Rádio Germinal

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ano Novo Significa Vida Nova?


Ano Novo significa vida nova?



NILDO VIANA


"Desejar feliz Ano Novo é algo vazio se não tivermos feito nada para que o futuro seja melhor. A melhor forma de desejar um feliz Ano Novo é fazer algo no presente para que isto se concretize no futuro".

Final de ano. No meio das festas de Natal e Ano Novo surge a expectativa do recomeço e da mudança. Cartomantes, astrólogos, entre outros, são consultados pelos meios de comunicação e pela população para saber como será o ano que está chegando. As pessoas desejam feliz Ano Novo umas para as outras. Todo final de ano é marcado por essa expectativa de que o ano que se iniciará será melhor. Mas de onde vem essa expectativa e essas previsões? Qual é a base real dessa expectativa? O que significa a passagem de um ano para outro? Tais questões são raramente colocadas, pois as pessoas dificilmente questionam o ar que respiram, e isto vale para o “ar cultural”, isto é, o mundo das tradições e concepções que permeiam a vida cotidiana.

As expectativas são produto do desejo de uma vida melhor, de um futuro mais feliz. A origem dessas expectativas está em dois elementos: descontentamento e desejo. O descontentamento com a vida atual (em sua totalidade ou em vários de seus aspectos, que, caso da sociedade moderna, remetem à vida profissional, afetiva, financeira, política) traz o desejo da mudança, a esperança de que dias melhores chegarão, sonhos serão realizados.

O descontentamento e o desejo criam a expectativa e a crença na mudança, bem como uma pseudestesia (falsa sensação) coletiva de renovação. As previsões das pessoas não possuem, na maioria dos casos, uma base concreta. Isso faz das previsões místicas um forte atrativo, pois reforçam a esperança e crença na mudança.

A maioria percebe esse processo como sendo individual: descontentamento, objeto do desejo, expectativa, crença em mudanças para o indivíduo. Embora possam ocorrer mudanças individuais, elas são limitadas caso não ocorram mudanças sociais. Daí o eterno descontentamento e desejo de mudança, pois, mesmo aqueles que sobem um degrau na ascensão social, enriquecem e realizam desejos que, no fundo, não significam realização pessoal, já que eles continuam presos em uma sociedade mercantil, burocrática e competitiva, continuam sentindo o descontentamento e a necessidade de nova mudança. A mudança no sentido coletivo era mais comum em sociedades “primitivas”, não marcadas pelo individualismo e pela competição, embora não tenha sido abolida, mas apenas marginalizada, na sociedade moderna.

Porém, a passagem para o Ano Novo não significa nenhuma mudança em si. O ano é um período de tempo construído por meio de um processo classificatório, utilizando como critério o tempo que o planeta Terra gasta para dar a volta em torno do Sol. No mundo contemporâneo, é o que se chama “ano solar”, cuja origem é egípcia. O que ocorre é um movimento físico de um planeta em torno de uma estrela, marcando determinado período de tempo. Esse período de tempo também expressa mudanças biológicas nos seres vivos, entre outros, mas não apresentando nenhum salto ou mudança radical.

A expectativa de mudança que ocorre neste período do ano é direcionada para a esfera das relações sociais, que não sofrem nenhuma grande influência deste movimento físico que serve de critério classificatório para a duração do ano. Além disso, a demarcação de quando é o fim do ano e início do seguinte é arbitrária, um produto social. Poderia ser, ao invés do dia 1º de janeiro, em agosto, desde que o calendário tivesse sido produzido sob outra forma, com outra marcação das datas. E era assim, por exemplo, no antigo Egito, onde o ano iniciava em 19 de julho. Em outros casos, o início do ano ocorre em outras datas, tal como março, setembro, dezembro. Isto sem falar dos calendários nos quais o ano tem mais de 12 meses.

Algumas mudanças superficiais reforçam essa pseudestesia coletiva de renovação. Como várias relações sociais se organizam a partir da demarcação temporal do calendário anual, isto reforça a percepção de uma mudança. O calendário escolar, por exemplo, se organiza principalmente de forma anual, o que significa que o indivíduo fica na expectativa de encontrar novas pessoas, viver novas relações. Mesmo sendo um calendário semestral, a sensação de renovação ocorre, reforçada pelo clima geral anunciado pelo Ano Novo e bastante amplificada pelos meios de comunicação, pelo misticismo e pelas religiões. No Ano Novo também há o recomeço do campeonato de futebol e outras competições esportivas, as promessas de novos programas na TV e mais algumas mudanças que, no fundo, nada mudam ou mudam superficialmente, ou localizadamente, atingindo apenas alguns indivíduos ou grupos sociais, o que é pouco mais do que a mudança individual acima aludida. Porquanto, não há mudança na totalidade das relações sociais. Em alguns casos individuais, as mudanças são um pouco mais profundas, tal como para quem passou no vestibular ou acertou um novo contrato de trabalho.

No que se refere às relações sociais, as mudanças não caem do céu, nem ocorre nenhum acontecimento mágico no 1º de janeiro que provoque qualquer alteração que não seja um processo de continuidade em relação ao(s) ano(s) anterior(es). A Segunda Guerra Mundial, deflagrada em 1939, não nasceu neste ano, pois foi produto de um longo processo histórico que gerou sua razão de ser e existência. Assim, se alguém quer acontecimentos novos no ano seguinte, tem que perceber que existe um processo que traz um conjunto de tendências e que a pura vontade, a fé ou o misticismo nada poderão fazer nesse sentido, já que são as ações anteriores que irão promover as possíveis mudanças. Embora a vontade e a fé sejam elementos que podem influenciar os acontecimentos, a preparação e a ação presente são mais importantes para se alterar o futuro. Isto nada tem a ver com a passagem para o Ano Novo. Um dia mágico no qual as coisas mudam sem nenhuma ação nesse sentido é impossível. A ruptura entre o presente e o futuro não ocorre, pois o futuro é construído no presente — carregando as influências do passado —, inclusive a ruptura. Nada acontecerá no ano que vem que já não esteja preparado, ou em forma embrionária, neste ano e nos anos anteriores. Por conseguinte, desejar feliz Ano Novo é algo vazio se não tivermos feito nada para que o futuro seja melhor. A melhor forma de desejar um feliz Ano Novo é fazer algo no presente para que isto se concretize no futuro.



NILDO VIANA é escritor e sociólogo.
 
http://api.ning.com/files/pnEzRtg3r1SgsN4afEqBR3DJFT7sulbVrAnSBjZDlbLZl5DgDV4OxfeNXw85NBQy5mAxxAczeMvmk0g0LycR7fte3SmWPIDT/AnoNovoSignificaVidaNovaNildoViana.pdf

Feliz Ano Novo numa Perspectiva Autogestionária

Abaixo vídeo sobre o ano novo numa perspectiva autogestionária:

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vídeo sobre natal

O Significado do Natal

O Significado do Natal



Nildo Viana


Se olharmos no dicionário, veremos que o natal é uma festa cristã realizada no dia 25 de dezembro, cujo objetivo é comemorar o nascimento de Jesus Cristo. Logo, o significado do natal é puramente religioso, cristão. No entanto, uma análise histórica e crítica nos revela que as coisas não são bem assim. O natal sofreu mudanças de significado no decorrer da história da humanidade e é isto que iremos colocar no presente texto.

O natal foi, em sua origem, uma festa pagã. Como sabemos, o paganismo é uma doutrina religiosa politeísta que era predominante antes da era cristã. As festas pagãs de Saturnália (17 a 24 de dezembro) e Brumália (25 de dezembro) faziam parte da cultura popular na Roma Antiga (e na região da Pérsia) e foram substituídas pelo natal cristão. Na Brumália, o nascimento de Júpiter (também chamado Mitra), o Deus-Sol, era comemorado no dia 25 de dezembro e se chamava Mitraica. Apesar disto, a festa em si não tinha caráter religioso e sim “mundano”.

