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Leia abaixo introdução do livro, resenhas e textos:
INTRODUÇÃO
O presente livro aborda a
temática das representações cotidianas. A emergência, desenvolvimento e
abordagem de determinados termos (científicos, filosóficos, teóricos, etc.) são
produtos sociais e envolvidos nas lutas sociais, bem como as opções que os
indivíduos assumem no uso ou determinado tipo de uso destes termos. Os termos
senso comum e representações sociais se referem a uma determinada realidade,
que, no entanto, como em toda ideologia, é invertida, aparece, como já dizia
Marx, de “cabeça para baixo”. É por este motivo que preferimos trabalhar com o
conceito de representações cotidianas. Mas a escolha de um conceito ao invés de
trabalhar com outros pretensos conceitos existentes e dominantes requer uma
justificativa. É por isto que iremos seguir a seguinte forma de exposição: iniciaremos
com uma crítica do termo senso comum, passando posteriormente para uma crítica
do termo representações sociais e finalizaremos com uma exposição e defesa do
conceito de representações cotidianas.
Assim, no capítulo 01,
iremos apresentar uma discussão histórica e teórica a respeito do termo senso
comum. Suas raízes sociais serão explicitadas, bem como das mudanças de enfoque
e abordagem que recebeu, e seus limites serão expostos. O mesmo procedimento
será realizado no capítulo 02, dedicado à abordagem das representações sociais.
Após mostrar que ambos os termos são produtos de um discurso ideológico, que
expressam interesses de classe e revelam os valores dominantes, além de, devido
a isto, não dar conta da realidade, iremos buscar resgatar em Marx e alguns
pensadores que se inspiraram nele, uma concepção de representações cotidianas,
isto é, um conceito que apresente a realidade do que se chama “cultura
popular”, “saber comum”, “saber popular”, “conhecimento comum”, “senso comum”,
“representações sociais”, etc., sem deformá-la, sem colocá-la “de cabeça para
baixo”, tal como no mundo ideológico.
A referência fundamental
aqui é Marx. A sua contribuição teórica e metodológica é fundamental. Além
disso, ele mesmo fez referências ao problema das representações e apresentou um
esboço de análise das representações que denominamos cotidianas, por motivos
que mais adiante serão explicitados e que o próprio Marx apontou. Marx ao
tratar das representações, das representações ilusórias ou reais, bem como ao
colocar a questão das “concepções cotidianas”, abriu o caminho para a
elaboração de uma teoria das representações cotidianas. Bloch, Gramsci, Sorel,
Korsch, entre outros, ao lado daqueles que contribuem com a discussão de termos
como os de cotidiano, são aqui resgatados para elaborarmos uma teoria marxista
das representações cotidianas.
Assim, após uma reflexão
crítica sobre os termos senso comum e representações sociais, iremos apresentar
um esboço de uma teoria das representações cotidianas a partir da contribuição
de Marx e outros pensadores. Obviamente que este estudo poderá servir de ponto
de partida para diversas pesquisas sobre as mais variadas formas de
representações cotidianas e contribuir para uma análise mais crítica da cultura
e de algumas abordagens existentes. Um ponto de partida que poderá ser
enriquecido com novas contribuições que posteriormente poderão surgir.
RESENHAS E TEXTOS RELACIONADOS:
Resenha - Paulo Cardinale
Resenha - Hugo Leonardo Cassimiro
Representações Cotidianas: Uma proposta de apreensão de valores sociais na vertente marxista de produção de conhecimento - Cássia Soares
Imaginário e Ideologia - As ilusões nas representações cotidianas e no pensamento complexo - Nildo Viana
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