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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

II Encontro de Teoria Política: Burocracia e Luta de Classes



II Encontro de Teoria Política: Burocracia e Luta de Classes


O II Encontro de Teoria Política: Burocracia e Luta de Classes é uma realização do NUPAC (Núcleo de Pesquisa e Ação Cultural), com apoio do GPDS/UFG (Grupo de Pesquisa Dialética e Sociedade), NEMOS/UFG (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Movimentos Sociais), NPM/UEG (Núcleo de Pesquisa Marxista), NEPALM/UFMS (Núcleo de Estudos e Pesquisa América Latina em Movimento).

O II Encontro de Teoria Política: Burocracia e Luta de Classes será realizado num único encontro presencial, no dia 26 de agosto de 2017, no Ruptura - Espaço Cultural.

O objetivo do curso é levantar uma discussão teórica e reflexões a respeito da concepção marxista da burocracia, tanto como organização quanto como classe social, suas características, formas, frações, bem como seu significado na luta de classes e na sociedade capitalista. A crítica da burocracia, que se inicia com Marx, aponta para um processo duplo no qual emerge o quadro dirigente das instituições, a classe burocrática, que assumem a forma de organizações voltadas para o controle interno e externo. Após Marx, a crítica da burocracia iniciou-se através de alguns pesquisadores e militantes (Robert Michels, Makhaisky, Rosa Luxemburgo, etc.) e foi desenvolvida especialmente depois da contrarrevolução burocrática na Rússia em outubro de 1917, surgindo interpretações problemáticas (Rizzi, Djilas, etc.) e burocráticas (como as de Trotsky e do trotskismo), que, no entanto, trouxeram algumas reflexões sobre esse fenômeno da sociedade capitalista. O início de uma crítica radical da burocracia se iniciou, ainda timidamente, com o comunismo de conselhos e prosseguiu em correntes políticas que retrocederam em relação a esta corrente (autonomistas, entre outros). Alguns pensadores e sociólogos retomaram a questão da burocracia (Georges Lapassade, René Lourau, Amitai Etzioni, Michel Lobrot, Maurício Tragtenberg, Fernando Motta, etc.) e contribuíram para uma compreensão de aspectos da burocracia ainda não desenvolvidos. As análises do sociólogo Max Weber foram retomadas por alguns, tanto sob forma acrítica quanto sob forma crítica e assim surgiram diversas pesquisas sociológicas que, apesar dos seus limites evidentes, trazem também determinadas informações e reflexões que possuem certa utilidade para análise do fenômeno burocrático.

Diante desse quadro e das reflexões contemporâneas sobre o fenômeno burocrático, torna-se necessária a discussão sobre esse tema. A burocracia perpassa a vida de todos os indivíduos na sociedade capitalista e quanto mais essa sociedade se desenvolve, mais se intensifica a burocratização das relações sociais, que anda lado a lado com a mercantilização e competição (na burocracia, a competição é fundamentalmente pelo poder). A burocracia, como classe social, é uma peça chave na luta de classes. Ela é a classe social mais poderosa depois da classe capitalista no interior da sociedade burguesa e muitas vezes se autonomiza, querendo suplantar a burguesia. Mas para fazer isso precisa do apoio do proletariado e das demais classes sociais. Porém, essa autonomização é mais forte e presente em seus extratos inferiores, o que pode ser explicado por suas divisões internas. Na Rússia, a burocracia foi responsável por uma contrarrevolução e se fundiu com a classe capitalista, formando uma burguesia burocrática. A atual fase do capitalismo mostra uma tendência para uma nova crise geral dessa sociedade e, dessa forma, uma nova onda de lutas revolucionárias e a possibilidade da burocracia aparecer como entrave, seja as suas frações mais próximas do capital que vão querer impedir o processo revolucionário, seja suas frações mais extremistas que vão querer "liderar" a revolução (ou seja, realizar a contrarrevolução). 

O marxismo autogestionário é a corrente que traz a crítica mais profunda e radical da burocracia, bem como aponta para um projeto alternativo que aponta para a abolição da classe burocrática e, o que é a mesma coisa, das organizações burocráticas (Estado, partidos, sindicatos, universidades, igrejas, etc.). Por isso se torna fundamental a pesquisa, produção de saber e socialização deste, a respeito do fenômeno burocrático e isso justifica o II Encontro de Teoria Política: Burocracia e Luta de Classes.

Essa reflexão será realizada através de uma mesa redonda, uma palestra e um grupo de debate (comunicações acompanhadas de debate). Os participantes podem efetivar inscrição com apresentação de comunicação e todos os inscritos poderão debater durante as três partes do encontro (Mesa redonda, palestra, grupo de debate).

Outro objetivo do curso é incentivar a produção escrita dos participantes, gerando, dessa forma, resumos antes do evento e, posteriormente, caso seja interesse dos participantes, a elaboração de um artigo sobre a temática do encontro - em suas várias possibilidades (análise crítica de ideologias legitimadoras da burocracia e da concepção pseudomarxista do fenômeno burocrático, a concepção marxista - Marx e outros, ou influenciada pelo marxismo), a respeito da burocracia, análise histórica-concreta da burocracia e suas diversas relações com a sociedade em geral, com os regimes de acumulação, etc.


Mais informações, clique aqui.

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