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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A Cidade sem Estado - Revista de História, Biblioteca Nacional

A cidade sem Estado

Durante dois meses, a Comuna de Paris envolveu 1 milhão de habitantes em práticas de autogestão generalizada

Nildo Viana
  • Primeira tentativa de revolução e autogestão de trabalhadores, a Comuna de Paris (1871) foi recebida com entusiasmo pelos mais famosos teóricos do comunismo e do anarquismo: de Marx e Bakunin a Kropotkin, Rosa Luxemburgo, Kautsky, Lênin, Trotsky, Korsch e Lefebvre. Ainda hoje, historiadores e sociólogos se dedicam ao estudo daquele acontecimento, que terminou com um banho de sangue: foram 20 mil operários fuzilados. Apesar da derrota e do fim trágico, o episódio se tornou uma das mais persistentes fontes de inspiração de movimentos contestadores. Entender a Comuna de Paris é entender um dos capítulos mais importantes da modernidade e dos movimentos operário e comunista.
    O desenvolvimento industrial emergente na França, especialmente em Paris, formava uma classe operária em convivência com vários outros trabalhadores do campo e da cidade, como camponeses, artesãos e comerciários. Ao mesmo tempo, a constituição do Estado bonapartista, o regime monárquico instaurado pelo golpe de Estado por Napoleão III (1852-1870), criou uma enorme máquina burocrática. As péssimas condições de trabalho, a intensa exploração dos trabalhadores e as formas precárias de vida geravam crescente insatisfação. Na época, o movimento e a cultura socialista já tinham grande presença nos meios operários, e sua proposta de transformação social provocava temor entre os poderosos. 
    Em julho de 1870, eclodiu a guerra franco-alemã, fruto de uma disputa antiga entre os grandes impérios francês e prussiano, em batalhas que bateram às portas de Paris. A força superior dos alemães e sua vitória iminente levaram à capitulação do governo francês. A população parisiense, no entanto, ergueu-se em resistência por meio da guarda nacional e de outros setores, tais como os operários, que receberam armas para enfrentar o exército inimigo. Esse processo ficou conhecido, através da pena de Karl Marx, como “o povo em armas”. A partir de então, os trabalhadores não apenas organizaram milícias operárias, como também começaram a tarefa de reorganizar a sociedade por conta própria, sem um aparato burocrático central comandado por dirigentes estatais. Era o processo de abolição do Estado e de autogestão da cidade de Paris.
    Leia o texto completo na edição de novembro, nas bancas.
  • http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/a-cidade-sem-estado 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A Esfera Científica no Cinema


Alceu 31

A esfera científica no cinema
Por: Nildo Viana

 ResumoA ciência e a produção científica são objetos de representações por elas mesmas e, de forma mais aprofundada, pela sociologia da ciência, filosofia da ciência e história da ciência. O cinema através de suas produções fílmicas também apresentam aspectos da ciência e de suaprodução intelectual. O presente artigo objetiva analisar três filmes (A fúria pela honra; Óleo de Lorenzo; O informante) e observar quais representações eles produzem a respeito da ciência, da esfera científica e da produção que esta realiza. A conclusão é que esses filmes revelam adinâmica dominante do campo científico e suas ligações complementares com o capital e o Estado burocrático, cada um concentrando-se sobre um aspecto destas relações.
Palavras-chave
Esfera científica. Cinema. Competição. Burocracia. Capital.
 Résumé
Des sciences et de la production scientifique sont des représentations d’objets par eux-mêmes et, plus en profondeur, la sociologie de la science, la philosophie de la science et de l’histoirede la science. Le film à travers ses productions filmiques comportent aussi des aspects de la science et de la production intellectuelle. Cet article vise à analyser trois films (Le fury parhonneur, Huile de Lorenzo, L’informateur) et observer ce qu’ils produisent des représentations sur la science, la sphère scientifique de la production et que cette porte. La conclusion est que ces films révèlent la dynamique dominante dans le domaine scientifique de ses liensavec la capitale, et la bureaucratie d’Etat, étant complémentaires, puisque chaque concentre sur un aspect de ces relations.
Mots-clé
Sphère scientifique. Cinéma. Competition. Bureaucratie. Capitale.

A esfera científica no cinema 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Inconsciente Coletivo e Materialismo Histórico, nova edição, revista e ampliada


VIANA, Nildo. Inconsciente Coletivo e Materialismo Histórico. 2a edição, rev. e ampl. Florianópolis: Bookess, 2015.

