A emergência do racismo voltado contra os negros ocorre com a sociedade capitalista. O vínculo entre racismo e capitalismo data do surgimento do modo de produção capitalista, de forma incipiente e apoiado sob o desenvolvimento do capital comercial, que gerava o predomínio do capital manufatureiro, e a expansão comercial e tráfico negreiro que abriu o caminho para práticas de exploração e opressão racial, que era justificada por ideologias diversas.
Uma vez superada esta fase do capitalismo e abolindo o modo de produção escravista colonial em determinados países, temos a manutenção do racismo através de práticas e discursos discriminatórios que permanecerão até os dias de hoje, com variações dependendo do pais, época e contexto, sendo mais ou menos intenso.
A relação entre divisão de classes e divisão de raças (brancos e negros, no caso em questão) permanece e novas ideologias foram surgindo para reforçar sua existência, até chegarmos ao mundo contemporâneo, onde a idéia de abolição do racismo foi substituída pelo microrreformismo que objetiva apenas vantagens competitivas no interior do capitalismo.
Neste contexto, o lançamento do livro "Capitalismo e Questão Racial" é oportuno, pois aborda a emergência do racismo, a relação racismo e capitalismo, os conceitos de raça e etnia, as relações raciais no Brasil contemporâneo, as políticas de cotas e o microrreformismo, entre outras questões relacionadas.
O livro foi organizado por Cleito Pereira dos Santos e Nildo Viana e contém os seguintes artigos, além da apresentação e prefácio escrito, respectivamente, pelos dois autores acima citados: Capitalismo e Racismo (Nildo Viana); Raça e Etnia (Nildo Viana) Zurara: A Crônica da Guinér e os Primórdios do Racismo Anti-Negro (Mário Maestri); Capitalismo e Relações Raciais no Brasil (Cleito Pereira); Cotas Raciais: Solução para o Racismo? (Lisandro Braga).
Leia "Capitalismo e Racismo", clicando aqui.
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Dados do livro:
SANTOS, C. P. e VIANA, N. Capitalismo e Questão Racial. Rio de Janeiro, Corifeu, 2009.
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