A maioria dos símbolos do natal também possui origem pagã. A origem da árvore de natal possui duas hipóteses: para uns, ela foi introduzida como símbolo da festa por Martinho Lutero, um dos principais arquitetos da reforma protestante (Século 16); para outros, sua origem se encontra na mitologia babilônica, segunda a qual Ninrode (filho de Cam, neto de Noé), depois de morto, gostava de receber presentes debaixo de uma árvore, no dia do seu aniversário, dia 25 de dezembro. Se a hipótese verdadeira for a segunda, a árvore de natal também teria origem pagã.

As velas constituíam uma tradição pagã, pois eram acesas durante o crepúsculo para homenagear o Deus romano Júpiter. A guirlanda, coroa verde com fitas e bolas coloridas, fazia parte dos costumes populares para decorar edifícios.

O Papai Noel tem sua origem na lenda de Nicolau, Bispo de Mira, Século 5. A lenda diz que ele presenteava, em segredo, três crianças de uma família pobre, todos os anos, no dia 06 de dezembro. No entanto, a mitologia babilônica de Ninrode, citada anteriormente, já colocava a oferta de presentes, mas que era feita para a “divindade” e não para crianças pobres. Outras versões do Papai Noel existiram, tal como a expressa no conto popular russo Babushka. O conto relata a história de Babuskha, uma velhinha que foi convidada pelos três reis magos para ir à Belém ver o Menino Jesus que havia acabado de nascer e que recusou o convite devido ao frio intenso que fazia naquela noite. No dia seguinte, ela juntou presentes para o Menino Jesus, mas como não sabia o caminho e os três anciãos já haviam partido, partiu procurando-o sem nunca encontrá-lo, mas deixando para todos os meninos que encontrava um brinquedo como presente de natal. O Papai Noel tem diversos nomes (e formas) em países diferentes. Na Alemanha, é Kriss Kringle (“criança de cristo”); na França, é Pere Noel; Nos Estados Unidos e Canadá é Santa Claus (devido à origem lingüística holandesa, derivada de São Nicolau); na Inglaterra é Father Christmas; na Costa Rica, Colômbia, algumas partes do México, é El Niño Jesus; em Porto Rico ele é substituído pelos Três Reis Magos (Melchior, Baltazar e Gaspar); na Suécia é Jultomten; na Holanda, Kerstman; na Finlândia, Joulupukki; na Rússia, é Grandfather Frost ou Babushka; na Itália é Befana ou Babbo Natal; em Portugal é Papai Natal (Noel é o mesmo que natal); no Japão é Jizo e na Dinamarca é Juliman. O Papai Noel recebe nomes diferentes em países diferentes, mas em alguns recebe “formas” e origens diferentes, tal como em Porto Rico (três reis magos), na Rússia (Babushka) e na Itália (Befana, uma bruxa que desce pela chaminé e entrega presentes).

A questão do presente é mais complexa. Na verdade, o natal se apresenta, na atualidade, como uma troca de presentes entre adultos e no ato de presentear crianças. No mito babilônico há oferta de presente para a divindade; enquanto que na lenda de São Nicolau e Babushka, há oferta de presentes para crianças. Mas sua origem parece estar ligada à cultura popular pagã, pois a troca de presentes era um costume tanto na Mitraica quanto na Saturnália.

De tudo isto que vimos, podemos dizer que o natal tem sua origem numa festa pagã. Esta festa pagã se converteu em festa cristã a partir do século 4, quando Constantino, Imperador Romano convertido ao cristianismo, transformou o dia do Deus-Sol em dia do nascimento de Cristo (cuja data exata é desconhecida). Tal como coloca o historiador das religiões Mircea Eliade, “desde o princípio, o cristianismo sofreu influências múltiplas e contraditórias, sobretudo as do gnosticismo, do judaísmo e do ‘paganismo’”. Ele acrescenta que os padres da Igreja “cristianizaram os símbolos, ritos e os mitos asiáticos e mediterrânicos ligando-os a uma história santa” .

A Igreja Romana introduziu o natal como festa cristã, pois a hegemonia do cristianismo surgiu num terreno dominado por uma cultura popular, de forte influência pagã, que ela não podia simplesmente descartar, já que isto provocaria resistência à doutrina cristã. Desta forma, a Igreja Romana buscou assimilar a cultura popular e cristianizá-la, fornecendo, assim, um significado cristão a uma festa pagã, mas, ao mesmo tempo, mantinha grande parte de suas características e assim fazia uma concessão necessária para facilitar sua aceitação.

Desta forma, o significado original do natal era mundano, de caráter pagão, ou seja, orientado para os prazeres da alimentação farta, alegria, etc. A Igreja Romana forneceu uma ressignificação do natal, dando-lhe um significado religioso. Este significado predominou durante toda a Idade Média, período em que a religião cristã dominou absoluta no mundo feudal ocidental, embora tenham sobrevivido alguns resquícios da influência pagã na cultura popular.

No entanto, um novo significado passaria a ser atribuído ao natal na Idade Moderna, ou seja, na sociedade capitalista. O significado religioso permanece, mas é, em alguns aspectos, relegado a segundo plano, e, em outros, é assimilado pelo novo significado que adquire.

Qual é este novo significado do natal? É o significado mercantil. O natal se torna uma grande festa consumista, amplamente explorada pela publicidade. O significado mercantil assimila o significado religioso e transforma o sentido dos símbolos natalinos. O fundamental passa a ser o presente e a figura preponderante passa a ser o Papai Noel, um velhinho que distribui presentes para todas as crianças (e não apenas para as pobres, como originalmente) sem nenhuma justificação. Este personagem vem apenas para apresentar como natural e universal algo que é constituído histórica e socialmente e que serve a interesses “ocultos”.

A troca de presentes se torna generalizada e tem atrás de si um conjunto de interesses: oferece-se um presente em troca de outro presente ou então de um favor, ou, ainda, de algo que revela um interesse oculto. Uma pessoa pode dar um presente para outra visando receber outro presente em troca e tal troca pode representar uma posição social ou status (o valor financeiro do presente varia com a posição do indivíduo na hierarquia social). Um presente pode ser oferecido a um subalterno esperando que ele retribua não com outro presente, mas sim com gratidão, trabalho, dedicação (é o caso, por exemplo, das empresas que fornecem “cestas de natal” aos funcionários).

O presente pode ser oferecido pelo subalterno ao seu superior, esperando, em troca, um presente melhor (devido suas “posses”), benevolência ou qualquer outra vantagem (devido seu “poder”). O bajulador é o principal distribuidor de presentes.

Por fim, o presente pode ser expressão de afetividade: presenteia-se a quem se gosta e, se ele for um “igual” (adulto), espera-se que ele retribua sob a mesma forma, e, se for uma criança, espera-se a retribuição em forma de afetividade ou gratidão. O problema aparece, neste último caso, devido ao fato de que o processo de mercantilização das relações sociais cria em muitas pessoas a idéia de que o presente é equivalente ao amor e não apenas uma forma, entre inúmeras outras, sob a qual ele se manifesta. Realiza-se, assim, uma inversão entre o símbolo (presente) e o simbolizado (amor), no qual a primazia passa a pertencer ao primeiro em detrimento do segundo. Desta forma, não receber um presente aparece como o mesmo que não ser amado. Cria-se, assim, o fetichismo do presente.

As crianças são treinadas para viver nesse mundo mercantil desde cedo: em uma idade em que não possuem recursos financeiros para dar presente, um adulto lhe fornece dinheiro para comprá-lo e entregá-lo, principalmente no Dias das Mães e dos Pais, mas também no natal (há casos em que os pais dão dinheiro para os filhos comprar presentes para eles mesmos ou para o outro – o pai para a mãe ou vice-versa...). A publicidade, os costumes, cria na criança uma expectativa de ganhar presente. No natal, para o imaginário infantil, é um dia para se ganhar presente.

O processo de troca de presentes na sociedade capitalista existe durante o ano inteiro (aniversário, dia da criança, dias dos namorados, dia dos pais, dia das mães, etc.) mas se intensifica no natal. No dia do aniversário, apenas o aniversariante ganha presente; no dia das crianças, apenas as crianças e assim por diante. No natal, a troca de presentes (mercadorias) se torna generalizada.

Os meios de comunicação e a publicidade se encarregam de inculcar nas pessoas a necessidade de receber e dar presentes. O desejo de receber presente tem sua fonte na idéia transmitida pela publicidade e pelos meios de comunicação de que ele é um equivalente do amor ou então devido a interesses de aquisição de bens e vantagens. O desejo de dar presentes é produto tanto da publicidade quanto da pressão social (aquele que não dá presente não ama...) que, caso não seja efetivado, produz remorso (sentimento de culpa) no indivíduo.

Assim, o capitalismo manipula sentimentos e produz valores visando aumentar o mercado consumidor. Todos sabem que no fim de ano, devido ao natal e ao ano novo, há um aquecimento nas vendas e no processo de produção em alguns setores, nos quais alguns setores do comércio e indústria são extremamente beneficiados (indústria e lojas de brinquedos, por exemplo). Outros costumes e desejos são fabricados, como a “ceia de natal”, decoração, determinados alimentos, etc. Numa sociedade onde houve a “mercantilização de tudo” , isto tudo se torna mercadoria (presente, alimento, decoração, roupa, etc.) e se tornam necessidades fabricadas pelo capitalismo visando a reprodução ampliada do mercado consumidor. Isto recebe incentivo através do 13o salário e dos empregos temporários da época. Resta, para aqueles que não possuem dinheiro para realizar o ato fundamental do natal atual – comprar –, a insatisfação manifestada sob as mais variadas formas (tristeza, conflitos familiares, etc.).

O natal também possui um significado de produzir uma pseudestesia coletiva de alegria. O clima de festividade, mesclado com o consumismo e mensagens religiosas de harmonia e paz, provoca uma falsa sensação de alegria – para aqueles que se inserem no mercado consumidor – que logo se dissipa e é substituído pela dura realidade da vida cotidiana, com todos os seus conflitos e dilemas.

Desta forma, o natal ganha um significado predominantemente mercantil na sociedade contemporânea e os apelos para a recuperação de seu sentido religioso só possuem ecos em círculos restritos, nos quais a religiosidade ainda é importante. Assim, o natal revela ser aquilo que Marx afirmou ser a religião, pois ele revela ser a expressão e, ao mesmo tempo, a “dignidade espiritualista”, a “sanção moral”, o “complemento solene”, o “consolo” e a “justificação” deste mundo mercantil e coisificado. A superação da pseudestesia coletiva de alegria que é o natal, a falsa alegria, deve, pois, ser substituída pela verdadeira alegria, que vai muito além da coleção de mercadorias e presentes ou de apelos hipócritas a uma religiosidade silenciada pelo reino da mercadoria. O natal é expressão deste mundo e a superação deste é o meio necessário para a superação da pseudestesia natalina. Desta maneira, as flores imaginárias que enfeitam nossa prisão e nos consolam para continuar nela, uma vez descobertas, deverão ser arrancadas para que no lugar delas possam brotar flores verdadeiras, pois somente assim a alegria imaginária será substituída pela alegria real.



Artigo publicado no livro: VIANA, Nildo (org.). Psicanálise, Capitalismo e Cotidiano. Goiânia, Edições Germinal, 2002.



Sobre o autor:

Nildo Viana – Graduado em Ciências Sociais, Especialista e Mestre em Filosofia, Mestre em Sociologia/UnB; Doutor em Sociologia/UnB. Professor da Universidade Estadual de Goiás e autor de diversos artigos e livros, entre os quais Escritos Metodológicos de Marx (Goiânia, Edições Germinal, 1998/2001); A Questão da Causalidade nas Ciências Sociais (Goiânia, Edições Germinal, 2001); A Filosofia e Sua Sombra (Goiânia, Edições Germinal, 2000); Inconsciente Coletivo e Materialismo Histórico (Goiânia, Edições Germinal, 2002); Violência Urbana: A Cidade Como Espaço Gerador de Violência (Goiânia, Edições Germinal, 2002); Universo Psíquico e Reprodução do Capital – Ensaios Freudo-Marxistas (São Paulo, Escuta, 2008); O Capitalismo na Era da Acumulação Integral (São Paulo, Idéias e Letras, 2009); A Concepção Materialista da História do Cinema (Porto Alegre, Asterisco, 2009).
 
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