Texto de apresentação:

O presente livro coloca em discussão o conceito de inconsciente coletivo, elaborado pelo psicanalista Carl Gustav Jung. Após analisar a concepção junguiana e de Erich Fromm, outro psicanalista, que trabalhou com o conceito de inconsciente social (equivalente ao de inconsciente coletivo), o autor realiza uma crítica à posição destes dois autores e apresenta uma ressignificação do conceito de inconsciente coletivo a partir da concepção materialista da história. Para fazer isso, rediscute, numa perspectiva marxista, alguns conceitos básicos da psicanálise (inconsciente, sublimação, deslocamento, etc.) e a partir de uma ressignificação de determinados conceitos, aponta para uma nova concepção de inconsciente coletivo e de outros fenômenos psíquicos, realizando a crítica de teses como a da existência de um instinto de morte, expressando a tese de que a agressividade, o ódio, os desequilíbrios psíquicos, não são instintuais e sim produtos da repressão. Ainda avança numa concepção de universo psíquico no qual o excesso de repressão (mais-repressão) gera energia destrutiva (sombra) e construtiva (persona), que se distinguem do inconsciente. Assim, a obra apresenta uma abordagem marxista do inconsciente e do inconsciente coletivo.

Texto da Contracapa:


A psicanálise, através de Freud, realizou a descoberta fundamental do inconsciente. Outras contribuições, de Freud e seus continuadores, foram oferecidas pela psicanálise. Contudo, as limitações teórico-metodológicas e valorativas acompanharam o desenvolvimento da psicanálise e lhe gerou várias limitações. A partir do materialismo histórico é possível superar estes limites e a presente obra objetiva justamente contribuir com esse processo de suplantação da psicanálise. E, nesse contexto, uma ressignificação do inconsciente e do inconsciente coletivo, ao lado de uma nova percepção do universo psíquico do indivíduo, tornam-se necessárias. Assim, partindo da reflexão sobre o inconsciente coletivo e das contribuições psicanalíticas, o presente livro apresenta o projeto de psicanálise social, ou seja, materialista, histórica, proletária, revolucionária, a única psicanálise possível, superando os limites da consciência burguesa.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

As Esferas Sociais - A Constituição da Divisão Capitalista do Trabalho Intelectual


VIANA, Nildo. As Esferas Sociais. A Constituição Capitalista do Trabalho Intelectual. Rio de Janeiro: Rizoma, 2015.



Da Introdução:

A sociedade capitalista é extremamente complexa. Ao ampliar a divisão social do trabalho sob intensidade nunca vista antes na história da humanidade, expandiu, igualmente a especialização e as subdivisões. A presente obra visa abordar um dos aspectos dessa divisão social do trabalho e faz parte de um projeto de análise das formas sociais burguesas. Por conseguinte, o seu objetivo é analisar a divisão social do trabalho intelectual no capitalismo, que faz parte das formas sociais e, portanto, contribui com a compreensão de um de seus componentes fundamentais. Trata-se das esferas sociais, que já foram denominadas por outras formas, mas que sempre se referiu a um certo conjunto de relações sociais que constituem o fenômeno que assim denominamos.

As esferas sociais surgem com o capitalismo. É parte das formas sociais burguesas. Essa parte das formas sociais possui especificidade, pois é um lugar de trabalho especializado, mas está inserido no seu interior e no conjunto da sociedade moderna. Desta forma, o presente trabalho visa apontar para uma análise de suas especificidades e relações internas, mas também para sua relação com o conjunto da sociedade, mostrando que não são autônomas e sim determinadas e que fazem parte do capitalismo, exercendo uma função reprodutiva do mesmo. No entanto, aqui buscamos evitar dois equívocos, o reducionista e o isolacionista.

[...]

O objetivo do presente livro é, portanto, superar os dois equívocos e apresentar uma concepção diferenciada de esferas sociais, parte das formas sociais, e cuja compreensão é fundamental para uma análise mais ampla do capitalismo e da produção cultural no seu interior. Para realizar esse processo, é necessário analisar a relação entre capitalismo e esferas sociais. O passo seguinte é analisar o que são as esferas sociais e sua dinâmica interna, para, por fim, analisar suas relações com o capital, o Estado e as lutas de classes. O resultado esperado, para usar terminologia acadêmica, é uma compreensão mais profunda das esferas sociais e sua relação com a sociedade capitalista. Se o resultado foi alcançado, isso cabe ao leitor dizer. Assim, resta o veredicto da leitura.

Sobre as esferas sociais:

As Esferas Sociais, denominadas como "campo" por Bourdieu e por "esferas", por Weber, são concebidas nessa obra como subdivisões da classe intelectual, formando suas frações de classe, tal como a esfera artística, a esfera científica, a esfera técnica, a esfera jurídica, a esfera religiosa, entre outras. A divisão social do trabalho, tal como teorizada por Marx, é o elemento fundamental para explicar as esferas sociais. O livro analisar as diversas esferas em sua dinâmica interna e em sua relação com a totalidade das relações sociais.

Resenha:
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Sumário

Introdução
Capitalismo e Esferas Sociais
As Esferas Sociais
A Dinâmica das Esferas Sociais: Hierarquia e Competição
A Dinâmica das Esferas Sociais: Os Mecanismos de Competição
A Formação das Esferas Sociais
Capital e esferas sociais
Estado e esferas sociais
Esferas sociais e lutas de classes
Considerações Finais
Referências

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Veja textos sobre esferas ou subesferas específicas: