que
eu voto”), quanto na ação (expressar isso e pressionar o outro para acatar tal pensamento).
Isso revela que não se trata de uma “luta pela democracia contra o fascismo” e
sim de uma luta antidemocrática realizada por falsos democratas para seu
partido chegar ao poder. Ao realizar uma luta antidemocrática, mesmo que em
nome da democracia, enfraquece essa e fortalece o que considera oposto. Porém,
é claro, o que está em jogo não é um princípio abstrato de democracia e sim
interesses e luta pelo poder.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Num debate presidencial recente, o assédio eleitoral se
manifestou novamente quando uma jornalista perguntou ao candidato Ciro Gomes qual
seria a posição do seu partido no Segundo Turno e, caso o partido apoiasse o
candidato Lula, se ele sairia do partido<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20ASS%C3%89DIO%20ELEITORAL%20E%20A%20DEMOCRACIA%20REPRESENTATIVA%20EM%20CRISE.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Ciro Gomes não respondeu, obviamente, e falou da “morte do jornalismo”. No
fundo, é apenas a miséria do jornalismo, que, assim como grande parte da
intelectualidade, abandonou não só o discurso da “neutralidade” ou “imparcialidade”,
como também o bom senso. O tema do voto útil não apareceu por acaso e visava
constranger Ciro Gomes a se posicionar diante de um suposto segundo turno, o
que teria efeitos eleitorais. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Todos esses constrangimentos visam anular determinadas candidaturas
em benefício de outra. Se os candidatos no primeiro turno devem renunciar para
ajudar a decidir quem vai ganhar nesse momento, então não tem mais sentido a
sua existência. O que esses intelectuais partidários deveriam fazer é
questionar eleições em dois turnos ao invés de constranger um candidato para
que desista em favor do candidato deles. Esses acontecimentos são sinais de que
a democracia representativa está perdendo as suas principais fontes de
legitimação, a legal e a formal.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A democracia representativa já está bastante desgastada e
deslegitimizada e isso vem gerando várias formas de recusa, desde aqueles que
reivindicam ditadura, passando pelos críticos que querem seu “aperfeiçoamento”
ou que são pessimistas e a consideram falida, até chegar aos que querem uma revolução
e sua substituição pela autogestão. Se a democracia representativa não quer
morrer em breve, deve reagir. Ela, para tentar sobreviver, deveria combater
todas as formas de assédio eleitoral. Para garantir a sua legitimidade formal e
legal, a democracia representativa precisa não só permitir que as pessoas
possam escolher livremente em quem vão votar (inclusive votando nulo ou em
branco), e também abolir a lei antidemocrática que gera o “voto obrigatório” e dificulta
a abstenção, bem como impedir o assédio eleitoral.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Obviamente que essa é uma concepção relativamente ingênua da
democracia representativa. Embora algumas mudanças, como abolição do voto
obrigatório e impedimento de algumas manifestações de assédio eleitoral, sejam
possíveis, a democracia representativa não possui vida própria. Ela é
controlada pelo aparato estatal, que, por sua vez, é controlado pelo capital,
ou seja, pela classe capitalista. Portanto, as mudanças que podem ocorrer são limitadas.
Além disso, em suas disputas estão envolvidos políticos profissionais e
partidos ávidos pelo poder e que não hesitam em assediar eleitoralmente quem
quer que seja, bem como conseguem criar correntes de opinião em favor do
constrangimento eleitoral a favor dos seus candidatos e partidos. Na luta pelo
poder, eles pouco se preocupam em saber como isso atinge a democracia ou quais as suas consequências
sociais e econômicas. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O caso brasileiro atual é mais grave por causa da polarização
criada entre Lula e Bolsonaro, entre petistas e bolsonaristas, que são muito
parecidos, diga-se de passagem, que gerou um círculo vicioso, no qual há uma
retroalimentação. O fanatismo de um lado, reforça o do outro. Mas, pior que
isso, o crescimento eleitoral de um reforça o de outro, pois além dos fanáticos
dos dois lados, ainda há a rejeição enorme que os dois conseguem no resto da população.
Assim, o petismo reforça o bolsonarismo e vice-versa, assim como o antipetismo
reforça o antibolsonarismo<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20ASS%C3%89DIO%20ELEITORAL%20E%20A%20DEMOCRACIA%20REPRESENTATIVA%20EM%20CRISE.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
e vice-versa. <o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Por fim, podemos dizer que o assédio eleitoral é uma
realidade e se torna cada vez mais forte, presente e até mesmo ousado. Mas,
para o país do coronelismo, a única coisa que mudou da época do “voto de
cabresto” para hoje é que agora não temos mais apenas um coronel e sim dois num
mesmo território assediando os eleitores, o que gera violência e extrapolação
por parte dos seus adeptos. Isso apenas mostra a aproximação do dobre de
finados da democracia representativa. O que interessa mesmo é o que virá depois
dela e a luta deve ser pela autogestão social, no qual o autogoverno da população
dispensa políticos profissionais, partidos e burocratas.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
</p><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20ASS%C3%89DIO%20ELEITORAL%20E%20A%20DEMOCRACIA%20REPRESENTATIVA%20EM%20CRISE.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> <a href="https://www.youtube.com/watch?v=hunNjXgxd44">https://www.youtube.com/watch?v=hunNjXgxd44</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2">
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20ASS%C3%89DIO%20ELEITORAL%20E%20A%20DEMOCRACIA%20REPRESENTATIVA%20EM%20CRISE.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 11.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> O
antipetismo é muito mais forte e numeroso que o bolsonarismo, pois inclui
outros setores da população, partidos, interesses, etc.; bem como o
antibolsonarismo é muito mais forte que o petismo, por aglutinar, igualmente,
um setor mais vasto da população. Nem todo mundo que é contra Bolsonaro é
petista e nem todo mundo que é contra Lula é bolsonarista. <o:p></o:p></p>
</div>
</div><div style="mso-element: footnote-list;"><div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-41910829461156501532022-06-26T09:48:00.002-03:002022-06-26T09:50:46.021-03:00O "Mundo Real" - Música da banda Zero To End<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSUWh0qx5so-NTXCbc3OFPLWuqnReGRXKkaFDKHS-_Zce7ftDYEloJs30iSE5PHtrDYYycg7BulDxD1UPTNOh6_FMTH8pEBFl9dC18wgxgbVY3HKfxnqe9T-GDFFgZC69PO08QTFAD9qZtr6v6sEVfs-4nCBt1xYK_74AEjCU_vaAx_VBeYaf60TKrcw/s500/Zerto%20to%20End%20Circus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSUWh0qx5so-NTXCbc3OFPLWuqnReGRXKkaFDKHS-_Zce7ftDYEloJs30iSE5PHtrDYYycg7BulDxD1UPTNOh6_FMTH8pEBFl9dC18wgxgbVY3HKfxnqe9T-GDFFgZC69PO08QTFAD9qZtr6v6sEVfs-4nCBt1xYK_74AEjCU_vaAx_VBeYaf60TKrcw/s320/Zerto%20to%20End%20Circus.jpg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;">A banda <b>Zero to End</b> está lançando seu álbum <i>Circus</i> e uma das músicas em destaque é <b>Real World</b> (<i>Mundo Real</i>, em português). A música apresenta um panorama da sociedade contemporânea e elenca questões como coronavírus, guerra, injustiça, ódio, etc. A partir de uma crítica social expressa alguns dos dilemas da contemporaneidade.</p><p style="text-align: justify;">Abaixo o vídeo da música produzido pela banda, que autorizou gentilmente a nova postagem em versão com legenda contendo tradução para idioma português. Essas e outras músicas de qualidade, com crítica social, podem ser ouvidas na Rádio Germinal (link abaixo do vídeo).</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/FXmdrQn8p30" width="320" youtube-src-id="FXmdrQn8p30"></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Ouça Rádio Germinal, onde a música não é mercadoria ou mercancia; é crítica, qualidade e utopia:</p><p style="text-align: justify;">Site:</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://radiogerminal.com">http://radiogerminal.com</a></p><p style="text-align: justify;">Aplicativo:</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.app.gpu1663510.gpuc77f575de74d5f21d62866601f20e66e">https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.app.gpu1663510.gpuc77f575de74d5f21d62866601f20e66e</a></p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-82104268388020364052022-02-22T15:45:00.005-03:002022-02-22T15:47:13.792-03:00AS CONSEQUÊNCIAS DO SUBJETIVISMO<p> </p><p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiSg40aK_NhWDfk_bFViCc5CdtXSf5uTV-YsGHY1xND8Kq8KmFKcCThM6XS-IEMQCcT6dB1BfdCSzds9uf03xk284W65-hu4R-pEsQhEhBc4oiPJkLred09vgzDYEIXgNsYlmbrMjPSdl5u42lGOwzr0TPoXrX8U8uSiZ-AJ9Aw4e77z-D63N8C2amk_g" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="200" data-original-width="497" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiSg40aK_NhWDfk_bFViCc5CdtXSf5uTV-YsGHY1xND8Kq8KmFKcCThM6XS-IEMQCcT6dB1BfdCSzds9uf03xk284W65-hu4R-pEsQhEhBc4oiPJkLred09vgzDYEIXgNsYlmbrMjPSdl5u42lGOwzr0TPoXrX8U8uSiZ-AJ9Aw4e77z-D63N8C2amk_g" width="400" /></a></div>PODCAST:<p></p><p><a href="https://anchor.fm/the-edition/episodes/SHORTWAVE--The-Consequences-Of-Subjectivism-e1eo4ha">https://anchor.fm/the-edition/episodes/SHORTWAVE--The-Consequences-Of-Subjectivism-e1eo4ha</a></p><p><br /></p><p>Abaixo versão em português:</p><p><br /></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">AS
CONSEQUÊNCIAS DO SUBJETIVISMO<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">Nildo Viana<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">A
mutação cultural que ocorreu após a derrota das lutas sociais do final dos anos
1960 gerou a passagem da hegemonia do paradigma reprodutivista para o paradigma
subjetivista. Desde 1945 o paradigma reprodutivista, que se manifestou através
de ideologias holistas e objetivistas como o funcionalismo, o estruturalismo e
a teoria dos sistemas, foi hegemônico até a emergência dessas lutas e sua
crise. Em seu lugar, emerge o paradigma subjetivista, que nasce após 1968, mas
só se torna hegemônico após 1980, acompanhando a constituição do neoliberalismo,
que, junto com outros processos, constitui o regime de acumulação integral, uma
nova fase do capitalismo. Nesse contexto, as ideologias subjetivistas se ampliam,
difundem, e se tornam hegemônicas. O reino do subjetivismo se instaura e assume
várias formas, englobando diversas concepções (neoliberalismo,
pós-estruturalismo, multiculturalismo, política de identidades, etc.). O
paradigma subjetivista condena o holismo (a totalidade, as metarrativas) e o
objetivismo, gerando várias formas de subjetivismo (irracionalismo,
relativismo, etc.). Nesse contexto, questionamos: quais são as consequências do
subjetivismo?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">A
supervaloração do sujeito e da subjetividade é uma realidade. Sem dúvida,
existem várias interpretações sobre o que é sujeito e o que é subjetividade,
bem como “quem é o sujeito” ou “quem são os sujeitos” (no plural, uma das
características do subjetivismo é o uso e abuso de plurais). O sujeito pode ser
o indivíduo racional do neoliberalismo, os múltiplos sujeitos do
pós-estruturalismo e multiculturalismo, o “gênero”, a “raça”, etc. A isso se
associa o fortalecimento do hedonismo, narcisismo, sentimentalismo, que são
reforçados pelo advento da expansão da internet e redes sociais. Isso, por sua
vez, é útil e complementa o neoliberalismo, que tem como uma de suas
características a responsabilização da sociedade civil. Assim emerge a ideia do
participacionismo, florescem as “organizações não-governamentais”, entre
diversos outros fenômenos correlatos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">As
consequências desse processo são visíveis. Uma delas atinge os indivíduos, considerados
“livres” em muitas concepções subjetivistas, que passam a se responsabilizar
por seu fracasso social, gerando depressão, desequilíbrios psíquicos, uso de
drogas, etc. Outra consequência atinge as formas de consciência, gerando descrédito
para o saber e incentivando a presunção, a pseudocrítica, o relativismo, e, por
conseguinte, crenças conspiracionistas, ideias como a da “terra plana” ou que
tudo é “construção cultural” ou “representações”. Uma terceira consequência se
revela nos seus efeitos na sociedade civil, especialmente nos movimentos
sociais, nos quais seus ativistas passam a defender ideias insustentáveis como
“vivência” e “lugar de fala”, bem como passam a interpretar o mundo a partir de
antinomias fundada no grupismo e divisão “nós” e “eles”. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Calibri;">Poderíamos
elencar outras consequências do subjetivismo, mas nos limitaremos a estas. E
aqui entra em questão a responsabilidade dos intelectuais, pois foram estes que
produziram as ideologias subjetivistas que se espalham, de forma simplificada,
pela sociedade. Ora, uma vez que se percebe as consequências negativas do
subjetivismo, é momento de realizar a sua crítica e superação e cabe aos
intelectuais assumirem a responsabilidade de contribuir com o esclarecimento e
resolução do problema que ajudaram a criar.</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">-------<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">NILDO VIANA é professor
universitário da Universidade Federal de Goiás/Brasil. É autor de vários livros,
entre os quais, “O Capitalismo na Era da Acumulação Integral”; “Hegemonia
Burguesa e Renovações Hegemônicas”; “Os Movimentos Sociais”; “O Modo de Pensar
Burguês. Episteme Burguesa e Episteme Marxista”; “A Pesquisa em Representações
Cotidianas”; “Karl Marx: A Crítica Desapiedada do Existente”, entre outros.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Para acessar a versão em inglês, <a href="https://informecritica.blogspot.com/2022/02/the-consequences-of-subjectivism-as.html" target="_blank">clique aqui</a>.</p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-84359121022528402042022-02-22T15:41:00.003-03:002022-02-22T15:46:19.264-03:00The Consequences of Subjectivism - As Consequências do Subjetivismo<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiSg40aK_NhWDfk_bFViCc5CdtXSf5uTV-YsGHY1xND8Kq8KmFKcCThM6XS-IEMQCcT6dB1BfdCSzds9uf03xk284W65-hu4R-pEsQhEhBc4oiPJkLred09vgzDYEIXgNsYlmbrMjPSdl5u42lGOwzr0TPoXrX8U8uSiZ-AJ9Aw4e77z-D63N8C2amk_g" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="200" data-original-width="497" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiSg40aK_NhWDfk_bFViCc5CdtXSf5uTV-YsGHY1xND8Kq8KmFKcCThM6XS-IEMQCcT6dB1BfdCSzds9uf03xk284W65-hu4R-pEsQhEhBc4oiPJkLred09vgzDYEIXgNsYlmbrMjPSdl5u42lGOwzr0TPoXrX8U8uSiZ-AJ9Aw4e77z-D63N8C2amk_g" width="400" /></a></div>PODCAST:<p></p><p><a href="https://anchor.fm/the-edition/episodes/SHORTWAVE--The-Consequences-Of-Subjectivism-e1eo4ha">https://anchor.fm/the-edition/episodes/SHORTWAVE--The-Consequences-Of-Subjectivism-e1eo4ha</a></p><p><br /></p><p>Abaixo artigo em inglês. Para acessar versão em português, <a href="https://informecritica.blogspot.com/2022/02/as-consequencias-do-subjetivismo.html" target="_blank">clique aqui</a>.</p><p><br /></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">THE CONSEQUENCES OF SUBJECTIVISM<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">Nildo Viana<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">The
cultural mutation that took place after the defeat of the social struggles of
the late 1960s generated the shift from the hegemony of the reproductive
paradigm to the subjectivist paradigm. Since 1945 the reproductivist paradigm,
which manifested itself through holistic and objectivist ideologies such as
functionalism, structuralism and systems theory, was hegemonic until the
emergence of these struggles and their crisis. In its place, the subjectivist
paradigm emerges, born after 1968, but only becomes hegemonic after 1980,
following the constitution of neoliberalism, which, together with other
processes, constitutes the regime of integral accumulation, a new phase of
capitalism. In this context, subjectivist ideologies expand, spread, and become
hegemonic. The realm of subjectivism is established and takes various forms,
encompassing different conceptions (neoliberalism, post-structuralism,
multiculturalism, politics of identity, etc.). The subjectivist paradigm
condemns holism (totality, metarratives) and objectivism, generating various
forms of subjectivism (irrationalism, relativism, etc.). In this context, we
ask: what are the consequences of subjectivism?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">The
overvaluation of the subject and subjectivity is a reality. Undoubtedly, there
are several interpretations of what is subject and what is subjectivity, as
well as “who is the subject” or “who are the subjects” (in the plural, one of
the characteristics of subjectivism is the use and abuse of plurals). The
subject can be the rational individual of neoliberalism, the multiple subjects
of post-structuralism and multiculturalism, the “gender”, the “race”, etc. To
this is associated the strengthening of hedonism, narcissism, sentimentality,
which are reinforced by the advent of the expansion of the internet and social
networks. This, in turn, is useful and complements neoliberalism, which has
civil society accountability as one of its characteristics. Thus, the idea of
participationism emerges, “non-governmental organizations” flourish, among
several other related phenomena.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">The
consequences of this process are visible. One of them affects individuals,
considered "free" in many subjectivist conceptions, who become
responsible for their social failure, generating depression, psychological
imbalances, drug use, etc. Another consequence affects the forms of
consciousness, generating discredit for knowledge and encouraging presumption,
pseudo-criticism, relativism, and, therefore, conspiracy beliefs, ideas such as
the "flat earth" or that everything is "cultural
construction" or " representations”. A third consequence is revealed
in its effects on civil society, especially in social movements, in which its
activists start to defend unsustainable ideas such as " life experience"
and "place of speech", as well as interpreting the world from
antinomies based on groupism and division “us” and “them”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 12pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">We
could list other consequences of subjectivism, but we will limit ourselves to
these. And here the responsibility of intellectuals comes into question, as
they were the ones who produced the subjectivist ideologies that spread, in a
simplified way, throughout society. Now, once the negative consequences of
subjectivism are perceived, it is time to criticize and overcome it, and it is
up to intellectuals to take responsibility for contributing to the
clarification and resolution of the problem they helped to create.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">NILDO VIANA is a university professor at the
Federal University of Goiás/Brazil. He is the author of several books,
including, “Capitalism in the Age of Integral Accumulation”; “Bourgeois Buguese
Hegemony and Hegemonic Renovations”; “The Social Movements”; “The Bourgeois Way
of Thinking. Bourgeois Episteme and Marxist Episteme”; “Research in Everyday
Representations”; “Karl Marx: The Merciless Critique of the Existing”, among
others.<o:p></o:p></span></p><br /><p></p><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-60610213344256461622022-02-13T17:30:00.003-03:002022-02-13T17:30:16.720-03:00Nau dos Insensatos - Nau dos Insensatos<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="316" src="https://www.youtube.com/embed/MnoXhHMwM3o" width="521" youtube-src-id="MnoXhHMwM3o"></iframe></div><br /><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><p><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p><p><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Título da Música: "Nau dos Insensatos"</span></p><p><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Banda: Nau dos Insensatos</span></p><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Composição: Nildo Viana</span><div><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Álbum: Homem ao Mar
Ano: 2021
Produção: Gérmen Produções
Letra:
Vejam quem está embarcando no navio
Covardes que se aventuram no mar bravio
Bem-vindo à nau dos insensatos
No comando um capitão caricato
Comandando marinheiros gaiatos
E com o porão cheio de ratos
Gente rica que o dinheiro falsifica
Gente pobre que o dinheiro prejudica
O mal-estar está presente
E todo mundo finge que não sente
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Intelectuais sem leitura e reflexão
Seguem o fluxo da ilusão
Burocratas sem normas e ação
Seguem sem direção
Artistas que fazem sua arte no pinico
Reclamando do lixeiro que a joga no lixo
O professor que não ensina
De sua boca só sai mentira
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Progressistas loucos por dinheiro e poder
Querem ganhar e não sabem perder
Conservadores fanáticos pela grana
Querendo velejar em sua terra plana
Vivente com lugar de fala
Tagarela que só atrapalha
Modistas criando linguagem neutra
Agora o belo é ser um apedeuta
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
E você embarcou no Titanic
Tranquilo como se fosse a um piquenique
E agora está num barco rumo ao vagalhão
Sem bússola e sem capitão!
