JUNG
E A INDIVIDUAÇÃO
Nildo Viana*
Resumo: O presente
artigo apresenta uma análise da concepção junguiana sobre o desenvolvimento da
personalidade e uma breve consideração sobre esse processo e a formação social
do indivíduo tal como é entendido por outros autores. Assim, após uma síntese
da concepção de Carl Gustav Jung, que remete ao problema da individuação, a
comparamos com a concepção oriunda da sociologia e outras abordagens que tratam
do fenômeno da socialização. Disso resulta uma perspectiva crítica da análise
junguiana, sem descartar o conjunto de suas contribuições. O maior problema da
análise de Jung é, simultaneamente, o seu grande mérito: a análise da mente
como totalidade psíquica. Essa concepção tem como problema a autonomização da
psique humana, o que a desliga do social, sendo este o determinante da mente
humana. O mérito foi ter focalizado o universo psíquico do ser humano, desde
que entendamos não como ele o fez, como autonomização, e sim como foco. Desta
forma, compreendendo como foco e não autonomia, podemos usar a concepção junguiana
para compreender o fenômeno psíquico.
Palavras-chave: Jung,
Individuação, Socialização, Mente, Personalidade.
A obra de Carl
Gustav Jung é uma das mais importantes no interior da psicanálise. A
psicanálise, fundada por Freud, teve um desenvolvimento que promoveu algumas
cisões internas, sendo que a cisão de Adler foi a primeira que gerou forte
impacto e toda uma corrente psicanalítica distinta da freudiana e a de Jung, a
segunda que gerou uma nova tendência no interior da psicanálise[i]. Após a colaboração com
Freud e o rompimento, Jung desenvolve uma nova concepção psicanalítica que
abrange um grande número de teses, termos, temas. No interior da vasta produção
intelectual de Jung escolhemos o tema da individuação, não só por considerar
que é um tema fundamental para a psicanálise, mas também por ser uma questão
central no pensamento junguiano.
No curto espaço
que temos para desenvolver a nossa análise da concepção junguiana, teremos que
ser sintéticos e nos limitarmos aos aspectos essenciais. O presente artigo é
composto por duas partes: uma que visa expor a concepção junguiana e outra que
visa refletir sobre ela. Após uma breve síntese da análise junguiana da
individuação, trabalhando com sua terminologia e explicação do desenvolvimento
da personalidade, passaremos para uma análise crítica da mesma, explicitando
elementos para uma psicanálise orientada criticamente e tendo a sociedade como
pressuposto, ou seja, abordando o processo de individuação e desenvolvimento da
personalidade no interior do conjunto das relações sociais. Esse último
procedimento tem como principal aspecto o reencontro entre individuação e
socialização, o indivíduo e a sociedade.
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Abstract: This article
presents an analysis of the Jungian conception about the development of
personality and a brief consideration about this process and the social
formation of the individual as understood by other authors. Thus, after a
synthesis of the conception of Carl Gustav Jung, which refers to the problem of
individuation, we compare it with the conception coming from sociology and
other approaches that deal with the phenomenon of socialization. This results
in a critical perspective of the Jungian analysis, without discarding the set
of its contributions. The major problem of Jung's analysis is, at the same
time, his great merit: the analysis of the mind as a psychic totality. This
conception has as its problem the autonomization of the human psyche, which
disconnects it from the social, which is the determinant of the human mind. The
merit was to have focused the psychic universe of the human being, provided we
understand not how he did it, as autonomization, but as focus. In this way,
understanding as focus and not autonomy, we can use the Jungian conception to
understand the psychic phenomenon.
Keywords: Jung,
Individuation, Socialization, Mind, Personality.
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