DADOS DO LIVRO:
PINTO, Tales S. Gestão Operária e Revolução Portuguesa. Goiânia: Editora da UFG, 2016.
PINTO, Tales S. Gestão Operária e Revolução Portuguesa. Goiânia: Editora da UFG, 2016.
"Gestão
operária na revolução portuguesa" é o título do livro que a Editora da
UFG acaba de lançar. Trata-se da versão da dissertação de mestrado de
Tales dos Santos Pinto, defendida no PPGH, e que em 2015 foi um dos
trabalhos vencedores do Prêmio Expressão Acadêmica da EdUFG.
Auto-organização e hetero-organização. Os dois conceitos presentes no subtítulo do livro expressam bem as tensões presentes na Revolução
Portuguesa (1974-1975) – a também chamada Revolução dos Cravos –, no
que se refere à organização dos trabalhadores urbanos das pequenas e
médias empresas em seus locais de trabalho. Em um dos pólos da tensão, temos a erupção autônoma de comissões de trabalhadores nas empresas, que da auto-organização das lutas passaram à auto-organização da produção em diversas empresas. Tal prática de gestão operária teve de enfrentar diversas pressões, tanto dos capitalistas privados quanto do Estado. No outro polo, a hetero-organização de algumas empresas, ao se sujeitarem principalmente ao cooperativismo, como forma de adequação a exigências institucionais para a continuidade de suas atividades produtivas. Nas páginas deste livro é possível perceber que, ao engendrar suas lutas, os trabalhadores desenvolveram uma consciência de classe a partir da prática
– inicialmente espontânea, e não decorrente das difusões ideológicas
partidárias –, identificando seus inimigos, pautando-se por uma
organização mais igualitária da produção, constituindo uma nova disciplina de trabalho e alterando as relações de poder no interior das empresas.
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