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Você que entra abandone a lucidez
Não há autonomia ou esperança
No barco da insensatez
Veja álbum completo em:
</span><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">https://youtu.be/JbNaeM2c7Bw</span><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">
Essas e outras músicas você ouve na Rádio Germinal:
</span><span face="Roboto, Noto, sans-serif" style="background-color: white; color: #0d0d0d; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">http://radiogerminal.com</span></div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-33502787710547307562022-02-13T10:33:00.004-03:002022-02-13T10:51:48.929-03:00O MARXISMO DIANTE DO ANTI-HUMANISMO<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNle1_e0a4qH5Gl61ftJOQ7HUHoXttVQrOQb5HhNKRvJELV5KXUlTS-IBO09V4gYqbnkOIDy_cMDmJj3t7uyd0eH_gOZty2Uo0LkySWKXyfAqKPuje5mJPqciFNJQHOiFY8j__YSsERs3TN4D0t37qEp2IxX36IKlcrsj__KshIotWLQD4Ss9rQAkU6Q=s1750" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1077" data-original-width="1750" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjNle1_e0a4qH5Gl61ftJOQ7HUHoXttVQrOQb5HhNKRvJELV5KXUlTS-IBO09V4gYqbnkOIDy_cMDmJj3t7uyd0eH_gOZty2Uo0LkySWKXyfAqKPuje5mJPqciFNJQHOiFY8j__YSsERs3TN4D0t37qEp2IxX36IKlcrsj__KshIotWLQD4Ss9rQAkU6Q=w400-h246" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /><p></p><p style="text-align: center;"> <b style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; line-height: 107%;"><span style="font-size: large;">O
MARXISMO DIANTE DO ANTI-HUMANISMO</span></span></b></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Nildo Viana<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference">*</span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O presente texto parte da tese de que no capitalismo contemporâneo há uma impugnação<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> do
humanismo e isso, por sua vez, enfraquece o marxismo. Essa tese precisa ser
fundamentada. Isso pressupõe entender a relação entre marxismo e humanismo e a política
cultural anti-humanista constituída pela classe dominante a partir do
Pós-Segunda Guerra Mundial, bem como sua manifestação contemporânea e
consequências para o marxismo. A luta em torno do humanismo parte da luta de
classes e a classe dominante é tudo, menos humanista, bem como sabe que esse se
relaciona com o marxismo e é por isso considera necessário cortar o vínculo
entre ambos ou minar o primeiro para enfraquecer o segundo. Para analisar isso,
vamos, inicialmente, discutir a relação entre marxismo e humanismo. Num segundo
momento, vamos abordar brevemente a política cultural anti-humanista efetivada
contemporaneamente. E por fim vamos mostrar, sinteticamente, os efeitos disso
sobre o marxismo e luta cultural que precisa ser travada em torno dessa
questão.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 6pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Marxismo e Humanismo<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O marxismo em seu
sentido original é uma práxis revolucionária fundada numa episteme que realiza
a crítica radical da sociedade capitalista e aponta para uma nova sociedade,
pós-capitalista, radicalmente diferente da atual, expressando os interesses
fundamentais do proletariado. Assim, o marxismo, como já dizia Marx, tem a
vantagem de ter uma percepção teórica da sociedade, suas lutas e tendências,
partir de uma perspectiva de classe e de futuro para avaliar o presente, o que
lhe permite, também, ser a “fração mais resoluta” na luta de classes a favor do
proletariado (MARX; ENGELS, 1988). No interior do bloco revolucionário<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> o
marxismo é o seu setor mais resoluto, radical, consciente e avançado<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
Apesar de muitos marxistas serem ambíguos, o marxismo é o principal mediador
entre o indivíduo que demonstra insatisfação e sua passagem para uma posição
revolucionária. Contudo, existe uma mediação na transformação do indivíduo
insatisfeito em marxista revolucionário (bem como outras posições críticas e
radicais, mesmo com suas ambiguidades). Essa mediação é o humanismo. Entender
isso é fundamental para entender a relação entre marxismo e humanismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Porém, antes disso, é
preciso entender as bases humanistas do marxismo. O marxismo é um humanismo,
para parafrasear Sartre (1987). Marx só se tornou um revolucionário a partir do
humanismo. O humanismo antropocêntrico de Marx (VIANA, 2020) revela um
compromisso com a libertação humana em geral. Se Marx não fosse humanista, não
seria marxista. Sem dúvida, o humanismo inicial de Marx era generalista, mas a
pesquisa e análise crítica da realidade o fez compreender a luta de classes e
entender que o movimento revolucionário do proletariado era o meio para se
conseguir a libertação humana. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No entanto, o humanismo
marxista se diferencia de outras concepções humanistas. Não poderemos aqui
discutir as diversas formas de humanismo, mas apenas destacar que o humanismo
marxista se diferencia dos demais. A forma de humanismo mais difundida é o que
podemos denominar como espontâneo. O humanismo espontâneo não tem bases
teóricas ou ideológicas e sim um conjunto de sentimentos, valores e ideias
relativamente vagas. O humanismo espontâneo aponta para a valoração dos seres
humanos, sentimentos simpáticos voltados para a humanidade e ideias que
expressam tais valores e sentimentos. Marx iniciou com um humanismo espontâneo
e foi desenvolvendo uma concepção mais elaborada até chegar a versão mais
desenvolvida, que aqui denominamos humanismo marxista. A base desse humanismo é
uma concepção de natureza humana segundo a qual esta é constituída pelas
necessidades primárias (compartilhada com os animais, como beber, comer,
dormir, reproduzir, etc.) e necessidades secundárias (especificamente humanas,
que são o seu elemento essencial) e que os seres humanos necessitam realizar
tal natureza e isso é impedido pelas sociedades de classes e esse é o motivo da
luta por uma sociedade radicalmente diferente. As necessidades secundárias, especificamente
humanas, são a práxis e a socialidade, ou, para usar os termos usados por Marx,
o trabalho (como objetivação, não-alienado) e a “cooperação” (MARX; ENGELS,
1982). As sociedades de classes pervertem o trabalho e as relações entre os
seres humanos, substituindo a autorrealização das potencialidades humanas e a
associação colaborativa e enriquecedora em relações sociais marcadas pela
alienação, exploração e dominação. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A sociedade capitalista
efetiva esse processo de forma específica e gera processos sociais derivados
que prejudicam ainda mais os seres humanos, tais como a mercantilização,
burocratização e competição (VIANA, 2008). Porém, ela, ao constituir o
proletariado e efetivar o desenvolvimento das forças produtivas, permite a
passagem para uma sociedade superior que rompe com a alienação, a exploração e
a dominação e possibilita a livre manifestação da natureza humana. Porém, essa
mesma sociedade cria obstáculos políticos e culturais para tal transformação. Apesar
disso, ela não consegue sufocar totalmente a natureza humana e por isso o
humanismo espontâneo se torna possível. Claro que, para vastos setores da
população, a suas condições desfavoráveis de vida, a alienação, a destruição
psíquica, a competição social e os valores associados, são processos que geram
desumanização e afastamento do humanismo espontâneo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Ninguém nasce marxista
e somente com o seu desenvolvimento é que pode vir a se tornar marxista<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. E
esse “tornar-se” marxista se dá, geralmente, a partir de indivíduos que eram
humanistas espontâneos (com ou sem mediação de outro humanismo, mais refletido,
posteriormente). Existem exceções, sem dúvida, como rebeldes e revoltados, mas
esses geralmente tendem a ser marxistas ambíguos, pois é o descontentamento com
sua posição na sociedade ou ódio e ressentimento que é sua motivação para adesão
ao discurso revolucionário e não a libertação humana. O revoltado é movido pelo
ódio/ressentimento e o rebelde pela ambição<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. É
por isso que, em certo momento, eles podem se afastar do marxismo, pois,
afinal, é possível que encontrem um meio mais eficaz de demonstrar seu ódio ou
ascender socialmente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E por qual motivo o
humanismo espontâneo tem esse significado? A razão disso se encontra no fato de
que para ser marxista é preciso abandonar os interesses imediatos e egoístas,
ou pelo menos reduzi-los e controlá-los, e se preocupar com os demais seres
humanos e suas condições de vida, o que significa possuir determinados valores
e sentimentos em relação à humanidade. Os indivíduos egoístas, não-humanistas,
preocupados apenas com seus próprios interesses, com ascensão social, dinheiro,
poder, riqueza, competição, não vão aderir ao marxismo (a não ser que seja o
pseudomarxismo, pois através deste pode-se conseguir espaços em organizações
burocráticas, benefícios financeiros, etc.). Quanto maior o número de
indivíduos que são humanistas espontâneos, maior é o potencial de aumento
numérico de futuros marxistas, pois assim existe um solo fértil para que se
desenvolva a consciência revolucionária, a crítica, o compromisso com a verdade
e com a libertação humana.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 6pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Anti-Humanismo e Antimarxismo<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Existe um humanismo
burguês, mas é raro nos meios burgueses e geralmente promove o abandono do
pertencimento de classe, pelo menos temporariamente. Jovens burgueses podem se
aproximar do humanismo espontâneo em sua versão burguesa, com sonhos ilusórios
de reformas, filantropia e caridade, ou podem se aproximar de posições mais
críticas, gerando, inclusive, rupturas familiares (que em muitos casos é
substituído por reconciliações a partir de certa idade). Porém, após a Segunda
Guerra Mundial, emergiu um anti-humanismo filosófico e científico, em favor de
análises do “sistema”, “estrutura”, “organismo”, “função” (VIANA, 2019). O
paradigma reprodutivista gerou uma versão anti-humanista – e uma das grandes
expressões desse anti-humanismo foi um pseudomarxista, o mais renomado dessa época,
Louis Althusser<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
– e uma versão supostamente “humanista” fundada na ideia de integração. As
ideologias reprodutivistas (funcionalismo, estruturalismo, ideologias dos
sistemas, etc.) colocavam as estruturas e sistemas acima dos seres humanos e
dos indivíduos. Eles seriam apenas joguetes de estruturas, sejam elas
linguísticas ou sociais (VIANA, 2019). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Porém, as lutas
operárias e estudantis do final dos anos 1960 colocaram em questão o
reprodutivismo e sua recusa da história. As ideias que postulavam que houve uma
“integração da classe operária”, que não haveriam mais “saltos na história”
(revoluções) e que a sociedade de consumo caminhava para a sociedade de
abundância, entre outras similares, foram superadas pela luta operária e
estudantil, bem como radicalização de vários outros setores da sociedade. A
rebelião estudantil de Maio de 1968 decretou “o fim do estruturalismo” (DOSSE, 2007;
VIANA, 2019) e marcou o primeiro passo para a emergência do marxismo
autogestionário e ressurgimento do pensamento crítico. Ao mesmo tempo, emergiu
uma forma de contrarrevolução cultural preventiva, um par antinômico do estruturalismo,
que recusava a totalidade, a objetividade, etc., em nome da subjetividade e dos
“múltiplos sujeitos”, mas o alvo real era o marxismo e por isso elementos das
ideologias reprodutivistas podiam ser recuperados (VIANA, 2019). Assim, a
passagem do regime de acumulação conjugado para o regime de acumulação integral
é marcado pela passagem do paradigma reprodutivista para o subjetivista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Um novo ataque ao
humanismo se institui nesse contexto histórico. Agora não se trata mais do
anti-humanismo intelectual centrado em estruturas e sistemas e sim centrado na
“diversidade”, na “diferença”, nos fragmentos, múltiplos sujeitos. A crítica da
ideia de totalidade e “metanarrativas” e de tudo que é considerado “universal”
marca a base intelectual do novo anti-humanismo. A partir dessas bases
intelectuais, o humanismo espontâneo perde espaço cada vez maior, pois
prolifera o hedonismo, o narcisismo, o neoindividualismo, o empreendedorismo
competitivo, a revolta, a rebeldia, o ressentimento, e a luta de grupos que vem
para dividir e gerar ódio e separações. A nova política cultural, capitaneada
pela UNESCO e por instituições diversas (fundações internacionais como a
Rockfeller, Ford e outras, organismos internacionais como Banco Mundial e FMI,
além dos Estados nacionais e suas políticas neoliberais) prioriza a diversidade
e os grupos sociais, gerando um foco em lutas especifistas e fragmentárias e
gerando a chamada “política de identidades”, incentivando os indivíduos a se
reduzirem a uma suposta identidade (TARDIEU, 2014). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Esses elementos
dificultam a proliferação do humanismo espontâneo, pois fornecem explicações
falsas sobre a realidade e direcionam as ações e objetivos para luta de grupos,
bem como canaliza o ódio e ressentimento de muitos junto com a busca de
ascensão social de outros. A nova interpretação do mundo repassada pelos
ideólogos, escolas e universidades, meios oligopolistas de comunicação, reduz
tudo a gênero, identidade, “sujeito”, “subjetividade”, etc. em detrimento da
espécie humana em geral. Assim, a nova geração é doutrinada nas escolas para
respeitar as diferenças e as identidades, o indivíduo e os grupos, focalizando
na diferenciação e desumanizando supostos “opressores”, bem como
descontextualizando (a destotalização contribui com isso e gera uma
despolitização) e despolitizando, reduzindo as complexas relações sociais (de
classes, entre os grupos, etc.) a uma luta de grupos ou mesmo ao maniqueísmo. Grande
parte da nova geração que emerge após os anos 1980 passa a enxergar o mundo
pela lente da diferença e diversidade e numa oposição dogmática e descontextualizada
entre “opressores” e “oprimidos”, sendo que as classes sociais, a exploração, a
dominação e a alienação são abandonadas ou relegadas a segundo plano. A
compaixão, sentimento espontâneo e que se direciona aos seres humanos em geral,
é substituída pelo discurso da “empatia”, uma imposição externa e geralmente
seletiva, pois a empatia é sempre em relação a um grupo, ao “outro” (e por
pertencer a determinado grupo ou estar em determinada situação, e não por ser
um ser humano, o que permite entender apenas um lado em detrimento do “outro
lado”). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A compaixão é entre iguais em
situações diferentes, a “empatia” é entre diferentes com supostas “essências”
diferentes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Isso tudo gera uma impugnação
do humanismo, tanto o espontâneo como o que se manifesta em formas refletidas
(e isso se reforça reciprocamente). O humanismo marxista, bem como outras
formas de humanismo mais estruturados intelectualmente, são esquecidos,
desvalorados ou combatidos, a ideia de “natureza humana” é condenada, entre
outros processos que reforçam o recuo do humanismo em geral e do espontâneo em
particular. Isso significa que, além da crítica ao marxismo em geral, a nova
política cultural gera bases intelectuais e ideológicas, bem como valores e
sentimentos, anti-humanistas. Ao lado disso, o paradigma subjetivista incentiva
o neoindividualismo, o hedonismo, o narcisismo, o grupismo, discurso
identitário, e outros processos sociais e culturais que promovem uma impugnação
crescente do humanismo espontâneo. E alguns arquitetos ideológicos desse
processo depois se perguntam de ondem emerge o “discurso de ódio”, ideias como
a da “terra plana” e outras manifestações de irracionalidade e irracionalismo, cuja
base se encontra no paradigma subjetivista contemporâneo. O feitiço se virou
contra o feiticeiro e este, ao ser atingido pela sua própria criação, passa a
questionar a origem dessa feitiçaria como se não tivesse nada a ver com ela.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 6pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">O Marxismo diante do Anti-Humanismo<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Isso atinge,
obviamente, o marxismo, pois suas bases humanistas entram em contradição com as
ideologias subjetivistas hegemônicas, com os valores e sentimentos
predominantes, bem como com os chavões mais difundidos contemporaneamente. A
aproximação com o marxismo por grande parte dos indivíduos, especialmente os
das gerações mais novas, se torna mais difícil. A eficácia do discurso marxista
diminui drasticamente. Assim, a impugnação do humanismo significa um
enfraquecimento do marxismo. O número de pessoas que poderiam aderir ao
marxismo diminui, bem como a influência da teoria marxista, mesmo estando do
lado da verdade e da libertação humana. Isso é reforçado pela renúncia de
amplos setores da intelectualidade que não enfrentam e não desafiam as
concepções hegemônicas e os processos sociais e culturais associados a elas. O
moralismo subjetivista e seu tribunal inquisidor com seus “cancelamentos” é
suficiente para amedrontar muitos intelectuais e explicitar a covardia reinante
nos meios intelectuais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nesse contexto, alguns
recuam e se silenciam, outros fazem compromissos e tentam se aliar aos setores
hegemônicos (os setores neoliberais progressistas, pós-estruturalistas,
multiculturalistas, etc.), bem como ainda emergem aqueles que buscam mesclar o
seu pseudomarxismo com o subjetivismo, criando uma salada indigesta. Esse
processo de covardia ou omissão de uma grande parte da intelectualidade (o que
em muitos casos também está vinculado a interesses imediatos, ou seja, a carreirismo,
retorno financeiro, cargos, etc.), bem como a disseminação desses valores,
sentimentos, ideias e discursos no interior da juventude, faz com que o
marxismo fique numa situação de marginalização ainda mais profunda com o
desenvolvimento e fortalecimento do subjetivismo e do anti-humanismo. Isso é
reforçado pelos compromissos de grupos, organizações e partidos com setores
hegemônicos, aliados a um recuo do movimento operário, que se mantém nas
últimas décadas, em sua maioria, no nível das lutas cotidianas ou lutas mais
profundas esporádicas ou, ainda, se colocando junto com a multidão sem posição
de classe autônoma e independente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">No fim do túnel só se
vê escuridão. Os poucos marxistas autênticos resistentes ficam esperando uma
reemergência espontânea do movimento operário com lutas radicalizadas para
alterar esse quadro, enquanto que outros buscam intervir nessa realidade
através de uma luta cultural, de acordo com suas possibilidades, visando
fortalecer a tendência revolucionária no interior da sociedade capitalista, e
alguns unem as duas coisas. Nos setores ambíguos do bloco revolucionário, as
soluções são mais pobres: afirmar a impotência dos grupos revolucionários e
cruzar os braços esperando a “autonomia do movimento operário” emergir sem sua
intervenção, aderir ao voluntarismo e tentar “mudar o mundo” com ativismo
prático ou virtual, mesclar suas concepções (anarquismo, autonomismo,
situacionismo, etc.) com o subjetivismo e fugir do isolamento e conseguir
espaços (seja de forma consciente ou insciente, seja acompanhado de oportunismo
ou ingenuidade, etc.), fazer compromissos com ideologias, modismos,
organizações burocráticas, setores oportunistas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Porém, existe uma luz
no fim do túnel. A reemergência do movimento operário sob forma radicalizada
nas lutas de classes é uma tendência latente, pois não apenas a situação
financeira e a alienação são incentivos para isso, como também a
desestabilização e tendência de crise do regime de acumulação integral,
especialmente no período pós-pandemia. Outros setores da sociedade também podem
radicalizar suas lutas, como parte da juventude e do lumpemproletariado. A
sociedade contemporânea acumula males psíquicos, crescimento da pobreza, entre
diversas outras contradições sociais, que podem, a qualquer momento explodir.
Sem dúvida, o movimento operário pode ressurgir e hegemonizar esse processo,
possibilitando sair apenas das reivindicações e revoltas e colocar em evidência
o projeto revolucionário. Além disso, a mobilização de outros setores da
sociedade podem incentivar o proletariado a se autonomizar e se colocar como
classe autodeterminada. Os obstáculos ideológicos, como o subjetivismo e
anti-humanismo, tendem a se enfraquecer nesse contexto, mas, mesmo hoje, já
começa a se desgastar e perder espaço. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A luta cultural é outro
elemento fundamental e que já existe e atua, mas que precisa ser reforçada,
seja pela contribuição de novos setores da sociedade, seja pela tendência a
maior receptividade em momentos de desestabilização e, mais ainda, de crise (no
caso, do regime de acumulação, que pode e tende a se tornar uma crise do
capitalismo). Assim, os setores mais avançados, coerentes, organizados, do
bloco revolucionário devem, sem cair no voluntarismo e achar que isso é
suficiente e que vai promover uma revolução automaticamente, devem avançar na
luta cultural, tanto no plano teórico e mais aprofundado, quanto no plano da
produção artística, propaganda, etc. Se o resultado imediato disso é apenas
fortalecer o bloco revolucionário, já é um ganho que pode ser importante no
momento histórico seguinte, aumentando a força desse nas lutas posteriores. Se
o resultado imediato for além disso, melhor ainda. E o encontro dessa luta
cultural com a reemergência das lutas operárias significaria um momento de
retomada do marxismo e de ascensão das lutas sociais. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">E a luta cultural deve
trabalhar com a ideia de autonomização do proletariado, colocando a necessidade
de uma posição de classe autônoma, independente, fora da agenda burguesa e
conservadora e também da progressista e burocrática, incluindo a eleitoral.
Porém, também deve realizar o confronto com o subjetivismo e suas diversas
formas de manifestação, bem como, mais especificamente, com o anti-humanismo. O
combate ao anti-humanismo é de suma importância e se relaciona com a luta
contra outras ideologias, doutrinas e chavões hegemônicos na contemporaneidade.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A luta cultural, por
sua vez, deve ser acompanhada por intervenção direta nas lutas sociais em
geral, bem como por tentativas de aproximação com o proletariado, entre outras
ações complementares. Se a tendência latente de acirramento das lutas sociais
se efetiva, as lutas posteriores poderão avançar mais rápido nos setores mais
combativos do movimento operário e onde a luta cultural pela hegemonia
proletária tenha avançado mais e todos esses processos contribuem com uma
possível confluência entre bloco revolucionário (cujo setores “ambíguos” podem
abandonar a ambiguidade e assim contribuir mais efetivamente com o movimento
revolucionário) e proletariado. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Nesse contexto, a
crítica do anti-humanismo e do subjetivismo é fundamental e é parte da luta
cultural pela hegemonia proletária contra a hegemonia burguesa e burocrática. A
luz no fim do túnel aparece quando essa tendência latente se torna perceptível
e quando ela permite sair do imobilismo e conformismo no sentido de agir para
reforçar sua passagem para tendência manifesta e, posteriormente, sua
realização efetiva. O anti-humanismo não é apenas uma concepção falsa e
conformista, mas desumana. Seres humanos desumanizados não conseguem contribuir
com a luta pela libertação humana e por isso é necessário resgatar o humanismo
e combater o anti-humanismo, o que é parte desta luta mais geral, mas que é de
suma importância e que tem consequências sobre ela.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; margin: 12pt 0cm 6pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Referências<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><a name="_Hlk20727319"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">ALTHUSSER,
Louis. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Favor de Marx.</i> Rio de
Janeiro: Zahar, 1979.<o:p></o:p></span></a></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk20727319;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">DOSSE,
François. <i>História do Estruturalismo</i>. Vol. 2. O Canto do Cisne. Bauru:
Edusc, 2007.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri;">FROMM, Erich. O
Caráter Revolucionário. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">Marxismo e Autogestão</span></i><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;">, Ano 01,
Num. 02, jul./dez. 2014 </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: DE; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span lang="DE" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: DE; mso-fareast-font-family: Calibri;">MARX, Karl e ENGELS,
Friedrich. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">Manifesto
do Partido Comunista</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">. Petrópolis: Vozes, 1988.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; mso-hyphenate: none;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; mso-hyphenate: none;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">MARX</span><!--[if supportFields]><span
style='font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:
Calibri;mso-fareast-language:AR-SA'><span style='mso-element:field-begin'></span></span><span
lang=EN-US style='font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman","serif";
mso-fareast-font-family:Calibri;mso-ansi-language:EN-US;mso-fareast-language:
AR-SA'> XE "<i style='mso-bidi-font-style:normal'>Marx"</i> </span><![endif]--><!--[if supportFields]><span
style='font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:
Calibri;mso-fareast-language:AR-SA'><span style='mso-element:field-end'></span></span><![endif]--><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">, Karl; ENGELS</span><!--[if supportFields]><span style='font-size:12.0pt;
font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-language:AR-SA'><span style='mso-element:field-begin'></span></span><span
lang=EN-US style='font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman","serif";
mso-fareast-font-family:Calibri;mso-ansi-language:EN-US;mso-fareast-language:
AR-SA'> XE "<i style='mso-bidi-font-style:normal'>Engels"</i> </span><![endif]--><!--[if supportFields]><span
style='font-size:12.0pt;font-family:"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:
Calibri;mso-fareast-language:AR-SA'><span style='mso-element:field-end'></span></span><![endif]--><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">, Friedrich. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">A Ideologia Alemã (Feuerbach</span></i><!--[if supportFields]><i
style='mso-bidi-font-style:normal'><span style='font-size:12.0pt;font-family:
"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-language:
AR-SA'><span style='mso-element:field-begin'></span> XE "Feuerbach" </span></i><![endif]--><!--[if supportFields]><i
style='mso-bidi-font-style:normal'><span style='font-size:12.0pt;font-family:
"Times New Roman","serif";mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-language:
AR-SA'><span style='mso-element:field-end'></span></span></i><![endif]--><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;">).</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: AR-SA;"> 3ª Edição, São
Paulo: Ciências Humanas, 1982.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Lucida Sans Unicode"; mso-fareast-language: AR-SA; mso-font-kerning: .5pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Lucida Sans Unicode"; mso-fareast-language: AR-SA; mso-font-kerning: .5pt;">SARTRE, Jean-Paul. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Existencialismo é um Humanismo</i>. Col. Os Pensadores. 3ª edição, São Paulo:
Nova Cultural, 1987. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">TARDIEU, Serge. Crítica
ao Especifismo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Marxismo e Autogestão</i>,
Ano 01, Num. 02, jan./jun. de 2014.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: Calibri;">VIANA, Nildo. <i>Hegemonia Burguesa e Renovações
Hegemônicas</i>. Curitiba: CRV, 2019.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">VIANA, Nildo. O Manifesto Inaugural do
Materialismo Histórico. </span><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: ES;">In:
MARX, Karl e VIANA, Nildo. </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Introdução
à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel: O Manifesto Inaugural do
Materialismo Histórico</span></i><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%;">. Goiânia: Edições Redelp, 2020.</span><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: ES;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: Calibri;">VIANA, Nildo. <i>Universo
Psíquico e Reprodução do Capital.</i> Ensaios Freudo-Marxistas. São Paulo:
Escuta, 2008.<o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";">*</span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Professor da Faculdade de
Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade
Federal de Goiás; Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Impugnação, aqui, significa não
admitir uma determinada opinião ou concepção, promovendo sua censura e
condenação.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> O bloco revolucionário é
composto pelos setores mais organizados, conscientes e ativos que expressam os
interesses fundamentais do proletariado, o que significa que se materializa em
indivíduos, grupos, organizações, ideias, que são revolucionários, seja de
forma mais coerente ou ambígua.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Ou deveria ser, pois muitos
marxistas – enquanto indivíduos concretos – são perpassados por ambiguidades,
indecisões, avanços e recuos, influências diversas, determinada personalidade,
vínculos e valores contraditórios, etc. – e isso pode gerar ambiguidades e
limites intelectuais, valorativos, etc. Isso vale para o caso de determinados
marxistas, especialmente os representantes do marxismo ambíguo. <span style="color: red;"><o:p></o:p></span></span></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Mesmo as crianças que tem pais
adeptos do marxismo não se tornam imediatamente marxistas. A razão disso é que
o processo de socialização e desenvolvimento da consciência é complexo e possui
múltiplas determinações, sendo que, na sociedade capitalista, tudo aponta
(escola, meios oligopolistas de comunicação, a maioria esmagadora da população,
etc.) para uma concepção conservadora e não-marxista.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> Erich Fromm (2014) fez uma
reflexão sobre o que denominou “caráter rebelde” que ajuda a entender esta
afirmação. A respeito do “revoltado” não conhecemos nenhuma reflexão profunda
ao seu respeito.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="nrenf2"><a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/00%20Artigos%202022/O%20Marxismo%20Diante%20do%20Anti-Humanismo%20-%20Nildo%20Viana.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman","serif";"> A esse respeito é possível
consultar sua obra <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Favor de Marx</i>,
no qual ele critica o humanismo (ALTHUSSER, 1979).<o:p></o:p></span></p>
</div>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-83172708307187646392021-10-03T15:40:00.002-03:002021-10-03T15:40:53.457-03:00Marxismo e Psicanálise segundo Anton Pannekoek<p> <strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Marxismo e Psicanálise segundo Anton Pannekoek</strong></p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Anton Pannekoek foi um dos mais importantes pensadores marxistas do século 20. A sua contribuição para a teoria dos conselhos operários é inquestionável (PANNEKOEK, 1977; PANNEKOEK, 2012). A retomada do caráter revolucionário do pensamento marxista foi um de seus méritos e dos demais integrantes da corrente denominada comunismo de conselhos. Podemos dizer que o pensamento de Pannekoek se organiza a partir de dois aspectos fundamentais: um é a preocupação com a organização e a outra é a preocupação com a consciência no movimento revolucionário do proletariado. Pannekoek enfatizou a necessidade de consciência e organização por parte do proletariado e dedicou muitas páginas para trabalhar com esses elementos. No entanto, a interpretação autonomista do seu pensamento acabou evitando uma parte fundamental de sua concepção, a respeito da importância da consciência, e focalizou apenas a sua discussão sobre a organização, os conselhos operários (e a crítica das organizações burocráticas, tal como a sua crítica aos partidos e sindicatos).</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">O texto “<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Marxismo e Psicologia</em>”, um título problemático, já que o tema abordado por ele remete para uma discussão sobre a psicanálise e não psicologia, publicado em 1938, aponta para uma das reflexões de Pannekoek sobre a questão da consciência, embora não seja o seu foco e sim as posições de alguns “freudo-marxistas”. Esse texto é interessante por tocar numa questão fundamental, a relação entre marxismo e psicanálise. Por isso é importante a leitura e análise desse breve texto.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Não efetivaremos uma síntese do texto de Pannekoek, mas apenas apontaremos alguns pontos básicos para reflexões. O primeiro ponto é a motivação de Pannekoek para entrar na questão da relação entre marxismo e psicanálise. O segundo ponto é a interpretação que ele efetiva da psicanálise, o que está relacionado com o terceiro, que é sua posição diante do freudo-marxismo. O quarto e último ponto é a sua posição diante da relação entre marxismo e psicanálise.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">A principal motivação de Pannekoek em escrever tal texto remete, provavelmente, à repercussão das tentativas de aproximação entre marxismo e psicanálise no contexto dos anos 1930. Pannekoek cita, fundamentalmente, Reich e Osborn. Sem dúvida, a importância dessa aproximação ocorria não só por sua repercussão ideológica, mas também pelas iniciativas práticas, tal como o movimento Sexpol (movimento de política sexual), do qual Wilhelm Reich participou e foi um dos principais animadores, que existiu, inicialmente vinculado ao Partido Comunista Alemão, nos anos 1930. As publicações de Reich tinham um certo impacto em alguns setores da sociedade, bem como a ideia de um freudo-marxismo se expandiu nesse período, especialmente em alguns países, tal como na Alemanha. Sem dúvida, o lançamento do livro de Osborn (1966), <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Marx e Freud</em> (também publicado com o título “<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Marxismo e Psicanálise</em>”) foi uma das razões do breve texto de Pannekoek.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">A posição de Pannekoek diante da psicanálise se manifesta em sua reflexão sobre o freudo-marxismo. Como texto político, não há citações das obras, o que dificulta uma análise mais profunda sobre as fontes de Pannekoek. Não sabemos, por exemplo, se Pannekoek leu Freud ou se realizou sua interpretação a partir de obras de comentaristas. Ao que tudo indica, Pannekoek não leu Freud e sim se apoiou na apresentação do seu pensamento por Osborn (1966), tal como se vê na discussão sobre o superego. Se Pannekoek leu Freud, deve ter sido uma leitura circunstancial e sem maior aprofundamento, pois ele comete equívocos interpretativos (geralmente os mesmos de Osborn, o que reforça a hipótese de que ele se fundamenta nesse autor ao invés de uma leitura do fundador da psicanálise).</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Não cabe aqui comentar detalhadamente os equívocos interpretativos de Pannekoek a respeito de Freud (e nem dos seus acertos). É mais interessante discutir as suas reflexões sobre as questões psicanalíticas. Pannekoek afirma que o instinto de sobrevivência<a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftn1" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[1]</a> precisam de meios materiais de satisfação e que o instinto sexual, que ele denomina “necessidades que Freud chamou de libido”, pode ter suas exigências satisfeitas “através do mecanismo da sublimação, por meio da fantasia”. Ele não afirma que isso é uma concepção de Freud e tudo indica, apesar dele não deixar claro, é uma posição assumida por ele diante desse processo, que, como veremos a seguir, é um dos fundamentos de sua posição diante do freudo-marxismo. Porém, o equívoco está em pensar que as “necessidades sexuais” não satisfeitas possam ser, paradoxalmente, satisfeitas pela fantasia. A fantasia pode ser uma “satisfação substituta” e não uma satisfação do que fica insatisfeito, o que significa que o deslocamento não resolve o problema e por isso há o inconsciente e o “retorno do reprimido”. O que ocorre é a substituição da satisfação da necessidade sexual por uma outra satisfação, não-sexual, e por isso a insatisfação continua. Ela a substitui, mas não a satisfaz. Se houvesse a satisfação, os problemas enfrentados por Freud, tal como a neurose, não existiriam. Pannekoek não desenvolve e nem aprofunda essas reflexões, e se o fizesse teria que questionar a concepção freudiana (bem como as concepções psicanalíticas alternativas de Adler, Jung, Fromm e outros).</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Não poderemos aqui questionar suas afirmações sobre “superego”, “fase de homossexualidade”, “tipos de personalidade”, a sua confusão em torno dos desejos e superego e “irracionalidade”, entre outras. Vamos apenas colocar mais uma questão, sua acusação de simplificação por parte da psicanálise. É provável que Pannekoek retira tal ideia da “síntese” (problemática) de Osborn a respeito da psicanálise. Sem dúvida, em certas questões e passagens, Freud efetiva algumas simplificações, bem como não ultrapassa a episteme burguesa e efetiva um reducionismo. Porém, é preciso entender que o foco de Freud é o indivíduo e que ele elabora toda uma concepção complexa a respeito do universo psíquico (que ele denomina “aparelho psíquico”) e ultrapassa o nível individual em algumas obras. Porém, há ziguezagues na obra de Freud (é possível identificar três momentos, com alterações importantes no seu pensamento), bem como correções e aprofundamentos. Por outro lado, Pannekoek desconsidera os psicanalistas dissidentes (como Adler, Jung e outros), que apontam outros caminhos e explicações.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Pannekoek também aborda o freudo-marxismo. No texto, ele cita três autores considerados freudo-marxistas: Fromm, Reich e Osborn. Porém, o seu foco é claramente Osborn. Pannekoek efetiva uma crítica especialmente aos dois últimos. Fromm só aparece para apontar um aspecto do pensamento de Freud. Reich aparece um pouco mais e Osborn é o grande nome. Sem dúvida, seria fundamental ter abordado, para discutir a questão mais ampla do que a relação entre marxismo e psicanálise, que é a relação entre universo psíquico e sociedade, mais amplamente a contribuição de Fromm e talvez outros freudo-marxistas e psicanalistas. Porém, a crítica de Pannekoek a Osborn é acertada. O acerto de Pannekoek reside tanto na crítica do vínculo de Osborn com a concepção leninista-stalinista quanto sua reflexão sobre a psicanálise e sua suposta utilidade para o marxismo.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Porém, Pannekoek não avançou mais nessa crítica, talvez por não ter maior aprofundamento nas concepções psicanalíticas. Se houvesse, talvez poderia ter criticado vários pontos da interpretação de Osborn do pensamento de Freud e sua simplificação do mesmo. Por outro lado, no entanto, Pannekoek acerta ao criticar a relação estabelecida entre marxismo e psicanálise tendo por pressuposto a “dialética da natureza”, o que recorda a obra positivista de Engels (1986) e sua adoção e simplificação pelo stalinismo, gerando o fantasmagórico <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">diamat</em> (“materialismo dialético”). Essa dialética positivista não contribui para a compreensão da sociedade, do universo psíquico dos indivíduos, para suas relações, e, portanto, é apenas mais um obstáculo para o desenvolvimento da consciência humana que deve ser removido. As demais críticas de Pannekoek a Osborn são corretas, desde que não se confunda o que diz esse autor com a psicanálise e o freudo-marxismo em geral.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Sem dúvida, Pannekoek poderia ter avançado para uma crítica do freudo-marxismo de Wilhelm Reich. Este autor era mais freudiano do que marxista, não apenas através da primazia da psicanálise freudiana sobre o marxismo, mas também por reproduzir o materialismo mecanicista, bem como suas confusões na análise da família, do fascismo, entre outras<a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftn2" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[2]</a>. Essa outra manifestação do freudo-marxismo, no entanto, é mais profunda e útil do que a de Osborn. Por outro lado, Fromm e outros freudo-marxistas, que estabeleceram outras interpretações, bem como relações, entre marxismo e psicanálise, seriam importantes e permitiriam um maior avanço nessa discussão.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">O último aspecto do texto de Pannekoek que queremos destacar é sua posição diante da relação entre marxismo e psicanálise, o que remete para a questão da relação entre o indivíduo e seu universo psíquico e a sociedade. A crítica de Pannekoek a Osborn tem muitos acertos, mas termina por ser problemático a sua limitação a esse que é, provavelmente, o pior dos freudo-marxistas. Pannekoek observa, acertadamente, que é necessário ao invés de usar a psicanálise para reproduzir a propaganda burguesa e usar suas estratégias, apontar para a autonomização do proletariado. A ideia de “politizar a vida privada” e as pseudossoluções das satisfações substitutas não possuem nada de revolucionário e o exemplo com o qual ele termina, <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Kraft durch Freude</em> (<em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Força pela Alegria</em>, organização nazista voltada para o lazer) é revelador do caráter burguês e reacionário dos adeptos da “revoluções individuais” e “liberação de subjetividades” no interior do capitalismo.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Ao mesmo tempo Pannekoek coloca a questão da criança e do adulto, retirando a ênfase psicanalítica na infância. E sua ironia é digna de gargalhada: “a conclusão lógica seria que primeiro devemos reformar a família ou, em outras palavras, que devemos revolucionar o jardim de infância para realizar uma revolução social”. De certo modo, Pannekoek tem razão, mas a desconsideração pelos processos de socialização, a formação psíquica das crianças, é problemática<a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftn3" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[3]</a>. Otto Rühle (2021) foi mais profundo nessa questão. A sua crítica na ênfase excessiva na sexualidade também é correta (e isso se aplica a Reich também). Porém, a sua fundamentação da crítica deixa a desejar. A sua contraposição entre instinto de sobrevivência e instinto sexual, sem usar essa terminologia, aponta para a percepção correta de que a sexualidade e as reivindicações em sua relação podem ser atendidas ou substituídas na sociedade capitalista. Ela não é geradora de revolução, como supôs Reich. Porém, ao colocar que o “impulso da fome” remete a uma maior influência no sentido de reforçar o processo revolucionário, acaba simplificando a questão. Assim se perde de vista a complexidade dos seres humanos, bem como deixar a revolução na dependência de uma tal carência, a fome, sob forma coletiva, significa colocar a probabilidade de sua ocorrência diminuir drasticamente. Além disso, a fome não é suficiente para desencadear uma revolução, apesar de que a posição de Pannekoek não se reduz a isso, mas a formulação acabou empobrecendo a discussão, mesmo nos limites que ele coloca – e certamente hipotético – que é tomando por base a concepção simplificadora dos impulsos e numa divisão formal da vida emocional do ser humano.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">O que podemos perceber no texto do Pannekoek é uma limitação discursiva por se orientar pelo discurso psicanalítico (e, pior ainda, empobrecido por Osborn) e pelo seu objetivo de refutação das teses e conclusões de determinados autores. Ao enfatizar a refutação de Osborn e sua psicanálise simplificadora – o que torna os problemas realmente existentes na psicanálise freudiana ainda mais graves – acabou exagerando suas posições, que também acabaram se tornando simplificadoras. Obviamente que é equivocado pensar que “a verdadeira revolução das massas deve se preocupar principalmente com a superestrutura ideológica da sociedade”<a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftn4" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[4]</a> e podemos concordar com a afirmação de que a concepção segundo a qual “o principal esforço deve ser colocado na agitação na esfera da superestrutura” significa “convidar a uma disputa com moinhos de vento”. Porém, ao contestar o “superestruturalismo”, corre-se o risco de cair no economicismo. Assim, é preciso recordar que a luta de classes está em todos os lugares (KORSCH, 1973), inclusive nas formas sociais (“superestrutura”), e que esta tem uma função fundamental na reprodução da sociedade capitalista e, por conseguinte, é um lugar de luta e atuação. A relação entre modo de produção e formas sociais também precisaria ser efetivada e como esses processos estão entrelaçados num processo revolucionário. Assim, Pannekoek, ao combater corretamente a ênfase unilateral na “superestrutura”, acabou caindo, pelo menos pela forma que aparece no texto, no erro oposto, que foi a ênfase unilateral na “relação econômica”.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Em síntese, a abordagem da psicanálise por Pannekoek padece de uma compreensão mais profunda da mesma e isso gera sua crítica mais geral e que se desdobra na crítica do freudo-marxismo, em sua versão mais problemática e simplificada, pois aliada ao leninismo. Da sua recusa da psicanálise e freudo-marxismo, também decorre uma concepção limitada da relação entre universo psíquico e sociedade. Nesse sentido, o texto de Pannekoek é uma boa contribuição para a crítica de um freudo-marxismo limitado e ideológico, bem como de sua versão empobrecida da psicanálise, mas é preciso que se veja também que ela tem limites, que se manifestam na confusão entre a versão e a verdade<a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftn5" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[5]</a>.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">Ou, em outras palavras, a crítica de Pannekoek é interessante e em muitos aspectos acertadas, mas no que se refere a uma versão simplificada da psicanálise e freudo-marxismo e não no que se refere a estas concepções em sua complexidade. Isso gera um problema derivado que é a posição diante da realidade, mas que é compreensível no contexto da discussão, embora não seja aceitável e que é necessário senso crítico para perceber isso e avançar na reflexão sobre o processo da luta de classes e da luta pela transformação radical e total das relações sociais.</p><p class="has-text-align-center" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: center; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Referências</strong></p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">ENGELS, Friedrich. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A Dialética da Natureza</em>. 4<sup style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: 0.625rem; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px;">a</sup> edição, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.<br />KORSCH, Karl. El Joven Marx como Filósofo Activista. In: SUBIRATS, E. (org.). <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Karl Korsch o el Nacimiento de uma Nueva Época</em>. Barcelona: Anagrama, 1973.<br />OSBORN, Reuben. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Psicanálise e Marxismo.</em> Rio de Janeiro: Zahar, 1966.<br />PANNEKOEK, Anton. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Los Consejos Obreros</em>. Madrid: Zero, 1977.<br />PANNEKOEK, Anton. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Partidos, Sindicatos e Conselhos Operários</em>. Rio de Janeiro: Rizoma, 2012.<br />REICH, Wilhelm. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A Revolução Sexual</em>. 8ª edição, Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.<br />REICH, Wilhelm. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O Que é a Consciência de Classe</em>? Lisboa: Textos Exemplares, 1976.<br />REICH, Wilhelm. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Psicanálise de Massas do Fascismo</em>. 2ª edição, São Paulo: Martins Fontes, 1988.<br />RÜHLE, Otto. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A Mente da Criança Proletária</em>. Goiânia: Edições Redelp, 2021.<br />SARTRE, Jean-Paul. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Questão de Método</em>. São Paulo: Difel, 1968.<br />VIANA, Nildo. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas</em>. Curitiba: CRV, 2019.<br />VIANA, Nildo. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O Modo de Pensar Burguês</em>. Episteme Burguesa e Episteme Marxista. Curitiba: CRV, 2018.<br />VIANA, Nildo. <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Universo Psíquico e Reprodução do Capital</em>. Ensaios Freudo-Marxistas. São Paulo: Escuta, 2008.</p><hr class="wp-block-separator" style="background-color: white; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftnref1" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[1]</a> Pannekoek coloca “impulso de autopreservação” e não entraremos aqui na polêmica da tradução mais fidedigna dos termos usados por Freud, entre os quais o debate se são “instintos” ou “pulsões” – ou, ainda, impulsos –, pois consideramos que instintos é mais adequado e nos posicionamos a favor dos que defendem tal concepção.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftnref2" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[2]</a> As análises mecanicistas de Reich podem ser vistas em obras como <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Psicologia de Massas do Fascismo</em> e <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O que é Consciência de Classe?</em> (REICH, 1976; REICH, 1988). Isso não retira alguns méritos de algumas de suas reflexões, tal como a crítica da contrarrevolução na Rússia em sua obra <em style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A Revolução Sexual</em> (REICH, 1988).</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftnref3" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[3]</a> E, nos casos individuais, não é possível desconsiderar a importância da infância, embora ela seja relativa dependendo dos indivíduos concretos. Não foi sem motivo que Sartre (1968) ironiza os marxistas que consideram que o indivíduo só passaria a existir quando recebia o seu primeiro salário. E tal importância pode ser coletiva, quando atinge determinada geração, possuindo efeitos posteriores, entre outros processos. Claro que isso é diferente da posição de Osborn e não é disso que Pannekoek está tratando mais exatamente, embora a sua posição necessitaria ampliar a reflexão, o que poderia mudar a consideração efetivada por ele.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftnref4" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[4]</a> Pannekoek reproduz nesse texto algo bastante comum em suas obras, que é a imprecisão terminológica. E no próprio texto a palavra ideologia aparece com mais de um sentido, tendo inclusive uma breve referência à ideia de “falsa consciência”, ao mesmo tempo que usa o termo no sentido amplo (e próximo de cultura) ao falar de “superestrutura ideológica”.</p><p class="texto-justificado" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><a href="https://criticadesapiedada.com.br/2020/11/09/marxismo-e-psicologia-anton-pannekoek/#_ftnref5" style="border: 0px; color: #e64946; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: 600; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">[5]</a> A questão do inconsciente coletivo, dos sentimentos, entre outros processos psíquicos, são fundamentais para entender a dinâmica da luta de classes na sociedade capitalista, inclusive como a classe dominante manipula e consegue canalizar a insatisfação para processos que permitem a sua reprodução, bem como é fundamental entender a força da mentalidade burguesa (VIANA, 2008) e da episteme burguesa (VIANA, 2018; 2019). A revolução proletária, ao contrário de todas as revoluções anteriores, pressupõe um processo de autoconsciência, cujo auge será no processo revolucionário, mas que precisa de elementos antecedentes para atingi-lo.</p><p class="has-text-align-right" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Nildo Viana, outubro de 2020.</strong></p><p class="has-text-align-right" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></strong></p><p class="has-text-align-right" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O texto de Pannekoek pode ser acessado neste link:</strong></p><p class="has-text-align-right" style="background-color: white; border: 0px; font-family: "Open Sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: inherit; margin: 0px 0px 1.25rem; padding: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;"><strong style="border: 0px; font-family: inherit; font-size: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></strong></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2853066084626329497.post-45008310501758132152021-10-03T14:54:00.004-03:002021-10-03T14:54:31.184-03:00Introdução ao texto de Pannekoek sobre Marxismo e Psicanálise (em Russo)<p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 15.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: center;"><b><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 22.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Нильдо Виана: комментарий к статье
Антона Паннекука "Марксизм и психология"<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 15.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 22.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Антон Паннекук был одним из самых важных марксистских мыслителей 19
века. Его вклад в теорию рабочих советов неоспорим. Возрождение революционного
характера марксистской мысли было одной из его заслуг и заслуг других
активистов течения, называемого Коммунизмом рабочих Советов.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Можно сказать, что мысль Паннекука состоит из двух фундаментальных
аспектов: первый - забота об организации, второй - забота о сознании в
революционном движении пролетариата. Паннекук подчеркивал необходимость
развития сознания и организации пролетариата и посвятил много страниц работе с
этими элементами. Однако автономистская <i>(имеются в виду сторонники
рабочей автономии - независимого от партий и профсоюзов движения работников,
основанного на власти рабочих собраний и полностью подконтрольных собраниям
Советов - прим.)</i> интерпретация его мысли в итоге обошла стороной
фундаментальную часть его концепции, касающуюся важности сознания, и
сосредоточилась только на обсуждении организации, рабочих советов (и критике
бюрократических организаций, например, критике партий и профсоюзов).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Текст "Марксизм и психология", проблематичное название,
поскольку тема, которой он посвящен, относится к обсуждению психоанализа, а не
психологии. Этот текст, опубликованный в 1938 году, указывает на одно из направлений
размышлений Паннекука по вопросу сознания, хотя это не его фокус, а скорее
позиции некоторых "фрейдо-марксистов". Этот текст интересен тем, что
затрагивает фундаментальный вопрос - взаимоотношения между марксизмом и
психоанализом. Именно поэтому важно прочитать и проанализировать этот короткий
текст.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Мы не будем делать синтез текста Паннекука, а лишь укажем на некоторые
основные моменты для размышления.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Первый момент - это мотивация Паннекука для того, чтобы войти в
обсуждение вопроса о взаимоотношениях между марксизмом и психоанализом. Второй
момент - это его интерпретация психоанализа, которая связана с третьим моментом
- его позицией в отношении фрейдо-марксизма. Четвертый и последний пункт - это
его позиция по вопросу отношений между марксизмом и психоанализом.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Основная мотивация Паннекука при написании такого текста, вероятно,
связана с последствиями попыток сближения марксизма и психоанализа в контексте
1930-х годов. Паннекук цитирует, в основном, Райха и Осборна. Несомненно,
важность этого сближения имела место не только из-за его идеологических
последствий, но и из-за практических инициатив, таких как движение Sexpol
(движение сексуальной политики), в котором Вильгельм Райх участвовал и где он
был одним из главных инициаторов. Это движение было первоначально связано с
Коммунистической партией Германии, в 1930-х годах.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Публикации Райха оказали определенное влияние на некоторые слои
общества, и в этот период идея фрейдо-марксизма получила распространение,
особенно в некоторых странах, например, в Германии. Безусловно, публикация
книги Осборна "Маркс и Фрейд" (также изданной под названием
"Марксизм и психоанализ") стала одной из причин появления краткого
текста Паннекоека. Позиция Паннекука по отношению к психоанализу проявляется в
его размышлениях о фрейдо-марксизме. Как и положено политическому тексту, в нем
нет ссылок на работы, что затрудняет более глубокий анализ источников
Паннекука. Мы не знаем, например, читал ли Паннекок Фрейда, или он проводил
свою интерпретацию на основе работ комментаторов. Похоже, что Паннекок не читал
Фрейда, а полагался на изложение его мысли Осборном, как это видно из
обсуждения Супер-эго.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Если Паннекок и читал Фрейда, то это, вероятно, было косвенное чтение и
без дальнейшего углубления, поскольку он допускает интерпретационные ошибки
(обычно те же, что и у Осборна, что подкрепляет гипотезу о том, что он
опирается на этого автора, а не на чтение самого основателя психоанализа,
Фрейда).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Здесь не место подробно комментировать интерпретационные заблуждения
Паннекука относительно Фрейда (равно как и его правоту). Интереснее обсудить
его размышления по психоаналитическим вопросам. Паннекук утверждает, что
инстинкт выживания нуждается в материальных средствах удовлетворения, а
сексуальный инстинкт, который он называет "потребностями" (Фрейд
называл его "либидо"), может удовлетворить свои потребности
"через механизм сублимации, через фантазию". Паннекук не утверждает,
что это концепция Фрейда, и все указывает на то, что это позиция, занятая им
самим ранее, является одним из оснований его позиции до фрейдо-марксизма.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Однако ошибка <i>(Паннекука - прим.)</i> заключается в том,
что по его мнению, неудовлетворенные "сексуальные потребности" могут
быть, как это ни парадоксально, удовлетворены фантазией. В действительности,
фантазия может быть лишь "замещающим удовлетворением", а не
удовлетворением того, что остается неудовлетворенным. Сказанное означает, что
вытеснение не решает проблему. Именно поэтому существует бессознательное и
"возвращение подавленного". Происходит замена удовлетворения сексуальной
потребности на другое удовлетворение, несексуальное, и таким образом
неудовлетворенность продолжается. Замена заменяет, но не удовлетворяет желание.
Если бы было удовлетворение, то проблемы, с которыми столкнулся Фрейд, такие
как невроз, не существовали бы.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Паннекук не развивает и не углубляет эти размышления, а если бы он это
сделал, ему пришлось бы поставить под сомнение фрейдистскую концепцию (а также
альтернативные психоаналитические концепции Адлера, Юнга, Фромма и других). Мы
не сможем ставить здесь под сомнение его высказывания о "Супер-эго",
"фазе гомосексуальности", "типах личности", его путаницу
вокруг желаний и Супер-эго, "иррациональности" и др. Зададимся одним
вопросом - обвинением в упрощении психоанализа.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Вполне вероятно, что Паннекук черпает свои представления о нем из
(проблематичного) "синтеза" Осборна относительно психоанализа.
Несомненно, в некоторых вопросах и отрывках Фрейд действительно делает
некоторые упрощения. Однако необходимо понимать, что в центре внимания Фрейда
находится индивид и что он разрабатывает сложную концепцию о психическом
универсуме (который он называет "психическим аппаратом") и в
некоторых работах Фрейд выходит за пределы индивидуального уровня. В работе
Фрейда есть зигзаги (можно выделить три момента с важными изменениями в его
мышлении), а также исправления и углубления. С другой стороны, Паннекук
игнорирует инакомыслящих психоаналитиков (таких как Адлер, Юнг и другие),
которые указывают на другие пути и объяснения.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Паннекук также обсуждает фрейдо-марксизм. В тексте он цитирует трех
авторов, которые считаются фрейдо-марксистами: Фромма, Райха и Осборна. Однако
основное внимание он уделяет Осборну. Паннекук особенно критикует двух
последних. Фромм, похоже, указывает только на один аспект мысли Фрейда. Райх
фигурирует чуть больше, а Осборн - самое громкое имя. Несомненно, было бы важно
рассмотреть более широкий вопрос, чем отношения между марксизмом и
психоанализом, а именно отношения между психической вселенной и обществом,
более подробно обсудить вклад Фромма и, возможно, других фрейдо-марксистов и
психоаналитиков.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Тем не менее, критика Паннекука в адрес Осборна точна. Правота Паннекука
заключается как в его критике привязанности Осборна к ленинско-сталинской
концепции, так и в его размышлениях о психоанализе и его предполагаемой
полезности для марксизма.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Однако Паннекок не продвинулся дальше в этой критике, возможно, потому,
что у него не было более глубокого понимания психоаналитических концепций. Если
бы оно было, то, возможно, Паннекук смог бы подвергнуть критике некоторые
моменты интерпретации Осборном мысли Фрейда и ее упрощения.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">С другой стороны, Паннекок прав, когда критикует связь, установленную
между марксизмом и психоанализом, имея в качестве предпосылки "Диалектику
природы", которая напоминает нам позитивистскую работу Энгельса и ее
принятие и упрощение сталинизмом, породившее фантасмагорический диамат
("диалектический материализм"). Эта позитивистская диалектика не
способствует пониманию общества, психического мира индивидов, их взаимоотношений,
и поэтому является еще одним препятствием на пути развития человеческого
сознания, препятствием, которое должно быть устранено.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Другие критические замечания Паннекука в адрес Осборна верны, если
только не путать то, что говорит этот автор, с психоанализом и
фрейдо-марксизмом в целом.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Несомненно, Паннекок мог бы перейти к критике фрейдистско-марксистской
концепции Вильгельма Райха. Этот автор был больше фрейдистом, чем марксистом,
не только благодаря примату фрейдистского психоанализа над марксизмом, но и потому,
что воспроизводих механистический материализм, а также путаницу в анализе
семьи, фашизма и др. Это - другое проявление фрейдо-марксизма, однако, оно
является более глубоким и полезным, чем у Осборна.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">С другой стороны, Фромм и другие фрейдо-марксисты, которые предлагали
другие интерпретации, а также, другие отношения между марксизмом и
психоанализом, были бы важны и позволили бы продвинуться дальше в этой
дискуссии. Последний аспект текста Паннекука, который мы хотим подчеркнуть, это
его позиция касательно отношений между марксизмом и психоанализом, которая
связана с вопросом об отношениях между психической вселенной индивида и
обществом.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Критика Паннекука в адрес Осборна наносит по оппоненту много ударов, но
в конечном итоге она оказывается проблематичной в том, что ограничивается,
вероятно, худшим из фрейдо-марксистов.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Паннекук справедливо отмечает, что вместо того, чтобы использовать
психоанализ для воспроизведения буржуазной пропаганды и использования ее
стратегий, необходимо стремиться к автономизации пролетариата. Идея
"политизации частной жизни" и псевдорешений - замещающих
удовлетворений - не имеют в себе ничего революционного, а пример, которым он
заканчивает, Kraft durch Freude (Сила для радости, нацистская организация,
ориентированная на досуг), показывает буржуазный и реакционный характер
приверженцев "индивидуальных революций" и "освобождения
субъективности" в рамках капитализма.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">В то же время Паннекук поднимает вопрос о ребенке и взрослом, снимая
психоаналитический акцент на детстве. И его ирония смехотворна:
"Логическим выводом будет то, что мы должны сначала реформировать семью
или, другими словами, что мы должны революционизировать детский сад, чтобы
совершить социальную революцию". В каком-то смысле Паннекук прав, но
игнорирование процессов социализации, формирования психики детей,
проблематично. Отто Рюле углубился в этот вопрос. Его критика в отношении
чрезмерного акцента на сексуальности также верна (и это относится и к Райху).
Однако его аргументация критики оставляет желать лучшего.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Его <i>(Паннекука - прим.)</i> противопоставление инстинкта
выживания и сексуального инстинкта (без использования этой терминологии)
указывает на правильное восприятие того, что сексуальность и требования в ее
отношении могут быть удовлетворены или замещены в капиталистическом обществе.
Это удовлетворение<i> (сексуального импульса - прим.)</i> не является
революционным, в отличие от того, что предполагал Райх.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Однако, утверждая, что "импульс голода" имеет большее влияние
в смысле усиления революционного процесса, Паннекук в итоге упрощает вопрос.
Здесь упускается из виду сложность человеческого существа, а также революция
ставится в зависимость от такого явления, как коллективный голод. Это означало
бы резкое снижение вероятности возникновения революции. Более того, голода недостаточно,
чтобы вызвать революцию. Хотя позиция Паннекука не сводится к этому, но
формулировка в итоге обедняет дискуссию, даже в тех пределах, которые он
ставит. Его формулировка основана на упрощающей концепции импульсов и на
формальном разделении эмоциональной жизни человеческих существ.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Что мы можем заметить в тексте Паннекоека, так это дискурсивное
ограничение, связанное с тем, что он руководствуется психоаналитическим
дискурсом (и, что еще хуже, обедненным Осборном) и его целью является
опровержение тезисов и выводов определенных авторов. Делая акцент на
опровержении Осборна и его упрощении психоанализа, Паннекук в итоге становятся
на путь упрощения. Очевидно, что ошибочно думать, будто "настоящая
революция масс должна быть в первую очередь связана с идеологической
надстройкой общества", и мы можем согласиться с утверждением Паннекука,
что концепция, согласно которой "основные усилия должны быть направлены на
агитацию в сфере надстройки", означает "приглашение к борьбе с
ветряными мельницами". Однако, оспаривая "надстройку", человек
рискует впасть в экономизм. Таким образом, необходимо помнить, что классовая
борьба идет везде (KORSCH, 1973), в том числе и в социальных формах
("надстройке"), и что последняя имеет фундаментальную функцию в
воспроизводстве капиталистического общества и поэтому является местом борьбы и
действия. Необходимо было бы также проследить взаимосвязь между способом
производства и социальными формами, и тем, как эти вещи переплетаются в
революционном процессе.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Таким образом, Паннекок, правильно противодействуя одностороннему
акценту на "надстройке", в итоге впал, по крайней мере, в том виде, в
котором его взгляды представлены в тексте, в противоположную ошибку - в
односторонний акцент на "экономических отношениях". В целом, подход
Паннекука к психоанализу лишен более глубокого понимания, и это порождает его
более общую критику, которая разворачивается в атаке на фрейдо-марксизм, в его
наиболее проблематичной и упрощенной версии, как на союзника ленинизма.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Из его неприятия психоанализа и фрейдо-марксизма также вытекает ограниченная
концепция отношений между психической вселенной и обществом. В этом смысле
текст Паннекука является хорошим вкладом в критику ограниченного и
идеологического фрейдо-марксизма, а также его обедненной версии психоанализа,
но нужно также видеть, что у Паннекука есть ограничения, которые проявляются в
путанице между версией и истиной.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Или, другими словами, критика Паннекука интересна и во многом верна, но
в отношении упрощенных версий психоанализа и фрейдо-марксизма, а не в отношении
этих концепций во всей их сложности. Это порождает производную проблему,
которая понятна в контексте дискуссии. Необходимо критическое чувство, чтобы
осознать это и продвигаться дальше в размышлениях о процессе классовой борьбы и
борьбы за радикальное и полное преобразование социальных отношений.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;"><i><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Нильдо Виана, октябрь 2020</span></i><span style="color: #333333; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><br /><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0